sexta-feira, 28 de setembro de 2007

piauí 13 nas bancas - e nas minhas mãos



A piauí 13 veio com "camisinha": um encarte sobre a Molvânia. Que felicidade! Eu sempre quis saber tudo sobre a Molvânia. Vida longa pra piauí. João Moreira Salles garantiu 24; já editou 13. Tô achando que vai continuar.

Prêmio Aberje Rio/Espírito Santo 2007


Estive lá. Encontrei muitos grandes amigos e amigas. Petrobras e Vale do Rio Doce "paparam" quase todos os prêmios. Se o pessoal da Aberje me enviar algum material, publico aqui no blog. Principalmente as imagens e "cases" dos trabalhos premiados. Vale a pena os estudantes conhecerem. Vou ver se consigo com o meu amigo Paulo Henrique Soares, que, como a doce guerreira Ana Challa, continua gentil e educado.

Dica do blog: III Congresso dos Jornalistas de Imagem


Meu camarada Aguinaldo Ramos, fotógrafo dos bons, me avisa. Está um pouco em cima, mas a quem interessar, vale a pena.

III Congresso dos Jornalistas de Imagem
A ARFOC-Brasil realizará, dia 29 de setembro, no Rio de Janeiro, o III Congresso Nacional dos Jornalistas de Imagem. O evento é aberto a todos os repórteres fotográficos, cinematográficos e estudantes de comunicação e tem apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.

Inscrições:

· Na sede da ARFOC-Brasil - Av. 13 de Maio nº 23, Sl 2227 - Centro-Rio de Janeiro;

· Telefone: (21) 2524-1070;

· E-mail: arfoc@ arfoc.org.br

O valor para estudantes e não associados é de R$ 20 (Vinte reais). Sócios em dia inscrevem-se gratuitamente.

O evento será no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio, na Rua Evaristo da Veiga nº 16/17º andar – Centro – Rio de Janeiro-RJ

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Fotosacana - 7 (Salvatore Cacciola)


Essa quem me enviou foi meu ex-aluno gente boa, Filipe Cerolim.

A revista Good Year. Esse blog promete



Estou produzindo com meus alunos de Secretaria Gráfica da FACHA Méier um blog e uma revista sobre a revista Good Year, que fez sucesso nas décadas de 80 e 90. O blog já entrou no ar. Em breve, teremos novidades. Publicamos um "rafe" de duas páginas da nossa publicação, que vai se chamar "A REVISTA GOOD YEAR". Os alunos já entrevistaram o Edu Simões, editor de Fotografia; e o Rogério Reis (o fotógrafo que ilustra este post).

Quer ter uma idéia do blog? Clique:
http://arevistagoodyear.zip.net/

Esses professores!


E aí? A professora está certa ou errada? Cartas para a redação.
Fonte: coluna do mestre Ancelmo.

Seção de Cartas 2 (Aos meus alunos de Documentação e Pesquisa)


Pessoal: eis a reprodução da materinha do Globo que mostrei, ontem, em sala de aula. Tudo a ver, também, com o nosso trabalho sobre Cartas de Leitores.

Seção de Cartas (Aos meus alunos de Documentação e Pesquisa)


Pessoal: a primeira página de O Globo de hoje tem tudo a ver com o nosso trabalho. É uma prova da importância que o jornal dá aos leitores, o destaque que dá para a seção de cartas. Dentro, o jornal publica 13 cartas sobre a polêmica do filme "Tropa de Elite".
Entenderam o recado? Tem outro post sobre cartas.

Fotosacana - 6 (Clodovil e o decote)


E a foto de Roberto Stuckert Filho no Globo de hoje? Que decote! Esqueçam o "resto" (se é que vocês me entendem, né?). Mas dizem que o Clodovil não é chegado. Ou será que ele é?

Fotosacana - 5 (Tadinha da Rosinha)


Maldade de mestre Ancelmo ao publicar essa comparação em sua coluna no Globo de ontem. Será que a Rosinha merece? Ou quem deve ficar chateado é o Travolta?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Esses assessores! Nota hilária do Xexéo


O final é do balacobaco.

Em todo lugar tem alguém da FACHA: Joana Hime


Joana foi minha aluna. No final do semestre, ela disse que ia viajar e perguntou se eu poderia antecipar a prova. Perguntei para onde ela ia. "Cuba", respondeu. Perguntei o que ia fazer em Cuba e ela disse: "Meus pais vão cantar lá". Foi aí que me toquei. Joana é filha de Francis e Olívia Hime. Um dia, encontrei o Francis caminhando sozinho na Lagoa. Tenho vergonha de assediar celebridades, mas não resisti. Fui chegando perto dele, de frente, e, de longe, falei (quase gritei): "Francis Hime, sua filha Joana, foi minha aluna e...".
A coluna "Gente Boa", do Joaquim Ferreira dos Santos, publicou ontem uma nota sobre a Joana. Mas vou cobrar da Joana o autógrafo do Chico Buarque. Cadê?

O Francisco, filho do João Bosco, também foi meu aluno. Mas entre ele e Joana, não há a manor comparação. Em beleza, pois o Francisco também é muito talentoso.

Por dentro da Tropa de Elite, Tatiana Arruda


Tem alunos que deixam a gente com a sensação que vale a pena investir na dura vida de professor. Tatiana Arruda me deixou orgulhoso. Leiam o belo texto que ela publicou no Jornal de Debates (www.jornaldedebates.com.br) no tema sobre a polícia desacreditada. A moça entrevistou, em off, um soldado da PM. Vale a pena também ler o texto de outra aluna, a Bruna Abs, no mesmo debate. De ontem para hoje foram três elogios de leitores e destaque na Nota do Editor.

Por dentro da Tropa
A polícia está desacreditada pela própria polícia. Em entrevista, um soldado da PM, L.F. (que pediu para ter sua identidade preservada) conta como a corrupção acontece dentro dos batalhões.
Tatiana Arruda

O filme "Tropa de Elite", além de criar muita polêmica sobre a pirataria, despertou a sociedade para uma realidade camuflada: a corrupção dentro da polícia. O nível de descontentamento da população com essa corporação cresce a cada denúncia nos jornais. No entanto, não paramos para refletir sobre como é o outro lado. Um lado muitas vezes silencioso e sem espaço na mídia.

Em entrevista, um soldado da PM, L.F. (que pediu para ter sua identidade preservada) conta como a corrupção acontece dentro dos batalhões.

