quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Reforma gráfica no Le Monde



Deu hoje na coluna "Por dentro do Globo".

Antologia do colunismo. Chope ou xampu?



Deu no "Gente Boa", do Joaquim. Esse Pagodinho é uma figura. Grande figura! Mas nessa eu vou discordar dele. Nada como um bom chope com espuma da pizzaria Brás, por exemplo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

É pequeno, mas é erro



Deu hoje na "Ilustrada" da Folha. O pessoal estava com fome e comeu a letra.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Procuro livro sobre Zózimo Barroso do Amaral



Estou querendo comprar este livro. Não encontro em lugar nenhum. Se alguém puder me ajudar, agradeço.

Livro sobre entrevistas da Playboy. Tem Zózimo e outros. Por Ivo Cardozo



Estou pesquisando sobre o Zózimo e encontrei essa preciosidade num sebo da Internet. Ivo Cardozo foi meu editor no Segundo Caderno de O Globo, quando comecei a minha humilde carreira de repórter. Convivi com Elias Fajardo (que encontrei outro dia na FACHA), Roberto Manera, o saudoso e querido botafoguense Tite de Lemos, Ana Luiza Marinho, Eliane Lewy, Virgilio Moretzsohn, Sônia Biondo, Léa Penteado, Gisela Porto, Flávia Villas-Boas, Serjão Cabral, Paulo Alberto (Arthur da Távola), Margarida Autran, Marcelo Beraba, Leonam, Zerlô e muitos... muitos outros.

Crise no New York Times. Deu na Carta Capital




Estava fora do Rio e não pude republicar a matéria publicada na Carta Capital sobre a crise no New York Times. Vale a pena ler.

domingo, 25 de janeiro de 2009

E já que falamos em "ghostwriter"!

Publiquei post abaixo sobre "ghostwriters". A Folha publicou matéria e Clóvis Rossi escreveu artigo sobre Jon Favreau, redator dos discursos de Barack Obama.

A importância da leitura de livros. Até para o Presidente!

Não sou petista ou lulista fanático, mas também não sou anti-petista ou anti-lulista histérico. Por isso, republico aqui o texto de Renato Canzian, que saiu no caderno "Mais!", da Folha de hoje. Boa reflexão para quem ainda não sabe a importância da leitura de livros.

Não lê por quê?
Desdém do presidente pela leitura, que não se justifica pelas origens humildes, presta um desserviço ao Brasil
RENATO MEZAN
COLUNISTA DA FOLHA

Uma frase dita pelo presidente Lula em sua entrevista à revista "Piauí" deste mês vem dando o que falar: não é por falta de tempo que não lê blogs, sites, jornais ou revistas, mas porque tem "problema de azia".

A observação provocou reações de jornalistas e colunistas, e é provável que tenha causado mal-estar na comunidade acadêmica, assim como entre os brasileiros com maior nível cultural.

Nenhuma ideia pode ser examinada sem referência ao seu contexto. O presidente não estava falando das virtudes ou malefícios da leitura em geral, mas apenas do efeito que tem sobre ele o noticiário, em especial o político; assim, seria descabido inferir do que disse uma suposta opinião negativa da sua parte sobre o ato ou o costume de ler.

Contudo, nos parágrafos seguintes à declaração -que também delimitam o contexto dela-, fala do seu lazer: ora, se deste fazem parte "pescar, jogar cartas, conversar", brilha pela ausência qualquer menção à leitura de livros e, igualmente, a qualquer outra atividade cultural.

Dirá o leitor que isso se deve à sua origem humilde? Além de ser uma generalização indevida, tal explicação deixa de lado o fato de que muitas pessoas nada abonadas frequentam shows, veem filmes de apelo popular, visitam exposições divulgadas pela mídia ou vão ouvir música erudita, quando essas coisas são oferecidas a preços que cabem no seu bolso ou mesmo gratuitamente.

Horas na fila

Que o diga quem esperou horas para entrar na exposição de Rodin, espremeu-se nas filas de "Dois Filhos de Francisco" e "Tropa de Elite" ou se dispõe a enfrentar a multidão que acorre ao parque Ibirapuera para ouvir as orquestras estrangeiras que de vez em quando se apresentam no parque.

Atenhamo-nos, porém, ao capítulo livros.

É certo que alguém pode se informar pela televisão ou por resumos preparados por assessores sobre assuntos de interesse dos seus chefes -metade da matéria da revista é dedicada a Clara Ant, que faz esse trabalho para o presidente.

Mas nem briefings nem meios eletrônicos podem substituir o livro, e isso por ao menos duas razões.

A primeira é que ver imagens ou ouvir alguém falando põe em jogo capacidades psíquicas diferentes das requeridas para lidar com um texto longo.

Além de concentração muito maior, a extensão de um livro comum torna impossível apreender seu conteúdo de uma única vez.

O hábito de ler favorece portanto a retenção de dados e treina a memória para reconhecer e acessar, entre seus inúmeros arquivos, aqueles que permitem estabelecer continuidade entre o que se leu antes e o que se está lendo agora.

A segunda é que, como contém num volume reduzido um enorme número de informações, o livro possibilita, no trato dos seus temas, uma abrangência que nenhum artigo ou vídeo pode igualar.

