quarta-feira, 28 de julho de 2010

Antologia do Colunismo: "crasse" é "crasse"

Deu hoje na coluna do Ancelmo.

Qualquer um pode ser repórter?

Deu no Comunique-se.


Motorista da TV Sergipe vira repórter e faz entrevistas

Anderson Scardoelli
Um motorista da TV Sergipe, afiliada da TV Globo, teve que mudar de função e virar repórter. Como a equipe da emissora estava incompleta, ele pegou o microfone e fez entrevistas durante uma manifestação em um posto de saúde na zona Norte de Aracaju, no dia 20/07.
Em nota publicada no site do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, o presidente da entidade, George Washington Silva, criticou o fato e acusou a emissora de desrespeitar a legislação. Segundo ele, a profissão de motorista merece respeito, mas o Jornalismo precisa ser tratado com seriedade.
“A empresa incorre em uma irregularidade trabalhista, pois o motorista está acumulando duas funções. Em face disso, vamos notificar a Superintendência Regional do Trabalho”, disse Silva.
A diretora de Jornalismo da TV Sergipe, Ligia Tricot, afirmou que o caso foi isolado. Ela alega que o motorista não chegou a fazer a reportagem, apenas “pegou o microfone para fazer as sonoras”, pois o repórter escalado para cobrir a manifestação ainda não havia chegado ao local.
“Foi uma exceção infeliz, um ato falho que não irá ocorrer novamente. A TV Sergipe respeita a legislação e os jornalistas”, afirmou Ligia.

terça-feira, 27 de julho de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Jornalismo online leva repórteres à exaustão

Deu no Portal Imprensa:

Jornalismo online leva repórteres à exaustão em pouco tempo, diz reportagem do NYT
Redação Portal IMPRENSA
O jornal norte-americano The New York Times observou em matéria publicada, na última quinta-feira (22), que os jornalistas sofrem cada vez mais cedo de fadiga e exaustão.
O cansaço e estresse citados pelo jornal dizem respeito ao ritmo frenético e constante a que os repórteres são submetidos por conta da atuação em mídias online. Enquanto nos jornais impressos a adrenalina se concentrava na hora do fechamento, nas redações online, os repórteres mais jovens produzem durante todo o expediente.
A reportagem cita o exemplo do site Político, que cobre a área da capital Washington. Segundo o NYT, os repórteres do portal recebem e-mails de seus chefes, durante a madrugada, reclamando de matérias que saíram em sites concorrentes.
Na redação do portal Gawker, em Manhanttan, por exemplo, uma televisão mostra as matérias mais lidas em tempo real e apresenta o nome do autor e o número de vezes que a página foi acessada. Este ambiente de cobrança, segundo o NYT, gera alta rotatividade em algumas redações.
A coordenadora do programa de mídia digital da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, Duy Linh Tu, afirmou que está preocupada com o "burnout": "Quando meus alunos aparecem para uma visita, eles carregam a exaustão de uma pessoa que vem trabalhando há uma década, não um par de anos".
De acordo com a reportagem, outro motivo da fadiga pode estar no tipo de notícia que os repórteres são obrigados a buscar para preencher as necessidades dos meios digitais. Em vez de se dedicar à busca física pela matéria, os repórteres navegam na Internet à procura de qualquer assunto que possa gerar pageviews.
O Knight Center for Journalism in the Americas cita o blog Salvar um Jornalista, de um ex-repórter espanhol, que expõe depoimentos fictícios sobre os problemas nas redações e uma página de denúncias.
Leia mais

domingo, 25 de julho de 2010

Ferreira Gullar e Wilson Figueiredo sobre o triste fim do JB

Ferreira Gullar e Wilson Figueiredo, que fizeram história no Jornal Do Brasil escrevem hoje na Folha sobre o triste fim do "Jornal da Condessa". Escaneei uma parte. Quem quiser ler na íntegra que compre o jornal ou procure no site da Folha de S. Paulo.

Manaual do freela. Quanto custa meu design?, o livro

Deu na Folha. Parece interessante. Principalmente para profissionais iniciantes.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Radionor (tum tum tum). Se é cria do Sergio Vasconcellos é bom


Meu amigo Sergio Vasconcellos, um dos criadores da Rádio Fluminense, a Maldita, acaba de avisar que vai lançar o programa RadionorPor enquanto, ainda em fase de experiência. Não ouvi e já gostei. Quer conferir? Clique aqui.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Ai que saudades do JB!