Com sete anos de profissão, L.F questiona se a corrupção está dentro da polícia ou na própria sociedade. Ele afirma que assistiu ao filme de José Padilha e se impressionou com o retrato detalhado do seu cotidiano. Sobre a prática do "faz me rir", ele cita um exemplo real: "Fui trabalhar em uma área interna, que faz serviços administrativos. Estava ajudando muitos colegas e um policial de outra seção veio me dizer pra não fazer aquilo sem o conhecimento do chefe dele, pois eu estava atrapalhando os negócios. Para ter autorizado o inicio da sua licença especial, um policial paga em média R$ 300,00 reais".

L.F. revela que os preços variam de acordo com as patentes "Depende de quem está à frente do esquema. Quando é um oficial, os auxiliares têm que pedir mais alto, pois o chefe leva mais. Quando são os auxiliares que comandam, o preço é menor". Para o soldado, a existência de policiais desonestos x honestos divide a polícia em duas, e como a personagem Capitão Nascimento, ele iguala policias corruptos aos bandidos: "Lá dentro somos todos amigos, mas sabemos quem é quem e podemos escolher com quem trabalhar, realmente existem duas PMs".

No filme são exibidas cenas que mostram a desordem na oficina do Batalhão da PM, fato que chocou o nosso Governador Sérgio Cabral, segundo blog do Mauro Ventura no globo online. No dia-a-dia isso não é diferente. L.F. conta que teve que desmontar três carros para construir um que funcionasse, além disso, já encontrou viaturas sem pneus nas ruas, apoiadas em cima de tijolos. Coletes balísticos fora da validade também fazem parte do equipamento de trabalho oferecido pela instituição e quem for pego sem o acessório pode ser repreendido com prisões administrativas.

E para quem acredita que não existem pessoas honestas dentro da polícia, L.F, proclama o contrário: "Nunca peguei nada de ninguém e não aceito dinheiro por nada. Uma vez eu estava patrulhando e vi uma pessoa fazendo gato em um orelhão. Detive o indivíduo, que era médico, em flagrante por furto de sinal e o conduzi pra Delegacia. Ele só acreditou quando chegamos à DP e viu que seria autuado, disse que todo homem tem um preço e me ofereceu R$ 50,00 para liberá-lo. Aceitei o dinheiro e quando ele me entregou a nota eu o prendi por corrupção, nessa hora ele começou a chorar". O soldado aponta a população como principal agente corruptor já que, segundo ele, prefere subornar policiais a evitar infrações, como uma apreensão de um veículo devido ao IPVA atrasado.

Quando perguntado se há solução para a corrupção dentro da instituição, o soldado diz que o problema é o financiamento do tráfico pelos viciados, "sem o consumidor o produto não tem sua razão de existir". Afirma, ainda, que o aparelho policial não consegue ser eficaz, pois existe uma guerra velada que serve de motivo para a compra de armas e é interessante a alguém. E por trás disso estão os esquemas internacionais e a lavagem de dinheiro. "Espero que as pessoas coloquem na cabeça que somos apenas peões nesse jogo de guerra e passem menos tempo criticando os policiais e mais tempo cobrando novas legislações que acabem com esse conflito", afirma o soldado cansado de guerra.

domingo, 23 de setembro de 2007

Ombudsman da Folha sobre o corporativismo dos Jornalistas

Anotações sobre corporativismo
MÁRIO MAGALHÃES
O atentado da quarta-feira reedita um debate acalorado de cinco anos atrás: o corporativismo resulta em atenção desproporcional sobre crimes contra jornalistas? Em 2002, o repórter Tim Lopes, da TV Globo, foi morto por traficantes. Seu assassinato foi objeto de vasto interesse midiático até a prisão dos algozes.
Em 2005, Luiz Antônio Ryff escreveu no hoje extinto site www.nominimo.com.br uma reportagem que receberia o Prêmio Lorenzo Natali, da União Européia. Contou a história de um cidadão morto "na mesma noite, da mesma forma, executado pelo mesmo grupo [que matou Tim]".
A data coincidia com o sumiço de um metalúrgico pobre. Uma ossada foi encontrada, mas após três anos não havia sido feito exame de DNA para identificá-la. Neste caso, a polícia não se empenhou como no outro inquérito.
Conforme o "Aurélio", corporativismo é a "ação (sindical, política) em que prevalece a defesa dos interesses ou privilégios de um setor organizado da sociedade, em detrimento do interesse público".
Comparando o noticiário sobre as duas mortes (a respeito da do metalúrgico quase nada se divulgou), Ryff, hoje professor de jornalismo da PUC-Rio, comenta: "O jornalismo é mesmo um pouco corporativo, no mundo inteiro. Mas, se fosse um artista, também haveria destaque. Jornalistas têm predileção por casos simbólicos. Não há tempo e papel para cobrir todas as mortes. A diferença é entre os que têm voz na imprensa e os que não têm".
Concordo e anoto: há inegável interesse público em cobrir atentados contra jornalistas. Amaury Ribeiro Jr. informava sobre a realidade nefasta para os moradores do Entorno. Como Tim Lopes, no complexo do Alemão.

Ombudsman da Folha sobre os tiros no jornalista de Brasília

Tiros no jornalista
MÁRIO MAGALHÃES

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O ataque ao jornalista que se dedica a expor a tragédia social é tentativa de calar o jornalismo; deve ser enfrentado com mais reportagens --------------------------------------------------------------------------------