É o espaço do debate entre ideias complexas, do relato minucioso, da descrição precisa do que o autor julga importante comunicar.

Isso permite o trânsito entre níveis diferentes de abstração, entre o detalhe e o quadro do qual faz parte, entre os elementos isolados e a síntese que lhes dá sentido.

Um mau modelo

Mas não é por essas qualidades dos livros que lamento a ausência deles no cotidiano de Lula. É porque, com a influência que têm suas palavras e atitudes, o fato de não demonstrar o menor interesse pela palavra impressa transmite uma mensagem nefasta a quem nele confia e nele se espelha.

Todos sabem que é um excelente comunicador: se insistisse na importância dos livros, se utilizasse em suas falas exemplos e referências tirados do que leu, podemos estar certos de que isso teria efeito benéfico sobre os milhões de brasileiros que passam anos, ou a vida inteira, sem jamais segurar nas mãos um volume, quanto mais abri-lo e se inteirar do que ele contém.

O presidente já disse muitas vezes que não ter estudado não o impediu de chegar aonde chegou. Eis outra frase infeliz: não é porque teve parca instrução formal, mas apesar dessa falta, que obteve seus sucessos.

Ao mencioná-la como se fosse algo positivo, contribui -mesmo que não seja essa a sua intenção- para desprestigiar ainda mais tudo o que está ligado à educação.

A situação calamitosa do ensino no Brasil em nada melhora quando o modelo identificatório que o presidente Lula representa para tanta gente sugere nas entrelinhas que estudar não é necessário.

Essa atitude blasée, ao contrário, me parece particularmente perniciosa para os jovens, muitos dos quais, por razões que não cabe aqui explicitar, têm atualmente pela leitura uma aversão que beira a fobia. O que está em jogo aqui não é a visão utilitária segundo a qual o estudo é o caminho da ascensão social, mas a importância dele (e da leitura) para criar cidadãos menos permeáveis à manipulação pelos órgãos de informação, da qual o próprio presidente se queixa na entrevista.

Diz Lula que é admirador de Barack Obama e crítico contundente de George W. Bush.

No entanto o descaso com os livros e com o que eles significam o aproxima deste, e não daquele. Uma das pérolas proferidas pelo texano foi endereçada aos estudantes da universidade em que se formou (Yale) e na qual teve desempenho medíocre: "Vocês, alunos que tiram C, também podem pretender ser presidentes dos EUA".

Em contraste, Obama -que em seus tempos de Harvard dirigiu a revista da Faculdade de Direito- tem o maior respeito pelos livros, graças aos quais pôde adquirir uma sólida base intelectual para suas convicções progressistas.

Só carisma não resolve

Sem a frequentação deles, não teria podido citar em seu discurso de posse a Bíblia e palavras de George Washington, não saberia se servir das alusões e metáforas que abrilhantaram sua fala nem demonstraria o seguro conhecimento da história do seu país, assim como da situação de povos estrangeiros, que evidentemente possui.

É certo que sem seu carisma e sem a habilidade retórica que soube desenvolver nada disso teria produzido o entusiasmo que se viu, mas também seria tolo negar que a qualidade literária e a construção caprichada do discurso têm algo a ver com o efeito que teve mundo afora.

E não se objete que foi redigido por assessores: no dia seguinte, os jornais davam conta de que foi o próprio Obama quem estabeleceu o roteiro básico e deu ao texto a última demão de tinta.

Lula não é o tabaréu que alguns pretendem (o jornalista Mario Sergio Conti, a quem ele concedeu a entrevista, diz que o site da revista "Veja" na internet o mima frequentemente com o epíteto de apedeuta, que significa ignorante).

Mas é certo que, se tivesse um pouco mais de apreço pela letra de forma, evitaria meter-se em algumas situações constrangedoras e faria um grande bem ao povo "deste país".

RENATO MEZAN é psicanalista e professor titular da Pontifícia Universidade Católica de SP. Escreve na seção "Autores", do Mais! .

Para os "ghostwriters"

Uma das tarefas de assessores de Comunicação é escrever discursos para executivos e políticos. A coluna do Cony hoje na Folha é uma boa reflexão.

Receita de louvor
Ouvi no seminário onde estudei uma espécie de piada sem graça, mas que não esqueci -de certa forma, ela se repetiria na vida real de diversas formas e modos.

A piada é meio boba: famoso orador sacro decorou um sermão único para louvar todos os santos programados pelo calendário religioso. Mudava apenas o nome e alguns detalhes da biografia de cada um deles e mandava brasa.

Na véspera, havia louvado Santo Antônio e o sermão começara com a informação principal: "O milagroso Santo Antônio nasceu em Lisboa em 1195..." E ia até o fim.

Acontece que no dia seguinte era a festa do Espírito Santo, uma das pessoas da Santíssima Trindade (Padre, Filho e Espírito Santo). Distraído, ele começou o sermão: "O Espírito Santo nasceu em Lisboa em 1195...".

Como disse, a piada não chega a ser engraçada, mas continua tendo uso frequente em depoimentos, discursos, artigos.