Belíssimo texto sobre o fim do JB no impresso, escrito pelo meu "camaradíssimo" Jorge Antônio Barros, editor-adjunto do caderno Rio de O Globo,  publicado no seu blog "Repórter de Crime", e reproduzido no "Observatório da Imprensa".


JORNAL DO BRASIL
E-mail para a condessa
Por Jorge Antonio Barros em 20/7/2010
Se houvesse correio eletrônico para o céu, gostaria de enviar um e-mail para a Condessa Maurina Pereira Carneiro, que foi a dona de um jornal que povoou o imaginário de gerações de jornalistas e leitores de jornal bem informados e sintonizados com seu tempo. Como nunca vivi, nas últimas 3 décadas, a experiência de ver um jornal diário se extinguir, exceto a Última Hora e a Tribuna da Imprensa, este é um e-mail-desabafo por conta da notícia triste que é publicada hoje no Globo: o Jornal do Brasil vai acabar em papel, e permanecer apenas na internet. Não se trata de uma posição de vanguarda, de forma alguma. Mas da dilapidação de um dos maiores patrimônios da história da imprensa brasileira e até mesmo mundial. Mas vamos à carta, antes que acabe o papel e se esgote a paciência do caro leitor.

"Estimada Condessa Pereira Carneiro,
Fui estagiário, repórter, repórter especial, chefe de reportagem e editor-assistente de cidade, do seu jornal,entre os anos de 81 a 88 e depois de 91 a 95.

Venho por meio deste, mui respeitosamente, lhe dar essa triste notícia, em primeira mão. O Jornal do Brasil acabou em papel. Primeiro perdeu o tamanho standard e virou berliner. Já havia doído em mim aquela transformação. Eu sou da época em que jornal era grande e se lia com as duas mãos, dobrando em quatro partes, no ônibus, na praia ou no banheiro.

Aprendi a ler jornal no seu matutino, ensinado por meu falecido pai, que insistia que eu começasse pela Coluna do Castello. Como eu não engrenava em assuntos complicados, comecei mesmo foi pelo Caderno B, o pioneiro suplemento de cultura, onde mais tarde admirei algumas das repórteres mais bonitas de uma redação, como Luciana Villas-Boas, Susana Schild, Norma Curi, Sonia Racy, Cleusa Maria, e alguns dos críticos mais fustigantes, como Wilson Coutinho, José Carlos Avellar, Macksen Luís, Luiz Paulo Horta, Tárik de Souza.

Foi no seu jornal onde vivi as emoções do princípio no exercício do ofício de repórter, o mais puro e carregado de perplexidades, entre as funções do jornalismo. Na Avenida Brasil 500, no início dos anos 80, foi ali que escrevi a primeira reportagem, me infiltrei no primeiro presídio, dei o primeiro "furo jornalístico", levei o primeiro furo, convenci a primeira pessoa a fazer confidências, fiz a primeira entrevista, perdi o primeiro bloco de anotações, fui ao primeiro local de crime, cobri a primeira chacina, sofri a primeira ameaça, levei o primeiro processo, publiquei a primeira denúncia, cobri e aderi a primeira greve, fui enviado especial para cobrir a primeira guerra, acompanhei o primeiro escândalo em Brasília, a primeira posse de presidente da República, assim como seu impeachment, participei da primeira coletiva, ganhei o primeiro prêmio e, pela primeira vez, compartilhei de um trabalho em equipe, com um grupo extraordinário de jornalistas, que ensinavam a fazer jornalismo, enquanto se divertiam.

Fui aprendiz de repórter com Luiz Mário Gazzaneo, Ronald Carvalho, Sérgio Fleury, Heraldo Dias, Hedyl Valle Júnior, Luciano de Moraes, Paulo Henrique Amorim, Marcos Sá Correa, Flávio Pinheiro, Celina Cortes - minha primeira professora - Bella Stal, Beth Marins, Valéria Fernandes, Xico Vargas, Carlos Rangel, Joaquim Ferreira dos Santos, Zuenir Ventura, Juarez Bahia, Wilson Figueiredo, Artur Xexéo, Altair Thury, Sandra Chaves, Maurício Dias, José Luiz Alcântara, Luarlindo Ernesto, Bruno Thys, Paulo Motta, Luiz Fernando Gomes, J. Paulo da Silva, Jairo Costa, Abel Mathias, Ubirajara Moura Roulien, Bartolomeu Brito, Ronaldo Braga, Milton Amaral, Mônica Freitas, Tânia Rodrigues, Carlos Peixoto, Christine Ajuz, Maria Alice Paes Barreto, Glória O. Castro, Deborah Dumar, Regis Farr, Israel Tabak, Fritz Utzeri, Joelle Rouchou, José Gonçalves Fontes, Orivaldo Perin, Dácio Malta, João Batista de Freitas, Ricardo de Hollanda, Almir Veiga, Evandro Teixeira, Vidal Cavalcanti, Rogério Reis, Kiko Nascimento Brito, Telmo Wambier, Luiz Paulo Coutinho, entre tantos outros que são traídos pela memória.