NO DIA 2 DE JUNHO de 1976, poucas semanas antes de completar 48 anos, o jornalista americano Don Bolles acionou a ignição do seu carro na cidade de Phoenix. Uma bomba explodiu, e 11 dias depois os ferimentos causaram a morte do repórter do diário "Arizona Republic". Ele investigava o crime organizado, e provavelmente sua morte foi encomenda de mafiosos.
Em uma reação inédita que jamais se repetiria nos EUA, 38 profissionais de 28 jornais e redes de TV se uniram no que seria conhecido como "Projeto Arizona": retomar e aprofundar a apuração que o colega assassinado tocava sobre fraudes em registro de terrenos.
Isso mesmo: embora buscassem informações e cobrassem das autoridades a elucidação do homicídio, eles se concentraram em desvendar as falcatruas. Seu recado: se matarem um jornalista, muitos outros virão para contar mais sobre os fatos cujo interesse em ocultar custou uma vida.
Os participantes produziram uma série de reportagens, reconhecida por numerosos prêmios jornalísticos.
No começo da noite da quarta-feira, um dos mais premiados jornalistas brasileiros, Amaury Ribeiro Jr., 44, estava em um bar em Cidade Ocidental (GO), na região conhecida como Entorno de Brasília, nas proximidades da capital.
Um adolescente entrou armado com um revólver calibre 38 e apressou o passo rumo ao repórter. Ribeiro Jr. pulou sobre o agressor, mas uma das balas disparadas perfurou-o na barriga. Até anteontem, vivo e ansioso para retomar o trabalho, ele seguia no hospital. O atirador fugiu.
O trabalho que o jornalista desenvolvera nas semanas anteriores para o "Correio Braziliense" fora um mergulho na violência do Entorno.
No balanço dos seis últimos meses, publicado no dia 4 passado, Ribeiro Jr. informou que foram assassinados no local 41 jovens de 13 a 18 anos e mais 109 de 19 a 26. Total de 150. Na maioria dos casos, os suspeitos são narcotraficantes.
Foi o prelúdio de uma seqüência de reportagens. A repercussão foi tamanha que o governo anunciou o envio da Força Nacional de Segurança.
Até a sexta-feira, os indícios sugeriam que a tentativa de assassinato foi um atentado contra o jornalismo. Um ato de represália à revelação de crimes e criminosos. Ribeiro Jr. escrevera no "Correio": "Na disputa com grupos rivais, bandidos obrigam jovens usuários de merla [subproduto da cocaína], endividados pelo vício, a trabalhar como pistoleiros do tráfico".
Entidades do Brasil e do exterior qualificaram o episódio como uma ação contra a liberdade de imprensa e exigiram a punição dos autores.
Editoriais e manifestos são justos e bem-vindos. Não é esse, porém, o papel mais relevante do jornalismo. A descoberta de quem tentou matar o repórter é urgente, mas a tarefa é, na essência, policial. Fazer justiça é prerrogativa da Justiça.
Há interesse público em reportar a barbárie vigente nas cercanias da sede do poder. Os municípios do Entorno perfilam entre os mais violentos do país. Afundam-se em uma degradação social temperada pela pobreza e a droga.
O ataque a um jornalista que se dedica a expor essa tragédia é também uma tentativa de calar o jornalismo. Deve ser enfrentado com mais reportagens, mesmo sem uma força-tarefa como a de 1976.
A imprensa cumpre sua vocação quando fiscaliza o poder, seja encarnado em um figurão do Senado ou em um exterminador da periferia. As agressões físicas a jornalistas precisam ser respondidas com jornalismo, monitorando e incomodando quem tem motivos para isso.

Fonte: Folha de S. Paulo

sábado, 22 de setembro de 2007

Música é com o pessoal da Faculdade Cantareira


http://www.cantareira.br/

Publicidade é com o pessoal da faculdade Cantareira


Visitem o site:
http://www.cantareira.br/

Jornalismo Investigativo é com o pessoal da Faculdade Cantareira


Quer ver mais?
http://www.cantareira.br/

Lugar de repórter é na rua, lembra Jorge Antonio Barros


Essa eu acabei de pescar no blog "Repórter de Crime", do meu querido amigo Jorginho. Vale a pena ler. Na foto, um carro blindado de O Globo.

Crônica de uma escaramuça da madrugada
Lugar de repórter é na rua, dizia meu saudoso chefe de reportagem José Gonçalves Fontes, já falecido, que formou gerações de repórteres.

Esta madrugada desviei rapidamente do caminho de casa para ir a um local de crime com a equipe de reportagem do GLOBO, do plantão da madrugada, coisa que não faço há muito tempo, embora esta cidade tenha um crime em cada esquina. A "saída", objetivo da reportagem no jargão das redações, era para um "intenso tiroteio entre policiais e traficantes no Morro do Borel", na Tijuca, considerada área nobre da Zona Norte, onde há muitos leitores de jornais. Já subi o Borel a bordo do Morcego Negro, um precursor do caveirão, criado pelo falecido delegado Antônio Nonato da Costa, então diretor da Delegacia de Repressão a Entorpecentes.

Avisei que em vez de ir diretamente para casa iria seguir com o repórter Marcelo Dutra e o fotógrafo Fernando Quevedo - uma dupla pitoresca, que já emplacou boas reportagens - levados no carro blindado do jornal, pelo motorista Monteiro. Uma espécie de "happy hour" às avessas.

"Editor não sabe o que é tiro na rua", brincou o repórter. "Editor mal reconhece o cheiro da rua", pensei comigo. Quem trabalha na cozinha do jornal fica concentrado só num tipo de adrenalina: a do fechamento da edição. Olho no relógio do PC, monitoramento no programa que visualiza o andamento das páginas, leitura de provas, chamadas na primeira, na página dois, refaz a chamada, título ruim, refaz, refaz, libera a página, olha a hora, gente, olha a hora. O tempo voa. A hora final não vale mais do que 15 minutos, se o tempo não fosse medido por relógio.

São 3h da manhã desta sexta-feira, às vésperas da primavera, e estou nessa esquina da Rua Conde de Bonfim, num dos acessos ao Morro da Casa Branca, na Tijuca. Nenhum sinal de polícia. As equipes de reportagem se concetraram sob uma marquise, bem longe da linha de tiro, à espera dos policiais que tinham mandado bala nos bandidos, que revidaram com mais vigor, até a chegada de reforços. A cerca de cem metros dos repórteres, um homem observa toda a movimentação, com certeza um olheiro do tráfico.

Na 19a DP (Tijuca), o único policial acordado ouve a história do chefe de uma das guarnições do Batalhão de Choque, que havia trocado tiros com os bandidos. Ele deve estar registrando queixa para justificar o prejuízo ao patrimônio público, a patrulha crivada de balas, que os policiais já trataram de remover. Deve ter virado uma peneira porque do contrário não a teriam guardado tão rapidamente.

Enquanto o sargento registra a "ocorrência", um grupo de soldados fortemente armados, vestindo coletes à prova de bala, descansa na sala de estar da delegacia. Lembra uma daquelas patrulhas de filme de guerra, mas nenhum deles dispõe de capacete. Conversam com alguns repórteres e dão sonoras gargalhadas ao ouvirem a história de que a patrulha havia sido atacada a pedradas. "Era chumbo mesmo", comenta um dos policiais. Felizmente foi uma escaramuça sem bala perdida.