Nos simpósios, mesas-redondas, celebrações disso ou daquilo, venho reparando que os oradores têm um esquema único para entrar no assunto, seja ele qual for. O detalhe do nascimento necessita de complementos para não deixar margem a qualquer dúvida: "O grande poeta que hoje festejamos nasceu em Itaporanga da Serra, na rua dos Timbiras, número 124, fundos".

Dada a informação biográfica, o passo seguinte é levantar o perfil histórico do homenageado. Seja ele qual for, a regra é mostrar intimidade do orador com a sua vítima: "Conheci Chapeuzinho Vermelho na Baviera, quando lá fazia pesquisas sobre o folclore da Floresta Negra. Era uma menina bonitinha e ingênua, pediu-me um autógrafo em sua caderneta escolar -o que dei com muito prazer...".

Quem é essa mulher?


Um fim-de-semana com o professor da FACHA Ivo Lucchesi para quem descobrir quem é essa mulher. A foto saiu hoje na revista "serafina", da Folha.

Como atrair novos leitores para os jornais

Carta de leitor publicada na Folha de ontem.

Cobrindo a chuva

Meus milhões de leitores sabem: gosto da coluna "Por dentro do Globo". Uma boa referência para estudantes de Jornalismo por falar sobre bastidores do jornal e de reportagens. Fiz muitas matérias sobre temporais. E nada mudou.

"Sobre cegos, jovens e jornais", Carlos Eduardo Lins da Silva

Deu hoje na coluna do ombudsman da Folha.

Sobre cegos, jovens e jornais

Recebi do leitor Alisson Azevedo, auxiliar judiciário em Goiânia, a mensagem que transcrevo abaixo.

"Quero parabenizar Sylvia Colombo e a Folha pela brilhante reportagem sobre audiodescrição do dia 19. A repórter acertou a mão: ouviu um grupo heterogêneo de cegos, foi atrás de quem melhor conceituou e faz audiodescrição no Brasil e, o melhor, tudo sem pieguice e com leveza.

Para mim, cego e leitor de jornais, é reportagem paradigmática de como a imprensa deve tratar cegos e cegueira.A propósito, e quebrando a regra de tratar apenas de um assunto num e-mail, quero lhe contar uma história sobre cegos, jovens e leitura de jornais.

Tenho 27 anos e desde criança sempre quis ler jornal. Aos 7, sonhava ser jornalista e pedia que alguém lesse para mim a crônica policial e o resumo das novelas.

Um dia, tinha 8 anos, me levaram à inauguração de uma imprensa braile. O governador de Goiás, Henrique Santilo, prometeu que, num "futuro breve", seriam impressos diariamente jornais em braile.

Fiquei empolgadíssimo, mas colegas cegos "mais velhos" e professores me sequestraram a esperança: que o jornal ficaria muito grande, muito caro e que ninguém conseguiria lê-lo num dia.

O surgimento, alguns anos mais tarde, da internet e dos ledores de tela, e a disponibilização de versões integrais (e acessíveis) de jornais na rede, tornaram viável meu sonho.Gosto de ler virtualmente o mesmíssimo jornal que os videntes leem no papel.

Contei essa história porque sua coluna de domingo passado me remeteu à ambiguidade de uma maioria de leitores rejeitar o papel em favor da internet e uma minoria buscar avidamente nela o papel por anos sonegado."

sábado, 24 de janeiro de 2009

Sarcozy e o Plano para a Imprensa francesa

Deu hoje na Folha de S. Paulo. Vale a pena dar uma lida.

França lança plano de 600 mi para resgatar imprensa

Pacote inclui aumento de verba publicitária em jornais e proteção a jornalistas de internet
Jovens terão assinatura gratuita, e distribuição vai ter custos reduzidos; setor enfrenta crise e cortes, e greves têm sido frequentes

CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

Depois dos bancos e do setor automotivo, foi a vez de a mídia francesa receber ajuda do governo. O presidente Nicolas Sarkozy anunciou ontem um plano para "salvar" jornais e sites de notícias no país.

Ao todo, o pacote vai custar 600 milhões distribuídos por três anos, sem incluir os recursos para a modernização do parque gráfico francês.

As medidas fazem parte dos "Estados Gerais da Imprensa" iniciativa lançada por Sarkozy em outubro passado para avaliar a situação da imprensa francesa e propor recursos para a sua modernização. O diagnóstico apontou três problemas-chave: queda da receita com publicidade, diminuição dos leitores e alto custo de produção. Na França, o preço médio do jornal é de 1,26 euro, contra 0,80 na Alemanha.

Para atacar a primeira questão, Sarkozy propôs um aumento dos gastos com informes publicitários do governo. O Estado "vai dobrar, a partir deste ano, as despesas com a comunicação institucional" na imprensa escrita e eletrônica, afirmou ontem no Palácio do Eliseu. Assim, serão injetados 20 milhões a mais neste ano.

Aos críticos que veem na iniciativa uma ameaça à liberdade de imprensa, Sarkozy disse: "Espero que ninguém veja um atentado à independência".

Ainda no pacote, o presidente francês disse que cortará as despesas postais da imprensa, o que representará uma economia de 24 milhões para o setor. A ajuda aos jornaleiros totaliza 60 milhões, e o estímulo para expandir a entrega em domicílio, 70 milhões.

