terça-feira, 12 de junho de 2007

Calculando multidões


A foto da capa da Folha de ontem é marcante. Não coube sozinha no "scaner"; por isso reproduzo a capa inteira. Mas será que a Folha acertou no cálculo? Quase 3,5 milhões de pessoas! Calcular público sempre foi um desafio para os jornalistas. Cobri a campanha das Diretas, comícios de candidatos (como o de Brizola na Cinelândia) e muitos outros. Os organizadores calculam uma coisa, a PM outra e os jornalistas "imaginam". A própria Folha "inventou" o sistema de calcular por metro quadrado nos anos 80. Hoje, no mesmo jornal, um leitor protestou:

"A av. Paulista tem 2.800 metros de comprimento por 48 de largura. Portanto, 134.400 m2. Admitindo que cada m2 comporte a presença de até 6 pessoas, temos que ela comporta a presença de no máximo 806.400 pessoas. Estou cansado de ouvir que a Parada Gay, a Marcha para Jesus e outras manifestações reuniram 2 ou 3 milhões de pessoas na avenida. A imprensa em geral e esta Folha em particular precisam ser mais criteriosas. Parem de chutar números: peguem uma calculadora e façam as contas."

O assunto é tema de debate também no blog de Mestre Ancelmo:

"gays
O cricri da passeata
O anúncio de que havia 3,5 milhões de pessoas nesta passeata gay de São Paulo, domingo, fez um cricri parar e fazer as contas. O danado conferiu um mapa digitalizado da Avenida Paulista, com todas suas dimensões, e garante:
- Se a Paulista, do Paraíso à Consolação, tem 2.500m de comprimento e 55m de largura, são 137.500m2, então. Com uma pessoa por metro quadrado, seriam 137.000. Mas, se eram 3,5 milhões, havia 25 pessoas por metro quadrado, o que é impossível.
É. Pode ser."


Um amigo me enviou e-mail comentando:
"3,5 milhões na Paulista?! Nem se o pessoal estivesse agarradinho caberia...".



Mas, cá entre nós, com todo o respeito à "catigoria", como diria a personagem de Camila Pitanga na novela das 8 (ou das 9): "Haja bicha!".

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