Assim como os policiais não usam capacete, os jornalistas, com exceção de dois, tampouco usam os coletes à prova de bala, que fazem parte dos equipamentos de segurança dos carros blindados (foto) usados pelas equipes que trabalham de madrugada. Eu já fui plantonista da madrugada na década de 80, no JB, que não corria para tudo que era história. Uma coisa não mudou em 30, talvez 50 anos: os repórteres de crime, sobretudo na madrugada, andam em bando. Como um enxame de abelhas chegam e saem juntos dos locais. Em enterros, hospitais e delegacias, devem mesmo assustar as testemunhas, os policiais bandidos e, sobretudo, as vítimas e os sobreviventes. Olhando de longe, como se eu não fosse um deles, confesso que me senti ao menos no sopé da "Montanha dos Sete Abutres", o filme põe em xeque repórteres sem escrúpulos e sensacionalistas. Mas logo caí em mim. Eu também sou um deles. E, a despeito dos erros que não se limitam ao vernáculo, acredito que sem boa reportagem não há solução.

Agora o melhor de tudo é que essa crônica toda cabe numa nota de pé de página, o colunão, como chamamos no jargão da edição. O papel é realmente muito caro e tem que ser gasto com algo mais útil.

Jornais de ontem e de hoje, Carlos Heitor Cony

Belo artigo de Cony ontem (21/09) na Folha de S. Paulo.
Jornais de ontem e de hoje
CARLOS HEITOR CONY

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O "Correio da Manhã" foi uma exceção naquele tempo; a mídia apoiou compactamente o golpe perpetrado em 1964
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O ARQUIVO Nacional montou uma exposição sobre o extinto "Correio da Manhã", aproveitando a doação que Fernando Gasparian fez àquela entidade do extenso material que havia adquirido da massa falida do jornal.
Além da mostra, houve palestras e debates sobre o período histórico a que pertenceu o "Correio", cuja atuação na vida nacional pode ser medida pela entrevista de Carlos Lacerda com José Américo de Almeida, furando a censura do Estado Novo e dando o chute inicial para a redemocratização do país, em 1945.
Mais tarde, em 1964, após combater com violência o governo de João Goulart, no dia seguinte ao golpe de Estado, o jornal foi o primeiro - e, durante muito tempo, o único- a condenar o regime militar, denunciando torturas, violências e prisões.
Em dezembro de 1968, com a edição do AI-5, não houve condições para manter a linha de independência e combate à situação instalada no Brasil. Teve a Redação invadida; prisão de sua proprietária, Niomar Moniz Sodré, que ficou semanas na mesma cela das prostitutas apanhadas pela ronda policial; prisão de seus principais redatores; boicote total da publicidade pressionada pelo governo -o "Correio" tornou-se que nem a família do poeta: "Uma fotografia na parede".
Convidado a visitar a exposição, fui ver as fotos nas paredes do Arquivo Nacional, o grande Otto Maria Carpeaux com alguma coisa de gótico em seu rosto de judeu vienense; Carlos Drummond de Andrade, que era então o C. de A. de crônicas antológicas; Antônio Callado mocinho, elegante como o único inglês da vida real (a classificação é do Nelson Rodrigues); Luís Alberto Bahia, sem a cabeleira branca de seus últimos anos, mais do que nunca um clone visual de Leon Trótski; e Oswaldo Peralva, José Lino Grünewald, Márcio Moreira Alves, Hermano Alves, Antônio Moniz Vianna, o mais influente crítico de cinema de sua época. E dois de seus diretores de redação em momentos importantes do jornal: Edmundo Moniz e Janio de Freitas.
Quanto à palestra, além das abobrinhas de praxe, recebi uma pergunta sobre a diferença da imprensa daquela época com a imprensa de agora. O jovem culpava os jornais que hoje se publicam de todos os males de nossa vida pública, inclusive no episódio da absolvição do presidente do Senado.
A leitura superficial que ele fizera da reprodução de algumas páginas do "Correio" dera-lhe a impressão de que a imprensa cumprira um papel que hoje não cumpre mais.
Tive de explicar que o caso do "Correio" foi uma exceção naquele tempo. A mídia apoiou compactamente o golpe de 64, somente mais tarde, em 1968, vésperas do AI-5, começou a tomar uma posição de velada crítica ao regime, uma vez que a censura em vigor impedia a manifestação de pensamento contrário ao regime militar.
E quanto à mídia de hoje, considerei o jovem mal informado. Desde que estou na pedreira -faz 60 anos, nunca vi tamanha e tal unanimidade de opiniões e de cobertura factual dos escândalos de nosso tempo, notadamente no caso (e nos casos) criados pelo presidente do Senado.
Pelo contrário: está havendo uma corrida de Fórmula 1, uma emulação para ocupar o pódio, sagrando como vencedor o jornal, editorial, coluna ou noticiário que mais condene tudo o que está havendo na vida nacional.
Num só dia, lendo revistas e jornais, anotei expressões que estão sendo usadas para designar os vilões da política que agora se pratica: bandidos, salafrários, energúmenos, piratas, descarados, moluscos, assaltantes, caras-de-pau, depravados, facínoras, meliantes, cafetões, estelionatários, chantagistas. Houve até quem os chamasse de "sicofantas" -que eu suspeitei ser alguma coisa de abominável e que me obrigou a uma consulta ao dicionário.
Não cheguei a medir, mas acho que, por centímetro quadrado das páginas da imprensa que condenam o presidente do Senado, nunca houve cobertura tão unânime e violenta. Se um décimo de cobertura semelhante tivesse acontecido em 1964, talvez o país não tivesse entrado nos chamados anos de chumbo.
Tentei explicar tudo isso ao jovem que me interpelou. Parece que não adiantou. Ele continuou achando que a imprensa está decadente: "Ninguém dá importância ao que hoje se publica".

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Dadá Maravilha comentando jogo é dose! Cá entre nós

Atletas "jornalistas", uma fraude
Luiz Carlos Ramos
(Publicado originalmente no Unidade nº 300 (setembro/2007), do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo)

Oscar, Hortência, Geovani, Virna, Gustavo Borges, Aurélio Miguel e Robson Caetano. Eles merecem entrar em qualquer lista dos melhores atletas brasileiros dos últimos 20 anos: conquistaram títulos e medalhas de basquete, vôlei, natação, judô e atletismo. Foram competentes nas quadras, pistas, tatamis e piscinas. As pessoas certas, nos lugares certos, nas épocas certas. Com eles e com mais um punhado de grandes atletas do passado e do presente, o Brasil tem provado que já não é apenas o "País do Futebol", apesar de ser ridícula e irresponsável a campanha de dirigentes, de uma parte da mídia e do presidente da República para tentar nos convencer de que somos potência esportiva, em condições de até promover a Olimpíada de 2016.