Para deter o desaparecimento gradual de leitores, o presidente propôs a assinatura gratuita de um jornal por um ano para os jovens de 18 anos. O governo arcará com os custos de distribuição, e a publicação escolhida pelo leitor ofereceria os exemplares gratuitamente.Internet

Para a internet, Sarkozy anunciou a adaptação à era digital dos direitos autorais dos jornalistas e acrescentou que o Estado criará um estatuto do editor da imprensa digital para desenvolver jornais na rede.

Na avaliação de Dominique Candille, do Sindicato Nacional dos Jornalistas, "não é chocante ajudar a imprensa, mas essa é só parte da resposta". "Já as ajudas diretas e indiretas, como a exoneração dos encargos sociais nos incomodam.

"Os sindicatos também afirmam que querem observar como serão alocados os recursos. Nos últimos anos, por causa de dificuldades financeiras, os principais jornais franceses passaram para o controle total ou parcial de grandes grupos industriais que, a princípio, não eram da área de comunicação.

Para Sarkozy, as medidas são a resposta necessária para um setor em dificuldades e que enfrenta um cenário econômico mundial "deteriorado". Na França, as greves de jornais têm sido recorrentes. Em 2007, só o diário "Le Monde" fez três para protestar contra as más condições de trabalho.Vários sindicatos convocaram para a próxima quinta uma greve geral de jornalistas contra os programas de demissão voluntária e cortes de pessoal.

Enquanto o presidente Sarkozy anuncia ajuda para a imprensa escrita e eletrônica, o governo segue com um programa de redução de custos nas televisões e rádios estatais. Os sindicalistas estimam que 900 trabalhadores estejam ameaçados no grupo estatal France Télévisions. Na Radio France Internationale, 206 postos de trabalho serão suprimidos.

Para o SNJ, é justamente na questão da situação profissional dos jornalistas que o pacote foi tímido. O setor emprega 100 mil profissionais mas, segundo dados do SNJ, um quinto dos jornalistas não tem vínculo empregatício com as empresas.

Antologia das charges

Meus amigos: estava no meio do mato - em Maringá, Visconde de Mauá e Penedo. Que beleza! Voltei hoje e "pesquei" essa bela charge na Folha. É do Jean.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

"Sem blog, sem chance". Na Comunicação


Deu hoje no caderno "Folhateen", da Folha de S. Paulo. Para meus jovens milhões de leitores.
carreira
Blogs obrigatórios
Empresas de comunicação passam a considerar os diários pessoais on-line um fator decisivo na hora de contratar tanto já formados quanto estagiários
MARINA FUENTES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Aquela ideia de que blogs são espaços democráticos onde cada um escreve o que bem entende está cada vez mais distante. As ferramentas de publicação não só são analisadas durante um processo de seleção para estágio ou trabalho como também são obrigatórias. Pelo menos quando se trata do mercado de comunicação, literatura e arte.
Claudia Royo, 22, estudou jornalismo mas quer mesmo é trabalhar com moda. Ela participou de entrevistas para trabalhar em uma agência de conteúdo e foi surpreendida quando recebeu a ligação de volta. "Você vai ter que criar um blog", disse a profissional que ia contratá-la. Claudia seria chamada como integrante de um projeto de "blog content" (leia ao lado) para cobrir a São Paulo Fashion Week. Um dos patrocinadores do evento teria um site reunindo posts de vários blogueiros convidados que comentariam bastidores e desfiles -e receberiam por isso.
Mesmo com o projeto não vingando -a empresa não ia mais patrocinar a SPFW-, Claudia resolveu continuar com a missão de criar um blog. "Percebi como seria importante para conseguir outras oportunidades como essa", disse ela.
E é verdade, já que o caso de Claudia foi exceção. Atualmente agências contatam cada vez mais estagiários através de seus blogs. Jeff Paiva, diretor de social media da Agência Click, explica por que a ferramenta é fundamental na contratação: "Você já consegue avaliar o texto da pessoa, como ela desenvolve ideias, de quais temas ela gosta e como ela reage a algumas situações, como a críticas e a ataques nos comentários", conta ele, que diz que o blog é uma mistura de currículo com dinâmica de grupo. "A pessoa mostra como realmente é."
Para Paula Guedes, coordenadora de conteúdo da agência de mídia interativa Garage, a existência de um blog ajuda na primeira triagem de candidatos a um estágio. "Dá para avaliar se ele escreve bem e como transita no meio de que gosta. Além disso, blogueiros são pesquisadores de novas ferramentas."Além de mostrar interesses, criatividade e um bom português, os blogs também revelam nomes que muitas vezes têm uma enorme popularidade na blogsfera. Foi assim com Lia Camargo, 25, que se formou em produção editorial e conseguiu vários trabalhos pelo seu blog (www.justlia.com.br).
"Criei há nove anos, para falar de assuntos de meninas, e ele começou a fazer bastante sucesso", conta. Mas Lia foi esperta na divulgação: criou páginas em todas as ferramentas de comunidades, todas com link para o blog. Em uma delas, a Game TV, criou um blog só de games. "Os editores do site viram um blog customizado de uma menina falando sobre games e me chamaram para trabalhar lá. Fiquei um ano.
"Com um blog fazendo o papel de currículo e de experiência de trabalho, muita gente que nunca trabalhou oficialmente é considerada especialista. É o caso do gaúcho Julio Câmara, 15, que há dois anos criou um blog de variedades que, aos poucos, foi se especializando em tecnologia. Quando viu que tinha muitos leitores, resolveu criar o TecnoZilla (http://tecnozilla.info).
"Minha idéia nem era transformar o blog em trabalho, mas sou fissurado em tecnologia e fui ganhando fama na blogsfera, era chamado para podcasts, mencionado em outros blogs..."O TecnoZilla chamou a atenção de agências. Mas, quando foi chamado para cobrir uma feira de tecnologia, Julio bateu de frente com uma dificuldade: a idade. "Não poderiam contratar menor de 18 anos", lamenta ele, que agora é blogueiro da Insite (blog.insite.com.br), no qual dá dicas para criar blogs.
Ainda mais novo, Gabriel Naressi, 12, criou no ano passado o blog de humor mundotosco.com.br. "Como o acesso estava aumentando muito, comprei um domínio, fiz um template e parcerias com outros sites para troca de banners", conta. Recentemente, Gabriel foi incluído por uma agencia em uma lista de blogueiros com potencial para escrever publieditoriais (textos pagos sobre uma marca ou um produto específico) em seu blog. Ainda não foi escalado, mas sabe do potencial que tem: "Dá para viver disso", espera.
Entenda o que significa "blog content"
Para entender melhor por que uma empresa pagaria pelo conteúdo de um blog pessoal, vale dizer que o principal motivo é que é um ótimo negócio.
Imagine o seguinte: você tem um blog sobre um assunto que ama, como carros, e pesquisa e escreve com frequência sobre o tema. Além disso, tem uma vasta rede de contatos que lotam seus comentários, é mencionado em outros blogs e participa ativamente de comunidades. Pronto, você é popular e já tem um "ramo" na blogsfera.
Agora, se uma montadora quer fazer um blog para se aproximar do consumidor final, ela pode contratar uma agência, que vai contratar um jornalista especializado e, depois, vai divulgar o site para que ele tenha visibilidade. Que pode dar certo, ou não.
Mas, se o seu blog já tem leitores cativos, basta que eles te chamem, você põe um link no seu blog no estilo "mudei de endereço e agora estou escrevendo no site tal" e está feito.
Isso é chamado "blog content" e já existem até pessoas cuidando especificamente disso dentro de agências. Sim, porque é muito vantajoso: a empresa que quer fazer a ação e a agência já sabem como é o seu texto, que seu blog já tem leitores, que você tem moral na web e que já tem material para saber se quer associar a marca a você.
Além de evitar surpresas, contratar blogueiros é opção econômica. Como a maioria escreve sobre uma paixão, quando surge alguém querendo pagar pelos textos que já seriam publicados, qualquer valor parece vantajoso. Muitas vezes escrever para uma empresa significa ter novas regras, como não criticar ninguém e não falar sobre sexo, por exemplo. Por isso pense bem se a grana vale sua liberdade perdida. (MF)