No seu jornal foi onde comecei a perder a timidez ao lidar com pessoas e a gostar muito de tirar delas alguns segredos de interesse público. Senhora condessa, foi no seu jornal que eu iniciei como estagiário sem QI (Quem Indica), numa época em que ainda era possível um estudante de jornalismo conseguir uma audiência com o diretor de redação (Walter Fontoura), que me recebeu e me deu o estágio, depois que eu obtive a dica de um motorista, seu Cosme, que também já partiu dessa para melhor, como a senhora. Cosme estava ao volante de uma das Brasílias creme com o letreiro do Jornal do Brasil em preto, em frente ao antigo Rio Palace Hotel (hoje Sofitel), no Posto 6, quando me aproximei e perguntei como seria possível estagiar no JB, o jornal da minha infância. Eu era panfleteiro de uma joalheria e estudava à noite.

A Avenida Brasil 500 - que vai virar um hospital público - é um endereço inesquecível. Foi ali no seu jornal, condessa, que eu virei rato do departamento de pesquisa e da biblioteca. Que biblioteca! Eu adorava o espaço amplo da redação com grandes janelas de onde se podia avistar, de um lado, o Cais do Porto e, do outro, o trânsito do Elevado da Perimetral. Um dia, ali, o fotógrafo Carlos Hungria fez a fantástica foto de um policial rapinando galinhas, do caminhão particular para o carro da polícia. Eu não tinha carro, mas ouvia falar que muita gente gostava de namorar no estacionamento, entre uma reportagem e outra. É claro que eu preferia almoçar no Brito’s, o apelido do restaurante a la carte, em vez do bandejão. Brito era o sobrenome do dr. Nascimento Brito, genro da condessa, que assumiu a presidência do jornal. Foi ali que estive com muitas fontes que olhavam pro Jornal do Brasil com devoção hoje só comparável à de muita gente diante de uma grande emissora de TV. Num desses almoços, já como chefe de reportagem, conheci um jovem deputado arrojado que acabou virando governador.

Foi lá também que eu a conheci, numa tarde de 1980, quando participava do projeto Jovem Jornalista, do professor Dimas, aberto a secundaristas, onde eu era "gato" porque não tinha mais idade para frequentar. A senhora era uma grande entusiasta de novos talentos, condessa. De modo geral, as corporações de hoje se ressentem desse olhar mais artesanal, uma espécie de convicção de que o negócio de comunicação não é apenas uma fábrica de salsichas, mas lida com valores um pouco mais profundos, nos quais o ser humano é o objetivo principal.

Tudo bem, senhora condessa, eu tenho saudades. Tenho saudades até de um tempo que não vivi. Imagine dos anos que vivi no JB... Da dupla que formei com o fotógrafo Raimundo Valentim, com César ao volante. Das matérias com o fotógrafo Marco Antonio Cavalcanti. Dos amigos maravilhosos que fiz, que apesar da distância só nós sabemos o quanto nos une. Saudade de passar o dia na rua, batendo perna, e voltar no fim da tarde para escrever a matéria. Era a supremacia do papel, nem sonhávamos com computador. Era indescritível o barulho das máquinas de escrever, como uma sinfonia desorganizada e metálica, todas as tardes, no calor do fechamento. As laudas - o papel com medidas especiais para a impressão - com cópias em carbono, para deixar na chefia, na pesquisa e na Agência JB, que pagava uma merreca de direitos autorais, no fim do ano. Eu gostava tanto da minha Olivetti Lexikon 80, que até hoje sua imagem me acompanha como avatar no Twitter. Twitter, a senhora jamais imaginou, é aquilo que chamam de mídia social, onde todo mundo passou a ser dono da própria notícia e acreditar piamente que a qualquer momento jornal impresso vai se tornar algo obsoleto. Uma falácia. Jornais jamais vão acabar. Poderão apenas mudar de superfície. Mas tenho certeza de que vai doer, como a perda de um ente querido. Eu sou fanático por papel, tinta e letras."