Tudo bem. Como atletas, eles foram excelentes. Mas como se portam na tarefa de comentar competições para emissoras de TV e rádio, para jornais e para sites de internet, como aconteceu no Pan do Rio, em julho? Eles são péssimos, com raras exceções. Podem ter conhecimento sobre a modalidade esportiva em que se consagraram, mas, geralmente, não têm domínio da palavra e acabam ficando "em cima do muro" ou fazendo política para beneficiar esta ou aquela ala de dirigentes, técnicos e atletas. O resultado é negativo. Culpa deles? Não. Culpa de quem os contrata. No caso, a culpa é das empresas e dos jornalistas chefes de equipes que resolvem superpovoar seus quadros de cobertura dos Jogos Pan-Americanos e de Olimpíadas com um número exagerado de ex-atletas, pessoas conhecidas do grande público, mas ignorantes em termos de comunicação.

O "esporte-base"

É claro que poderia ser lembrado o fato de esse tipo de "reforço" às coberturas esportivas também contribuir para burlar a já tão maltratada lei que regulamenta a profissão de jornalista. Mas fiquemos apenas com o lado técnico. O pior é que alguns desses ex-atletas não se limitam a tentar ser comentaristas: também se aventuram na missão de fazer reportagens e entrevistas. Uma loucura!

E mais: essa situação não se resume ao Pan. No dia-a-dia, temos uma infinidade de ex-jogadores de futebol que mantêm colunas em jornais e espaço em rádio, TV e internet. Na maioria dos casos da mídia impressa e da internet, nem são eles que escrevem: os tais famosos recorrem à cumplicidade de alguém alfabetizado, um jornalista, que funciona como ghost writer.

No entanto, grande parte da responsabilidade por essa situação não é só de empresas e de ex-atletas: é de uma parcela de jornalistas esportivos que, ao longo de suas carreiras, nunca tentaram ir além da condição de "boleiros", já que fazem do futebol o restrito campo de sua atividade monotemática. A cada Pan e a cada Olimpíada, percebe-se o despreparo de inúmeros profissionais para reportar e comentar modalidades esportivas como atletismo, natação e judô, por exemplo. O atletismo é o "esporte-base", mas são poucos os repórteres em condições de mostrá-lo em detalhes, em profundidade.

Poupar o telespectador

O último dia da Olimpíada de Atenas, em 2004, teve um dos fatos mais inusitados de todos os tempos: um atleta sendo agarrado por um maluco quando liderava a maratona. E esse atleta era brasileiro! O herói Vanderlei Cordeiro de Lima. Naquele dia, foi péssima a cobertura dada pela mídia do Brasil ao ocorrido. Nossa mídia acordou só no dia seguinte, quando a chama olímpica já havia sido apagada do estádio.

Uma vez que teremos nova Olimpíada em agosto de 2008, em Pequim, é de se esperar que os futuros enviados especiais comecem a ter algo além de lições de chinês. Que tal saber a diferença entre salto em altura e salto em extensão ou conhecer a verdadeira posição do Brasil entre os países da melhor natação do mundo? Assim, talvez consigamos convencer o cestinha Oscar e seus "colegas" de trabalho no Pan a ficar em casa, junto às suas galerias de troféus, assistindo à Olimpíada pela TV. Apenas assistindo. E poupando os telespectadores.

Fonte: Observatório da Imprensa

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Fotosacana - 4

Falando de saco, com elegância

Que belo texto do Ruy Castro na Folha de hoje. Até pra escrever sobre um simples saco, o cara é bom. Tem conteúdo e tem charme. Gostoso de ler.
Sacos indestrutíveis
RUY CASTRO
A humanidade deve muito a uma dona-de-casa americana chamada Margaret Knight. Em 1869, ela resolveu um problema que a aborrecia sempre que voltava do mercadinho. Ao descansar o saco de ovos em cima da pia, eles carambolavam uns sobre os outros, quebravam-se e faziam uma lambança sobre o tampo de mármore. E tudo porque, segundo um conceito categórico e eterno, os sacos vazios não paravam em pé.
Margaret decidiu criar um saco que, mesmo vazio, parasse em pé. Com isso, não só derrotaria aquele fatalismo filosófico como seus ovos deixariam de carambolar. Assim, com a simples inserção de uma lâmina de cartolina no fundo do saco, inventou o saco de fundo chato. O saco ficou em pé, os ovos se acomodaram com perfeição e, graças a Margaret, as donas-de-casa levaram os cem anos seguintes felizes da vida com seus sacos de papel pardo, que passaram a servir para transportar tudo, inclusive ovos.
Até que, a partir de 1970, os sacos plásticos substituíram os de papel e, além de não parar em pé, soterraram o planeta com sua vulgaridade, feiúra e, olha só, indestrutibilidade. Julgando-os "descartáveis", só há pouco descobrimos que cada um levará cerca de 500 anos na natureza até ser absorvido por ela -se um dia o for.
Mas nem tudo se perdeu. O governo do Estado do Rio (por cujo comércio circulam um bilhão de sacos plásticos por ano, intoxicando mares, rios, parques, matas e trilhas) acaba de entrar com um projeto de lei propondo a substituição desses sacos por outros feitos de material orgânico e reutilizável, como malva ou algodão. Por inevitável, prevê multas pesadas para os comerciantes que não aderirem.
Esse projeto precisa passar, para servir de exemplo. E melhor ainda se os novos sacos tiverem o fundo chato e pararem em pé.

domingo, 16 de setembro de 2007

A frase (jornalistica) da noite

Acabei de ouvir a Patrícia Kogut falar no programa da Marília Gabriela:
"Quem revela a fonte é água mineral" (Aldir Blanc)

Ética na Folha (Ombudsman Mário Magalhães)