O que político não faz pra aparecer! Eduardo Paes

Ainda bem que o Paes não vai na posse do Obama e despedida do Little Bush!

A foto, de Hipólito Pereira, saiu no Globo.

Cuidado com o plágio!

Esqueci de comentar. Deu na coluna do Ancelmo. Não pode, mas acontece.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Gabeira e os jornais

Deu hoje na Folha.

Longa vida dos jornais
Fernando Gabeira

O presidente Lula não gosta de ler jornais. Foi uma decepção para a imprensa, pois através dela foi escolhido um dos homens mais influentes do planeta. Trabalho em jornal desde adolescente. Tempo em que os linotipistas tinham de tomar leite para evitar a intoxicação por chumbo.

Como o meu negócio é tornar os jornais mais atraentes, não brigo com quem não os lê; pergunto sempre como podemos melhorar.Um dos argumentos mais esgrimidos nessas polêmicas é que a internet está matando os jornais. Na semana em que se discute isso no Brasil, o "Los Angeles Times" anuncia que sua receita na internet superou a do jornal impresso e hoje é a sustentação principal da empresa.

Isso significa, ao contrário, que a internet está salvando os jornais? Também é um exagero. O que a internet vai fazer é obrigar os jornais a grandes mudanças.

Pessoas para quem a leitura é uma das razões de viver às vezes são impacientes com outras formas de comunicar. Por exemplo: a fotografia ganhou espaço nos jornais brasileiros graças também à competência de nossos fotógrafos. Muitos editores a viam como uma forma secundária.

Agora o desafio é outro. Dezenas de novos programas de visualização disputam espaço. Num mundo complicado, ver mapas e gráficos nos dá a impressão de controlar a realidade. Podemos desenhá-la em camadas que aprofundam o conhecimento do tema.

Um dos criadores desses programas, para ilustrar a diferença genética entre homem e macaco, desenhou, num fundo negro, com minúsculas letras brancas, a cabeça do macaco. Havia raros pontos vermelhos -eram a marca da diferença.

Não se trata mais só de absorver a fotografia. Mas de explorar maneiras de visualização. Evoluir para sobreviver é a tarefa que a indiferença nos provoca.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Para estudantes de Jornalismo: "Quero ser Zé Bob", Norma Couri, no Observatório da Imprensa

Deu no Observatório. Textaço! Já o ator que faz o Zé Bob...!!!