Livros no Kindle já vendem mais do que em capa dura?

A notícia deu hoje no Globo e na Folha. Bom momento para ler os dois livros que recomendo. Comecei a ler ontem o livraço "Não contem com o fim dos livros" e encomendei na Internet "A questão dos livros".

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Propaganda Popular Brasileira, o livro. De Guilherme Azevedo


Acabei de comprar. Não li ainda, mas recomendo. Para jornalistas e publicitários. Ao folhear, li a "orelha" sem saber que a Eliane era a Brum. Textaço. Li "O olhar da rua", da Eliane Brum. Livraço. É claro que vou gostar do livro do Guilherme.
Se quiser comprar o livro, clique aqui.
Se quiser ir no site Jornalirismo, clique aqui.
Se quiser ler a orelha, é só passar a mãozinha.

sábado, 17 de julho de 2010

Sobre perfis e jornalismo cultural: jornalista peruano Julio Villanueva Chang, na Folha de S. Paulo

Vale a pena ler.


Íntimo profissional
Peruano Julio Villanueva Chang, que virá à Flip, diz que ao traçar perfis confronta a própria ignorância 
Vasco Szinetar - 2008/Divulgação
Julio Villanueva Chang flagrado no banheiro por Vasco Szinetar, fotógrafo que já retratou, nas mesmas condições, autores como Jorge Luis Borges, Umberto Eco, García Márquez, E.M. Cioran e outros

SYLVIA COLOMBO
EDITORA DA ILUSTRADA 

"Como há críticos de vinhos, quem escreve um perfil é um crítico de pessoas." Este é o modo como o peruano Julio Villanueva Chang, 42, define seu ofício. Convidado da próxima Festa Literária Internacional de Paraty (entre 4 e 8 de agosto), o jornalista ficou conhecido por fundar, em 2002, a badalada revista "Etiqueta Negra", baseada em Lima e dedicada a grandes reportagens e perfis.
Chang acaba de ter publicado em alguns países hispano-americanos "Elogios Criminales" (elogios criminais), uma coletânea de grandes reportagens que fez com figuras singulares. Entre elas estão perfis do chef espanhol Ferran Adrià, do dentista do escritor colombiano Gabriel García Márquez, do tenor peruano Juan Diego Flórez e de um inacreditável prefeito cego da cidade de Cali.
O autor atualmente trabalha numa reportagem sobre o maestro venezuelano Gustavo Dudamel, que deve integrar uma reedição do livro. Chang publica seus textos em veículos de vários países. Além da "Etiqueta Negra", também o "La Nación" (Argentina), a "Gatopardo" (México) e o "El País" (Espanha). Na Flip, fará uma oficina sobre perfis e falará sobre jornalismo cultural.
Leia os principais trechos da entrevista que concedeu à Folha, por e-mail.
Folha - Como você escolhe seus personagens?
Julio Villanueva Chang
 - Por razões tão evidentes como misteriosas. Há algo exemplar que me fascina neles e que tento explicar a todos. Mas, às vezes, há algo deles que tem a ver comigo e que não posso explicar nem sequer a mim mesmo.
A história do prefeito cego é a de um homem que perdeu a visão quando criança e que desde então luta para ser tratado como pessoa normal.
Escrevo sobre o que não entendo e cada um dos meus perfis é também um ensaio sobre a minha ignorância.
O que me atrai num personagem é o fato de encarnar uma ideia contraditória e inexplicável e que sua vida não explique somente a ele, mas a muitas pessoas.

"Editor é segundo cérebro de um texto"
Para Chang, jornalismo cultural deve converter informação em conhecimento e superar banalidade da internet

Autor diz que explicar um acontecimento é mais uma necessidade ética do que uma liberdade estética 