Folha amplia normas sobre ética
O jornal alterou o verbete "ética" do "Manual da Redação". Impôs novas regras de conduta aos jornalistas. O objetivo, de acordo com circular assinada pela editora-executiva Eleonora de Lucena, é "ampliar a transparência da Folha em relação a seus leitores".
O principal acréscimo: "Para evitar real ou aparente conflito de interesse, o jornalista da Folha não deve possuir ações de empresas sobre as quais escreve com regularidade. A recomendação vale para todos os profissionais, não apenas para aqueles que cobrem o mercado financeiro. Por exemplo, jornalistas que cobrem saúde não devem ter ações de planos de saúde, quem cobre o mercado imobiliário não deve manter ações de construtoras".
A norma se assemelha à do americano "The New York Times". Antes, o "Manual" condenava genericamente a atuação "em interesse próprio, escrevendo sobre empresa ou negócio com que tenha relação, mesmo indireta".
A emenda elimina ou atenua na Folha a "absurda ausência de auto-regulamentação [da imprensa] sobre conflito de interesses: não deveria investir na Bolsa jornalista que apura, edita ou comenta o mercado financeiro". É o que escrevi aqui há quatro semanas sobre a proposta da Comissão de Valores Mobiliários de intervir na atividade jornalística e cerceá-la.
Há outras novidades. Exemplo: "É proibido ao jornalista pedir ingresso para eventos culturais, como shows e peças de teatro. Sempre que possível, a Folha pagará pelo ingresso dos profissionais que forem cobrir tais eventos".
De fato, a "camaradagem" incentiva a promiscuidade contraditória com a independência jornalística. Lamento, contudo, que o veto se limite a "pedir". "Pedir" não pode, mas "receber", se vale o escrito, parece liberado.

O olhar político da Fotografia


MAIS uma vez uma bela visão do ombudsman da Folha, Mário Magalhães, em sua coluna de hoje. É justamente isso que tento passar em algumas das minhas aulas.

Ilusão de ótica
É compulsório, mas insuficiente, não manipular imagens e recusar encenações; a fotografia deve retratar a realidade, e não distorcê-la

SOBREVIVE em concepções passadistas do jornalismo o olhar que reduz a fotografia a adorno, com função exclusivamente estética. Conforme esse anacronismo, a imagem seria para o texto o que a moldura é para a pintura: uma companhia desimportante.
Como afirma o "Manual da Redação", "a maneira mais convencional e acomodada de encarar a fotografia é tratá-la como um mero complemento da informação escrita. [...] O recurso visual do jornalismo impresso moderno deve ser entendido como uma possibilidade [...] suplementar à informação textual".
Na quarta, o Senado absolveu seu presidente, Renan Calheiros, em processo de cassação. O país sabe hoje mais sobre os negócios do antigo devoto collorido, depois fernando-henriquista e agora lulista que antes das revelações inauguradas com um "furo" da revista "Veja".
Mesmo sem brilho, a Folha fez um bom trabalho e cumpriu o papel jornalístico de fiscalizar o poder. Na essência, fez o que deveria fazer. Em contraste, durante a crise em curso o jornal veiculou fotos que sugeriam o abandono do presidente do Congresso. Ou seja, desinformou -Renan estava longe do isolamento.
É compulsório, mas insuficiente, não manipular imagens e recusar encenações ludibriantes. Como a fotografia, feito o texto, é unidade informativa, ela deve retratar a realidade, e não distorcê-la. Ao exibir Renan solitário em meio a cadeiras vazias, a informação nem tão subliminar era que ninguém o acompanhava.
Igualmente impróprio é mostrar Renan olhando para um lado e José Sarney para o outro. Mensagem: eles divergem. Fato: são aliados.
O fotojornalismo interpretativo pode, no entanto, informar melhor que um tijolaço de escritos. Quando Lula aparenta passar a mão na cabeça de Renan, evidencia-se a bênção do Planalto.
Como na fotografia do general-presidente (1979-85) João Baptista Figueiredo à civil, mas dando a impressão de usar o quepe que era de um militar atrás dele.

sábado, 15 de setembro de 2007

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Fotosacana 2: Rosinha Garotinho


Tudo bem que ela merece. Mas foi "sacanagem" do Mestre Ancelmo divulgar essa foto da dona Rosinha. Reparem no modelito, no cabelo e nos olhos. Se eu fosse ela, mandava o Ancelmo de volta pro estado do Sergipe.

É por isso que odeio jornalistas! (rs)

Jornalista não pode errar


Não é a primeira vez que a troca de assinatura em artigos acontece com o Veríssimo. Me lembro que já ocorreu no Globo também.Dessa vez foi o "Estadão" que errou (ver destaque em vermelho). É preciso estar atento e forte na edição.

João Luiz de Albuquerque é bom pro meu currículo



Acabo de chegar da noite de autógrafos do novo livro do Roberto Assaf, jornalista esportivo e colega professor da FACHA (gente boa, apesar de flamenguista). Encontrei alguns alunos e ex-alunos; entre eles, o Marcos Eduardo Neves, autor das biografias de Renato Gaúcho, Heleno de Freitas e Roberto Medina, hoje repórter do JB. Marquinhos já foi longe e vai ainda mais.

Encontrei um dos maiores gurus e incentivadores que tive na vida: JOÃO LUIZ DE ALBUQUERQUE. Figura conhecida nos meios intelectuais, jornalísticos e boêmios do Rio. Tricolor sadio que vai ficar na história, entre outros motivos, por ter invadido o campo pra bater num goleiro frangueiro do seu time. Tem fotos disso.

João é o autor do prefácio do livro do Roberto e escreveu uma dedicatória pra mim que elevou ainda mais o meu ego. E qual filho único e pisciano que não gosta disso? Mentiu um pouco, claro. Afinal, sempre foi muito gentil comigo. Mas essa onda eu vou curtir e mostrar pra minha "multidão" de leitores.

Há anos conto duas histórias do João pros meus alunos. Uma sobre um convite que ele recebeu pra cobrir o Festival de Jazz de Montreux, na Suíça; outra sobre uma matéria que ele escreveu falando de clichês em textos jornalísticos. Duas aulas. Ele prometeu conversar com os meus alunos da FACHA. Já estou cobrando.

Caros palhaços, Caros Amigos


IMPERDÍVEL a "Caros Amigos" que acaba de chegar às bancas do Rio. Bota as dondocas e dondocos do "Cansei" do João Dólar Jr. no seu devido lugar. Como levar a sério um movimento que tem como uma espécie de "musa" a Hebe Camargo, que é fã do Maluf?

E tem uma matéria de Roberto Manera, meu primeiro chefe de reportagem no Segundo Caderno de "O Globo", a quem devo a publicação da minha primeira matéria especial de página inteira e o gosto pela motocicleta. À época, ele tinha uma Honda 400 Four, a mais bela moto que já vi na vida. E é uma figuraça!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Pizza fresca. Direto de Brasília

Sai uma foto pra viagem!

Notícia de merda (desculpem o termo)

Pedro Cruz manda a dica. Quem lê tanta notícia? Já perguntava mestre Caetano em "Alegria Alegria!".