LIÇÕES DE A FAVORITA
Quero ser Zé Bob
Por Norma Couri

Última semana de A Favorita. Pelos picos de audiência, beirando os 50 pontos do Ibope, dá para imaginar quantos aspirantes a jornalistas estão assistindo à novela.

A profissão tem o seu glamour mas sempre dá uma pontada no peito quando Flora manda convidar para sua festa de casamento "celebridades, artistas, jornalistas" e, na recusa, insiste para que Silveirinha aumente o cachê. E eles aparecem.

Mas o que intriga nesse mercado de vacas magras é a quantidade de coleguinhas que os jornalistas ganharão depois que esculpiram na telinha a figura de Zé Bob, bonito, charmoso, livre para fazer o que quer e no tempo que bem entender, com pautas especiais, a namorada como principal fonte, apoio incondicional da editora Tuca num jornal que ninguém consegue fixar o nome. E sem problemas aparentes de caixa.

A última vez que se noticiou uma liberdade assim foi no caso Watergate, quando Carl Bernstein e Bob Woodward – apoiados por um mítico Ben Bradlee dissecaram a fonte mágica "Deep Throat" e, com base nos seus garranchos anotados no escuro em caderninho de mão, derrubaram o presidente dos Estados Unidos. É de babar.

Conjunção astral

As redações hoje são enxugadas, a maioria das matérias resolvidas por telefone ou e-mail, ninguém consegue maturar uma pauta por mais de dois dias. Três, é benevolência que o editor hiperatarefado, porque provavelmente cumpre outras funções, concede a um super-repórter que apresentará um furo estampado na capa. Há quanto tempo não nos refestelamos com um furo de capa. E onde foi que o Zé Bob deu um furo no jornal cujo nome sempre escapa?

Ficção e realidade há muito confundem a audiência graças aos reality shows. Há muita gente apontando uma Flora na sua vida e perdendo horas imaginando um final trágico para ela. As revistas de TV de O Globo e do Estado de S.Paulo são fartas em finais diferentes para Flora, no total 20, elaborados com detalhes pelo próprio autor da novela e pelos fãs, com requinte de crueldade. Provavelmente vingança pessoal.

E o Zé Bob? Não será demitido? Não vai dar um furo que justificará os meses de enrolação?
Tuca há muito foi demitida das redações. Ben Bradlee tem 87 anos, continua no The Washington Post e seu livro A Good Life dá água na boca. Mas estão para nascer outros Bernstein e Woodward na conjunção astral iluminada com um editor Ben Bradlee e um caso desvendado até a medula com desfecho tão feliz (não para Nixon) como o Watergate.

Muitas saudades

O repórter especial, aquele que bola suas próprias pautas, tem a confiança do editor para desaparecer e ressurgir porque vai suprir o jornal com matéria trepidante, este foi tercerizado.
Tem de pagar aluguel, telefone, condução e bancar o próprio tempo para produzir a matéria. De preferência várias matérias ao mesmo tempo para garantir o mês.

No ano passado, o diretor del Fundación Nuevo Periodismo Latinoamericano, criada por Gabriel García Márquez em Cartagena de Índias (Colômbia), que premia reportagens investigativas e fotógrafos de toda América Latina, confessou que a maioria delas havia sido bancada pelos próprios jornalistas, apurada nas horas vagas e presenteada ao jornal ou revista para depois virar livro. Uma persistência pessoal aplicada nos fins de semana, férias, noites, tal qual Bernstein, Woodward e Zé Bob fizeram, bancados pelo jornal Washington Post e o de Zé Bob, cujo nome sempre falha.

Zé Bob, muito mais do que Flora, Donatela e Lara, vai deixar saudades, muitas saudades. Mas não será pelo material jornalístico que ele produziu. As redações vão receber quilos de formandos com uma vocação férrea e um desejo: "Quero ser Zé Bob".

"Jornalista velho é jornalista ultrapassado"?








A revista Imprensa de janeiro já está nas bancas de São Paulo. Ainda não recebi a minha cortesia. Uma matéria, uma entrevista e uma crônica chamaram a minha atenção. Vou ler.



Assessor de Imprensa sofre - alguns até merecem!

Deu hoje na coluna do Xexéo, em O Globo. Alguém conhece Rodrigo Veronese e Arieta?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Blog de alunos da FACHA é fonte de pesquisa sobre woodstock


No semestre passado, meus alunos de Documentação criaram um blog sobre os 40 anos de Woodstock. O trabalho foi tema da VA. Há alguns dias, um dos editores do blog, Rodrigo, foi procurado por um repórter da "Gazeta de Alagoas". E...
Quer dar uma espiadinha?

Lula "ameaça" jogar sapato nos jornalistas

Deu no UOL. Vai dar "caca".

domingo, 11 de janeiro de 2009

Cantinho do Mobral. Fez que ia, acabou não fondo


Pesquei no kibeloco.

A cobertura do conflito em Gaza, segundo o Ombudsman da Folha

Deu hoje na Folha.