DA EDITORA DA ILUSTRADA
Leia a continuação da entrevista com o autor peruano Julio Villanueva Chang.
(SYLVIA COLOMBO)
Qual é o papel da linguagem e do estilo narrativo que você adota nesse processo de construção dos personagens?Assim como há críticos de vinhos, quem escreve um perfil é um crítico de pessoas. Quando você tem a sorte de retratar uma vida extraordinária, é uma oportunidade de unir a estética à crítica.
Quando escrevo uma crônica, ou sua versão mais ambiciosa, que é um perfil, tento converter a informação em conhecimento e o acontecimento em experiência.
Em tempos em que as notícias aparecem de imediato na tela de seu telefone celular, explicar um acontecimento já não é tanto uma liberdade estética, é uma necessidade ética.
Hoje, na imprensa impressa ou na eletrônica, a quase ninguém importa escrever bem ou ser crítico. E confunde-se a crítica com a queixa. O leitor comum, de textos impressos ou eletrônicos, percebe o mundo sobretudo através das palavras.
Quem não se preocupa por "escrever bem" não perde leitores, isso é o de menos. Perde, sim, gente que entenda que diabos está sucedendo e que, assim, se comova, divirta ou se indigne.
Que papel pensa ter a imprensa cultural e revistas como a "Etiqueta Negra" hoje?Ao olharmos o mundo do presente, a confusão certamente é natural.
Mas não é um tema cultural o fato de médicos acreditarem que séries como "House" aumentam a procura para se estudar medicina? Não é um tema cultural que na Polônia a autoridade que cuida dos menores peça que se investigue se os Teletubbies fomentam a homossexualidade entre as crianças?
Que dizer quando um cozinheiro como Ferran Adrià é o convidado principal da feira de arte mais vanguardista do mundo? Quem me explica por que um refrigerante com cor de urina vende mais que a Coca-Cola no Peru? Ou por que hoje alguns futebolistas brasileiros vão mais à igreja do que às discotecas?
O jornalismo cultural pode ser uma oficina de informação sobre a humanidade.
Hoje, o problema da informação não é tanto o de sua abundância, mas o de sua uniformidade e como, diante da saturação, nos esquecemos de tudo tão rápido.
Para além das entrevistas e das crônicas de fenômenos culturais, em que podemos ser bons historiadores do presente, creio que as revistas são o lugar natural para os experimentos e que a aposta é publicar nelas tudo o que não aparece na internet, cuja incandescência e mutabilidade nos convenceu de que tudo está ali.
Como vê a diferença dos ofícios de escritor e de editor?Escrever e editar são para mim duas máscaras do ato fundamental de ler.
Me interessa a figura do editor como um segundo cérebro, como cúmplice na mediocridade ou na excelência de um texto. Um editor é um ignorante especialista em fazer boas perguntas.
Escrever e editar é buscar memória. Quando publico meus textos ou os de outros, minha ilusão não é tanto que se chegue a um ponto final, mas que a história tenha um depois de amanhã.



sexta-feira, 16 de julho de 2010

"The social network", o filme sobre o Facebook

Pesquei a dica no twitter do Estadão. Adorei a música-tema. Quer ver o trailer? Clique aqui.

A volta do diploma

E o assunto volta a ser debatido. Luiz Garcia, meu mestre no Globo, é contra. Sou contra o Garcia. Por que apenas acabar com o diploma dos jornalistas? Por que essa preocupação? Por que não, então, acabar também com exigência de diploma para o direito? E o que faz um sujeito que se forma em medicina e vira jornalista? Fracasso na escolha original?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A morte anunciada do JB em anúncio no próprio jornal

Que tristeza! E o Tanure ainda disse:
"Seremos o primeiro jornal a estar apenas na internet. É algo que está acontecendo no mundo todo". 
Como diria o Gerson: "É brincadeira!".

Antologia do Colunismo: Subway muda a posição do queijo e ninguém me avisa

DEpois do anúncio fúnebre do post acima só mesmo a nota publicada na coluna do Xexéo, hoje no Globo, para aliviar a tensão e a tristeza.

Essas assessorias!

Para ler é só passar a mãozinha.

Os "doutores" vão ter um piripaque.

Antologia do Colunismo: efeito Casillas

Deu hoje na coluna do Joaquim, no Globo.

O fim do JB impresso em matéria da Elvira Lobato na Folha

Tanure anuncia o fim do "JB" impresso
Em longa agonia financeira, centenário "Jornal do Brasil" terá conteúdo só na internet a partir de setembro

Nelson Tanure, que arrendou "JB" por 60 anos em 2001, fracassou com "Gazeta Mercantil", JBTV e revista "Forbes" 