Mulher joga saquinho de cocô na casa da vizinha
O caso foi parar no plantão policial de Franca

Uma briga de vizinhas por causa de lixo acabou terminando de uma forma bizarra em Franca na noite desta segunda-feira. Uma mulher evacuou em um saquinho de plástico e arremessou contra a casa da vizinha, que foi surpreendida com a grotesca surpresa caindo perto de sua cozinha justamente quando preparava o jantar.

A ação foi denunciada à polícia pela dona-de-casa V.M.J., de 50 anos, moradora na rua João Pienta de Oliveira, no Jardim Paulistano. Segundo o escrivão Rogério Primo o problema é que ela vinha se desentendendo com a vizinha, J.P., porque uma estaria colocando o lixo na calçada da outra.

Nesta segunda-feira a vizinha teria tomado uma atitude impensável. Teria arremessado contra a casa da rival um saquinho cheio de fezes e que ao cair estourou causando uma horrível sujeira. Indignada, a dona-de-casa diz que tentou tomar satisfações e ainda levou um tapa no rosto desferido pela vizinha.

O caso foi parar no plantão policial de Franca, sendo registrado como injúria real e perturbação da tranqüilidade. Agora será melhor apurado pelos investigadores do 3º Distrito Policial.

Fonte: Cosmo On Line

Renan Calheiros apela pra Santa!


Bela e signigicativa foto do Renan Calheiros hoje na capa da Folha. O cara apelou brabo!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

A velhinha "empata-transa" (pra não escrever outra coisa)

Meu ex-aluno Saulo Machado envia uma história hilária que aconteceu com ele no show do Maurício Menezes. Publicou no comentário sobre o show do Maurício (abaixo), mas destaco aqui.

Saulo Machado disse...
"Eu tenho uma história sobre a peça do Plantão. Quando eles ficaram em temporada no Teatro Serrador, no Passeio Público, eu recebi um ingresso numerado, para o sorteio da camisa da peça.

Eu perdi o papel. O próprio foi sorteado no fim do espetáculo. Ninguém levantou a mão, claro. Pensei e acenei dizendo que o número era meu mas que havia perdido o bilhete.

Teatro estava lotado. O Maurício percebendo que ninguém havia se manifestado até quis me dar a camisa. Mas logo surge aquela velhinha, aquela que senta sempre lá na frente e chega cedo, e em altos brados começa a reclamar, dizendo que tinha que sortear um novo número. Fiquei sem a camisa".

Jornalismo: profissão perigo


Deu na coluna "Por dentro do Globo"

Mais uma sobre o futuro do Jornalismo


Deu na coluna do Nelson Vasconcelos no Globo.

Dica de livro: "Edição e Design"


Guia fundamental para editores, diretores de arte e designers
Para aqueles que estão interessados em saber mais sobre design de revistas, foi lançado em português a versão do livro Editing by Design, de 1974 que foi e é considerada obra fundamental em edição e design, desde então. A edição atualizada aborda em mais de 20 capítulos, diversos assuntos como tipografia, simetria e assimetria, capas e páginas internas, margens, boxes, colunas, entre outros.

Fonte: Faz Caberhttp://fazcaber.globolog.com.br/

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Maurício Menezes oferece uma "boquinha"


Meu amigo Maurício Menezes está propondo um desconto especial (preço de ocasião) pros meus alunos que quiserem assistir ao show dele no Teatro Princesa Isabel, em Copacabana. Quem quiser participar da "boquinha", é só entrar em contato comigo. Vale a pena. O Maurício é uma figura, do bem e o show é engraçado pacas. Se alguém não gostar, ele devolve a grana da entrada com juros, correção monetária e ainda promete mudar de time. Passa a torcer pelo Botafogo.

Mais detalhes no site do Plantão:
http://www.plantaodenoticias.com/index1.php

Le Monde Diplomatique Brasil 2 nas bancas e nas minhas mãos


Já estou lendo. Muito boa. Vou colecionar também. Só que estou fora de casa, sem scan e o site da revista ainda não tem a imagem da capa. Mas quem quiser ler, que vá comprar, pô!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Revista Good Year é tema de trabalho


Meus amigos
Estou desenvolvendo com os meus alunos de Secretaria Gráfica da FACHA Méier um trabalho sobre a revista Good Year, que marcou época nos anos 80 em Comunicação Empresarial. Era uma publicação inovadora, editada por Célia Cambraia, Geraldo Mayrink, Takeshi Assaoka (Arte) e Eduardo Simões (Fotografia). Uma revista empresarial disputada por profissionais de redação a cada mês. Publicava textos e fotos de repórteres do "primeiro time do Jornalismo brasileiro" (desculpem o clichê). Já contatamos alguns dos profissionais da revista. Quem puder ajudar, será bem-vindo.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Revista IMPRENSA nas bancas, de São Paulo


Vou comprar assim que a revista chegar ao Rio. O site da revista destaca as seguintes matérias:
Exclusivo: Saiba quanto ganha o comunicador brasileiro
IMPRENSA divulga com exclusividade o resultado da mais ampla pesquisa já produzida no Brasil sobre a remuneração no mercado de comunicação empresarial

Internacional: O que leva os industriais franceses a se interessarem tanto pelos jornais?
Na terra da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", os principais diários estão nas mãos de potentes grupos econômicos

Caderno I: Oui, nós temos Le Monde!
O tradicionalíssimo periódico francês Le Monde, referência da esquerda nas bancas do velho continente, chegou ao Brasil em agosto. Editado pelo Instituto Polis,o jornal possui conteúdo denso, com textos longos e linguagem bastante sofisticada.

Resenha: "A Mídia nas Eleições de 2006" é mais que um livro, é munição
Durante a grave crise política de 2005, muita gente dava como certo o fracasso de Lula nas eleições do ano seguinte. Acreditaram que o "mensalão" seria argumento mais que suficiente para tirar o PT do poder. Não foi.

Especial Código de Ética: Especialista em ética, colombiano Javier Dario Restrepo critica os assessores de imprensa
Especialista em ética, colombiano Javier Dario Restrepo critica os assessores de imprensa

Sindical: Os mandamentos da FENAJ
Depois de 20 anos em vigor, o Código de Ética da FENAJ passa por uma reforma para se adaptar aos novos tempos. Mas ainda é desconhecido na maioria das redações

Zélio Alves Pinto reclama: "A mídia impressa é muito sovina com o espaço dedicado para a charge"
O precursor dos salões de humor no Brasil, abriu seu ateliê para IMPRENSA.