Guerra de opiniões sobre a guerra
Desde que o jornal assegure que vários lados tenham sua posição publicada de modo equilibrado, ele estará cumprindo sua tarefa
Carlos Eduardo Lins da Silva

A COBERTURA que a Folha está fazendo do confronto entre Israel e Hamas motivou 136 leitores a se dirigir ao ombudsman para manifestar-se sobre ela. É o maior número de mensagens recebidas sobre um assunto em quatro meses.A maioria foi em reação a textos opinativos: 24 ao de João Pereira Coutinho, 11 à coluna de Sérgio Malbergier na Folha Online (ambos favoráveis a Israel) e 16 à de Clóvis Rossi (crítico dos israelenses).

Não há muito que o ombudsman possa fazer quando o leitor se dirige a ele para se queixar de opiniões de que discorda. O ombudsman historicamente não trata da opinião de colunistas ou mesmo do jornal.Porque opinião é uma questão parecida com religião. É muito difícil provar que uma é "certa" e outra "errada". É algo que entra no terreno das convicções, dos valores pessoais.O ombudsman tem de se ater aos aspectos técnicos do jornalismo, ao factual, ao comprovável, ao verificável, para não cair nesse terreno pantanoso das opiniões.

Desde que o jornal assegure que os vários lados em disputa tenham sua posição publicada de maneira mais ou menos equilibrada, ele estará cumprindo sua tarefa de fomentar o debate público. Creio que a Folha tem agido desse modo nestas duas semanas.

Alguns leitores pediram a minha opinião. Na condição de ombudsman, minha opinião sobre os fatos é irrelevante. Revelá-la publicamente, inclusive, atrapalharia o meu trabalho porque qualquer crítica técnica que eu fizesse depois disso poderia ser interpretada como se eu estivesse me valendo dela como instrumento para favorecer a minha posição individual.

Depois das opiniões, as fotos de crianças foram o ponto lembrado por maior número de leitores: 31, dos quais apenas 3 defenderam a sua publicação. Já tratei desse aspecto na semana passada e mantenho minha posição de que, por enquanto, o jornal tem agido dentro de parâmetros aceitáveis, sem descambar para a morbidez ou sensacionalismo.

Além da manutenção do apartidarismo, o melhor da cobertura do conflito tem sido a atuação do seu enviado especial. A correspondência de guerra é uma das mais difíceis tarefas do jornalismo, especialmente quando uma das partes limita a mobilidade dos repórteres, como faz o governo israelense, que os impede de entrar em Gaza.

Mas o correspondente pode, como o da Folha tem feito, oferecer ao leitor uma perspectiva que lhe interesse de fato, por conhecer bem a maneira de pensar do seu público e por trazer informações que dizem respeito ao Brasil e a brasileiros.

O melhor correspondente, como mostra Evelyn Waugh no genial romance indicado abaixo, é aquele que escreve como se redigisse cartas para a família, alertando-a para os pontos que ele sabe que vai chamar sua atenção.

A cobertura não está livre de falhas. É incompreensível e injustificável a ausência de textos dos correspondentes do jornal nos EUA. As iniciativas diplomáticas brasileiras têm sido bem noticiadas mas pouco analisadas. Até sexta, só um artigo de fundo e nenhuma entrevista de fôlego tentaram destrinchá-la. Não se tem dado, a meu ver, a importância devida ao papel do Irã nesse conflito. A edição tem sido desleixada no que se refere a remissões a outras páginas do jornal onde o assunto é tratado fora das do noticiário.

No geral, no entanto, o jornal tem feito um bom trabalho neste caso.

O ombudsman e o "anti-lulismo"

Hitler, Churchill, Obama, Lula e a relação entre físico e política
Carlos Eduardo Lins da Silva

Adolf Hitler tinha 1,73 m e 78 kg. Winston Churchill era mais baixo (1,70 m) e muito mais gordo (mais de 100 kg). Vistos à distância, sem camisa, o alemão causaria impressão mais favorável que o inglês à maioria das pessoas.É plausível afirmar que a maioria das pessoas também daria a Churchill avaliação bastante superior à de Hitler como líder nacional nos anos 1940.

Não há relação razoável entre forma física e desempenho político, administrativo ou de qualquer outra espécie que seja de interesse público. Na terça-feira, no entanto, a seção Folha Corrida teve a ideia de editar, juntas, fotos do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, e do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em passeios à beira-mar vestidos apenas com calção de banho.

O leitor Fábio Henrique Gomes considerou a comparação "ridícula". Disse ler a Folha há décadas e não lembrar de "algo tão grotesco por sua inutilidade e preconceito". Concordo.Há muitas razões para o jornal exercer o seu direito (e dever) de criticar o presidente da República. Sua aparência física não está entre elas.