ELVIRA LOBATO
DO RIO 

O "Jornal do Brasil" publica hoje um comunicado aos leitores anunciando o fim de sua edição impressa, a partir do dia 1º de setembro. Seu conteúdo, a partir de então, ficará disponível apenas na internet, com preço de assinatura de R$ 9,90 por mês.
O fim do "JB" impresso abalou o comando da empresa. O presidente do jornal, Pedro Grossi Jr., discordou da decisão e não apareceu na Redação ontem, apesar de o empresário Nelson Tanure, arrendatário da marca JB, negar que o tenha demitido.
O "Jornal do Brasil" vem de longa crise financeira, agravada por passivos fiscais e trabalhistas herdados dos antigos gestores, mas o comunicado de Tanure tenta desvincular a modificação da situação de crise. O texto diz que o jornal fez uma consulta eletrônica aos leitores no último mês e que eles apoiaram a mudança.
""O "JB" vai sair do papel. E entrar para a modernidade", diz o texto, encaminhado à Folha por Nelson Tanure. O comunicado diz que os leitores economizarão R$ 40 por mês ao trocarem a assinatura mensal do jornal impresso, de R$ 49,90, pela assinatura do portal.

CIRCULAÇÃO EM QUEDA
Folha apurou que a migração vai provocar corte de pessoal. O "JB" tem 180 funcionários, 60 dos quais na Redação. A família Nascimento Britto, dona da marca e antiga proprietária do "JB", disse não ter informação sobre o projeto de Tanure.
O jornal tinha uma circulação diária de 76 mil exemplares quando passou para Tanure. Em 2003, iniciou um caminho de recuperação, chegando a 100 mil exemplares em 2007, para novamente entrar em rota de queda.
Em março deste ano, quando a circulação estava em 20.941 exemplares, Tanure contratou Pedro Grossi Jr. para administrar o jornal.
Já circulava a informação de que Tanure iria acabar com o jornal impresso. No último dia 28, Nelson Tanure confirmou a intenção a Pedro Grossi, que começou a articular um meio de manter o jornal impresso.
Estudou-se transferir o contrato para outra empresa, blindada contra as ações trabalhistas e fiscais remanescentes. O negócio foi desaconselhado porque a Justiça tem considerado que os novos donos são sucessores na dívida.

FORA DA MÍDIA
O fim do "JB" impresso será também o fim da experiência de Nelson Tanure como empresário de mídia. Ele disse à Folha que não quer mais atuar nesse setor e que vai se concentrar em telecomunicações.
Ele tem 5,15% da TIM Participações (subsidiária da Telecom Italia, que atua em telefonia celular, telefonia fixa local e de longa distância).
Tanure só acumulou fracassos em suas incursões na mídia. Em 2002, comprou os direitos de publicação da revista "Forbes", no Brasil. Um ano depois, a "Forbes" rompeu o contrato.
Em 2003, arrendou o jornal econômico "Gazeta Mercantil", que, como o JB, acumulava grande passivo. O jornal deixou de funcionar no ano passado, e a marca foi devolvida ao antigo dono.
Em 2007, Tanure lançou a JBTV, que durou seis meses. Ainda arrendou a Editora Peixes, que também voltou para os antigos donos. Ele diz que perdeu todo o investimento que fez no "JB".

A mística do JB, segundo Ruy Castro

Mais um clássico do mestre Ruy Castro na Folha de hoje. Dessa vez sobre o fim do JB impresso. O final é supimpa. Final do texto, jamais final do jornal.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Globoesporte.com descobre site para "meditar"

A pressa passa e a m... fica. Deu agora há pouco no globoesporte.com

A morte anunciada do JB. A notícia que eu não gostaria de copiar e colar

Como era esperado...

E agora anunciado na capa pelo antigo concorrente.

Lamentável! O que fizeram com esse jornal que já foi referência e sonho de todos os estudantes do Brasil!? A Veja também publicou matéria.

Novidades na cobertura das eleições. No Globo

Deu hoje na coluna "Por dentro do Globo".

sábado, 10 de julho de 2010

Cantinho do Mobral: pior seria se escrevessem "chadrez"

O Globo escorregou e o Ivson Alves, do "Coleguinhas, uni-vos", não aliviou.

Vem cá: 6 "coleguinhas" para cometer esse assassinato da gramática?!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O "falso" jornalista criador de falsas entrevistas



"Gosto de ser o campeão da mentira"
O italiano Tommaso Debenedetti relata como criou falsas entrevistas com Philip Roth, Gore Vidal e Bento 16

Primeira reportagem inventada é de 2000; "É impossível ser um jornalista cultural sério na Itália", afirma ele 

MIGUEL MORA
DO "EL PAÍS"