Otávio Frias Filho: Entrevistamos o diretor do jornal mais lido do país
Os cabelos estão grisalhos, mas os hábitos espartanos ainda são os mesmos. Pouco mais de duas décadas depois de assumir a redação da Folha de S.Paulo, Otávio Frias Filho afirma que o jornal chegou apenas na metade do caminho. E que a imprensa apenas arranha a superfície dos problemas.

piauí nas bancas e na minha mochila


Já estou lendo desde a semana passada. Imperdível o texto do Sandro Vaia, sobre o Estadão. Estou lendo também o texto sobre o Guevara.

sábado, 1 de setembro de 2007

Aula: "Só escreve bem quem pensa bem"

Não coheci o Onaga, mas é sempre chato saber da "ida" de um colega. Mas destaco o belo texto do Wladir, que também não conheço, no "Observatório da Imprensa". Uma aula de Jornalismo.

HIDEO ONAGA (1921-2007)
Um chefe rigoroso, explosivo e carinhoso
Wladir Dupont

Difícil, quase impossível, fugir aos temidos clichês e os manjados truques do ofício para falar da morte de um grande amigo e mestre inesquecível, mas o desaparecimento, no sábado (25/7), do jornalista Hideo Onaga representa para a imprensa brasileira, a paulista sobretudo, uma perda enorme.

Embora afastado do dia-a-dia das redações há muito tempo – primeiro dedicado a assessoria pessoal do ex-ministro Shigeaki Ueki, depois, nos últimos três anos, derrubado por um derrame devastador – Onaga-san, como era conhecido por seus amigos, modesto, não se gabava de seu extenso e magnífico currículo, mas bem poderia fazê-lo.

De fato, para começar, com pouco mais de vinte anos, ele foi um dos grandes repórteres dos anos 1940, no grupo Folhas, de onde saiu em 1954 para ser chefe de redação de uma nova revista lançada dois anos antes, a então quinzenal Visão. Ao lado do carioca Jorge Leão Teixeira e de outro bom repórter e redator, seu cunhado José Yamashiro, e mais tarde um jovem brilhante, Washington Novaes, Hideo deu um perfil altamente profissional, sério e sóbrio à revista, depois mensal, que até a chegada de Veja, em 1968, foi a leitura semanal de gente bem informada na política, nos negócios e na economia.

Só escreve bem quem pensa bem

Em Visão, na condição de chefe, ele não mais fazia reportagens: lia e editava os textos escritos pela equipe, da qual fiz parte como um foca ansioso, na pequena redação da rua Sete de Abril, no centro paulistano. Lápis na mão, rigoroso, ele corrigia as matérias, mas não lhes agregava tempero especial, limitando-se a checar as informações e conferir a seqüência informativa, a estrutura das frases. Exigia, sempre, precisão e correção. Com a ponta do lápis, ele dava uma batidinha em cada palavra, correndo assim o texto rapidamente. E coitado de quem errasse uma cifra ou um nome. Levava uma tremenda bronca, não poucas vezes na base do berro amedrontador. (Ele era explosivo, com facilidade partia para o grito, mas também um chefe carinhoso, que logo depois se aproximava do ofendido como se nada tivesse acontecido.)

Tempero e firulas de estilo ficavam por conta de Leão Teixeira, que, formado na grande escola do Correio da Manhã, canetinha bic em punho, editava, consertava, ajeitava, com um toque leve e bem-humorado, qualquer texto, até de colaboradores com bons assuntos, mas ruins de escrita. No final do processo, tanto Hideo como Leão Teixeira sabiam que contavam com a espantosa meticulosidade de Ruy Onaga, um dos maiores revisores da imprensa brasileira. Por Ruy, irmão de Hideo, não passava nada: nem erros de informação e, muito menos, de português.
Depois de Visão, onde ficou cerca de dez anos, Hideo andou por outros órgãos de imprensa, reformando publicações, formando novas gerações com seus amplos conhecimentos jornalísticos, que ele exercia na plenitude, fosse escrevendo ou editando.

Daqueles meus tempos formativos da rua Sete de Abril, depois na Bráulio Gomes, guardo uma das muitas lições de Onaga-san, que muito me serviria ao longo da carreira, no momento, sempre angustiante, de começar a escrever uma matéria: "Olha aqui, garoto, só escreve bem quem pensa bem".

Revista para gays


Para os meus amigos gays.

Fonte: coluna "Gente Boa", do Joaquim Ferreira dos Santos, em O Globo

Veríssimo e a ironia



E mais uma vez um texto de Luis Fernando Veríssimo causa polêmica e não é comprendido por alguns leitores. Alguns por discordarem politicamenete, outros por não entenderem a ironia. E não é a primeira vez que isso acontece. Da outra vez, o escritor fez uma ironia sobre o fato de o presidente Lula beber um caríssimo vinho francês. Choveram mensagens na redação do Globo. Veríssimo escreveu um outro texto e disse que quando voltasse a escrever textos no estilo, escreveria: "Atenção: ironia". Algo assim. Mais uma vez estou com o mestre gaúcho e botafoguense. E concordo que as pessoas têm dificuldades com a ironia.

Que ironia!

Zé Pereira, a revista


E não é que a aluna Zazá me furou ontem na sala de aula! Confesso que não conhecia ainda a revista Zé Pereira.

A revista, mensal de variedades cariocas, foi criada pelo casal de jornalistas e cineastas Anna Azevedo e Eduardo Souza Lima, o Zé José. O primeiro número destaca desde um perfil de Tia Doca da Portela (por Anna Azevedo e Michael Ende) até poema de Laura Erber ilustrado por ela mesma, passando por matérias sobre a despoluição da Baía de Guanabara (por André Vieira) e sobre a música de zona (Rodrigo Fonseca e Marcello Quintanilha). Contos, crônicas, quadrinhos e ensaios fotográficos também dão as caras na revista. A atriz Leandra Leal publica um artigo sobre as inquietações de sua geração. O escritor Marcelo Moutinho dá a partida no folhetim serial e coletivo As Aventuras de um Zé Pereira. A capa é do cartunista francês Jano, sobre quem os editores fizeram o doc Rio de Jano.

Fonte: Docblog (http://oglobo.globo.com/blogs/docblog/post.asp?cod_Post=63558&a=74)

Revista da Semana nas bancas


Comprei e já dei uma espiadinha. Pelo que vi é uma espécie de jornal Extra da Veja. Ou seja: vai ser para a Veja o que o Extra é para O Globo. Deu pra entender, né? Mas vale a proposta.