Não eram apenas Prêmios Nobel de Literatura e escritores ilustres. Também o Dalai Lama, Mikhail Gorbatchov, Elie Wiesel, Noam Chomsky e Joseph Ratzinger -este, pouco antes do início do conclave que o elegeu papa, em 2005- foram entrevistados pela imaginação de Tommaso Debenedetti.
A lista de falsas entrevistas do freelancer italiano continua a crescer. O escritório que faz o resumo de imprensa do parlamento postou o arquivo na internet, e já constam dele 79 matérias, embora nem todas sejam entrevistas, porque Debenedetti foi, durante alguns meses, vaticanista do desaparecido "L'Independente".
Uma de suas últimas vítimas foi o dramaturgo Derek Walcott. Debenedetti o descreveu aterrorizado do outro lado do telefone no dia do terremoto no Haiti. Pouco depois, Philip Roth descobriu a grande impostura.
A jornalista do "La Repubblica" Paola Zanuttini perguntou a ele sobre seu suposto desencanto com Obama, e Roth negou ter dito isso, negou ter falado com o "Libero" e conhecer Debenedetti. Agora o inventor de entrevistas decidiu conceder uma entrevista ao "El País".
Debenedetti confessa que tudo foi falso. Ou, mais precisamente, que foi um jogo. "Minha ideia era ser um jornalista cultural sério e honrado, mas isso é impossível na Itália", afirma.
Nascido em Roma em 1969, casado e pai de dois filhos, professor de italiano e de história em um instituto público de Roma, Debenedetti se declara "satisfeito" com o trabalho realizado.
"Gosto de ser o campeão italiano da mentira. Creio que inventei um gênero novo e espero poder publicar novas falsidades e a coleção toda em um livro. Com prólogo de Philip Roth, é claro."
Depois de marcar um encontro comigo na barulhenta praça De Barberini, Debenedetti chega pontual (embora seu relógio marque uma hora a menos) com seu bebê de três meses de idade.
Demonstra uma compostura inteligente, usa um quipá na cabeça e se parece um pouco com o ator Roberto Benigni. Durante uma hora, o impostor relata sua verdade.

O sr. é jornalista ou não? 
Tommaso Debenedetti Estudei literatura e história italiana e depois comecei a trabalhar como jornalista freelancer. Não pude tirar a carteirinha de jornalista, porque para isso, na Itália, é preciso ter passado dois anos seguidos contratado por um jornal. Em 1994 comecei a escrever críticas e entrevistas com escritores italianos.
Reais? Absolutamente. Eu as fazia ao telefone e também pessoalmente. Então aconteceu uma coisa: entendi que havia algo que não cheirava bem na imprensa italiana.
Como assim? Eu queria trabalhar honestamente como redator cultural, mas não havia espaço. Eu ia às entrevistas coletivas de imprensa, mas ninguém me dava entrevistas. Oferecia críticas, mas sempre me diziam: "Já cobrimos isso com nossos redatores". Então mudei o método.
E começou com as entrevistas falsas? A técnica consistia em procurar os jornais pequenos. Não pagavam muito, mas compravam tudo.
Quando você escreveu a primeira? No ano 2000. Acho que foi Gore Vidal. Ele era acessível, estava divulgando seu livro "Palimpsesto", fala italiano e vivia em Ravello, perto de Nápoles... Fiz, e saiu no "La Nazione" (Florença), "Il Giorno" (Milão) e "Il Resto del Carlino" (várias províncias).
Mas fez de verdade? Não, Gore Vidal não recebia qualquer um. Mas a entrevista agradou, e o diretor de cultura do "La Nazione" me disse: "Agora não podemos baixar o nível". Percebi que o que interessava não era a cultura, mas os grandes nomes. A verdade é que me diverti horrores nestes dez anos.
Vivendo a vida de impostura. Sim, era apaixonante. De manhã eu era professor, e à tarde falava com gente como Arthur Miller, Philip Roth, Gorbatchov ou o papa. Embora só me pagassem 30 euros, ou nada, e jamais tenham me agradecido por minhas entrevistas exclusivas. Isso mostra que era tudo um jogo.
Então os jornais sabiam que eram entrevistas falsas? Claro, mas convinha a eles. Todo o mundo sabe que os escritores dão entrevistas para promover seus livros. Minhas entrevistas iam além disso -quase sempre eram políticas. Eu lhes atribuía um viés de direita. Isso me divertia, e eu sabia que aqueles jornais pediam isso. "Seria bom que ele falasse mal de Obama", "faça com que ele fale bem de Berlusconi". Eu obedecia.
Você fez nove entrevistas com o escritor israelense Abraham Yeoshua e cinco com Roth. Por que eles eram seus favoritos? Yeoshua, porque Israel e Oriente Médio é um assunto que vende muito bem na Itália. E Roth porque inventei seu apoio a Obama antes mesmo que ele o tenha dado. Assim, pensei que não pareceria estranho se, algum tempo depois, ele se mostrasse desiludido com Obama. Na verdade, não pareceu estranho a ninguém, exceto a ele mesmo e à jornalista do "La Repubblica" que foi perguntar a ele.
Você não temia ser descoberto e processado? Eu me limitava a levar adiante esse jogo ao mesmo tempo cômico e trágico. A falsificação e o sectarismo são os elementos básicos da informação italiana. Tudo é construído sobre a base de Berlusconi. Ou você é amigo ou é inimigo. As notícias, as entrevistas, as declarações e a censura são decididas com base nesse critério.
Que técnica você usava para imitar a linguagem? Lia livros, copiava de outras entrevistas? Eu lia os livros (dos autores) e procurava captar sua forma de expressão e seu mundo. Às vezes incluía detalhes sobre o ambiente.
Você fica triste pelo fato de alguns autores terem dito que não se reconheciam em suas entrevistas? Foi isso o que mais me incomodou. E o fato de Roth ter dito que minha carreira acabou; sei disso, mas também não era preciso que o dissesse ele. Minha carreira nos jornais talvez tenha terminado, mas não meu trabalho. Talvez eu escreva novas entrevistas, assinando com um pseudônimo, em algum jornal de grande tiragem. E vou criar uma página na internet onde postarei novas entrevistas falsas. Acho que esse é um gênero novo, e eu gostaria de publicar a coleção em um livro. Com um prólogo de Roth, é claro -veremos se falso ou verdadeiro.
Quer aproveitar a oportunidade para pedir perdão a seus entrevistados? Eu gostaria de me encontrar com eles. Em alguns casos, seja por pressa ou por incapacidade, errei no reflexo que apresentei de seus pensamentos. Peço desculpas. Vi que Roth disse que não se surpreenderia se me convertessem em herói na Itália. Aqui só vira herói quem rema com a maré, nunca quem critica o sistema ou se diverte dizendo a verdade. Jamais serei um herói, mas vou continuar dizendo a verdade. E sei bem que isso soa estranho, vindo de mim.

Tradução de CLARA ALLAIN


Deu na Folha. Era para ter publicado ontem, mas só hoje pude ler com calma. 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Brincadeira tem hora

O título diz tudo. Vale a pena ler e refletir. Humor é coisa séria.

Deu hoje na coluna "Outro Canal", da Clarice Cardoso (interina), da Folha de S. Paulo.

O título do dia; quer dizer, do globoesporte.com

É um trocadalho do carilho, meio óbvio, mas em cima do lance. Quem é intelectual e acha que o "futebol é o ópio do polvo" é só ler o segundo "olhinho" para entender a sacada.

É correto afirmar que Bruno se entregou ou está na cadeia?

Com exceção do site UOL, que anunciou que Bruno "se dirige", todos os jornais estão dizendo que Bruno se "entregou". A Band está anunciando "Bruno na cadeia" no programa do Datena. É certo isso? É o termo jurídico? Jornalistas e veículos devem ter muita cautela com esse assunto. É só relembrar o Caso Escola Base. Bom debate para sala de aula.

Vem aí o jornal pós-noticioso

Deu no Jornalistas & Cia de hoje.
Para ler é só passar a mãozinha na imagem.

Antologia do Colunismo: amigo do Homem

Deu hoje na coluna do Joaquim.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Manipulou, dançou

Deu hoje no Globo.

Qual será o futuro de Visconde de Mauá com a pavimentação da estradinha Penedo/Mauá?


Estive semana passada em Visconde de Mauá com a primeira-dama do Blog e fotografamos e filmamos o início das obras da bucólica e estreita estradinha que liga Mauá a Penedo. Adoramos essa estrada. A maioria dos moradores e comerciantes foi a favor da obra. Tenho minhas dúvidas. Será que vai descaracterizar o paraíso? Será que vai aumentar os preços de restaurantes e hotéis? Será que vai trazer um novo tipo de turista que nada tem a ver com a cidade?

Quem viver, verá Mauá.

Por que botar Bruno na capa da Veja dessa semana?

Para ler e debater. Deu na Veja.

Deveria ser proibido proibir. Viu, Dunga?

Belo artigo de mestre Janio de Freitas na Folha. Vale a pena passar a mãozinha e ler.