Deu hoje na Folha.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A polêmica capa da Folha


Leitores da Folha criticaram - e muito - a capa da Folha de ontem. E você? O que acha? Apelaram? É válida por mostrar os horrores de uma "guerra" estúpida?
O que os leitores escreveram:
"Todos estamos vendo e sentindo os horrores da guerra entre israelenses e palestinos, e parece que a Folha contratou o editor do antigo "Notícias Populares" para fazer a Primeira Página.O jornal poderia poupar-nos de ver o sofrimento, deixando de publicar a foto tão chocante da edição de ontem.E, para completar, ainda coloca uma imagem de três crianças brasileiras chorando desesperadas. Para que tudo isso?" CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP)

"Abominável a Primeira Página da Folha de ontem.Abominável a atitude de Israel, sem dúvida nenhuma. Mas um jornal que entra na casa de seus leitores não precisa apelar para o sentimentalismo, expondo crianças e adultos desse modo.Eu não gostaria de ver a foto de minha filha morta, por qualquer que fosse o motivo, na capa de um jornal de um país que nem conheço -nem em meu próprio país.Expor assim o sofrimento alheio resolve o problema de alguém? Em que pensam os editores da Folha?Em ajudar aquele povo ou em vender mais jornal?" GILDA POMPÉIA (Cotia, SP)

"Fiquei abismada com a capa da Folha de ontem, que mostrou uma criança achada nos escombros de uma casa em Israel. A escolha foi de extremo mau gosto. Aliás, nos últimos dias, com o intuito de chocar os brasileiros, o jornal tem explorado bastante as fotos de pessoas que estão sofrendo com essa guerra. Por quê? Para vender mais? Pelo amor de Deus, o que irão publicar amanhã? Uma imagem de um corpo sem os membros? Como posso deixar esse jornal em casa? Se nós, adultos, estamos incomodados e nos sentimos invadidos, o que se passa dentro da cabeça de uma criança ao ver essas imagens?" PATRÍCIA MARA ARANTES (São Paulo, SP)
"Imagino que a Redação da Folha tenha amanhecido ontem sob uma enxurrada de e-mails altamente estarrecidos e contrários à veiculação da foto da menina achada sob escombros em Gaza. Eu penso que a notícia tem de ser divulgada e, por que não dizer, "explorada" do modo como ela de fato acontece. É preciso mostrar a realidade e trazer a verdade nua e crua de diversas maneiras, nem que isso desagrade a muitos e a torne uma notícia sensacionalista. O jornal, na minha concepção, agiu de forma correta ao dar a ênfase e a importância necessárias ao caso. E, principalmente, ao conseguir chamar a atenção da opinião pública para que reflita sobre essa terrível e lamentável situação em Gaza." FILIPE LUIZ RIBEIRO SOUSA (São Carlos, SP)
"A fotografia da menininha palestina morta pelos bombardeios israelenses em Gaza, na manchete da Folha de ontem, vale por mil palavras. Causou-me grande emoção, sobretudo de tristeza e de revolta. O que se poderia dizer sobre tamanha infâmia, covardia e crueldade sem limites cometidas contra civis inocentes?" RENATO KHAIR (São Paulo, SP)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Tititulo para gagago!



Deu hoje no Meia Hora. Esses doidos estão se superando.

E se o morto fosse mudo?

Na mesma capa, o jornal traz uma chamada sobre a matéria publicada na revista piauí sobre o Meia-Hora.

O antetítulo: "Compra lá! Dá uma força pra eles!"

O título: "Revista de bacana baba o ovo do Meia"

O subtítulo: "Jornalista da piauí visita redação para contar aos leitores ricos e famosos como é feito o jornal que faz mais sucesso nas bancas do Rio"

domingo, 4 de janeiro de 2009

Conflito Israel e Palestina e as imagens que chocam




Já editei um "JL Méier" da FACHA sobre o assunto, destaque hoje do ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, em sua coluna. Vale a pena ler. Boa reflexão.

Quando é preciso chocar sem morbidez

Fotografias chocantes podem ajudar a manter vivos na memória coletiva horrores inomináveis e, com isso, dificultar a ocorrência de similares

DESDE O CASO da morte de Isabella Nardoni, em abril, o ombudsman não recebia tantas mensagens sobre um mesmo assunto numa semana, como nesta, de Ano-Novo, sobre o conflito entre Israel e palestinos.

Como é natural, com grande carga de emoção em todas e clara divisão entre as que veem no jornal proteção para um ou outro lado.

Dois leitores se queixaram de fotos de crianças mortas. Zuleika Haddad perguntou: "Por que a Folha precisa estampar foto de uma menina de 4 anos em seu funeral?". Geraldo Pietragalla Filho argumentou que as fotos "em nada contribuem para a compreensão dessa guerra insana; são manifestações mórbidas".

A morbidez deve ser evitada a todo custo, e o jornal precisa tomar muito cuidado com isso. Não acho que tenha esbarrado nela por enquanto.

Imagens fotográficas chocantes podem servir a propósitos humanitários e ajudar a manter vivos na memória coletiva horrores inomináveis e, com isso, dificultar a ocorrência de similares.

Como as dos prisioneiros dos campos de concentração de Auschwitz e Dachau, das deformidades provocadas em crianças pela poluição na baía de Minamata, das torturas impostas a prisioneiros iraquianos por soldados dos EUA em Abu Ghraib, dos efeitos de bombas de napalm sobre civis sul-vietnamitas, como a garota Kim Phuc, na foto acima, feita por Nick Ut, em 1972.

Não é agradável ver essas cenas. Mas às vezes é indispensável.

Quanto à cobertura em palavras do que vem ocorrendo em Gaza, a Folha começou muito mal. No sábado, enquanto os primeiros ataques aéreos ocorriam e prenunciavam o que viria, o jornal circulava com a avaliação de que a expectativa era a de que as tensões arrefecessem depois de Israel ter permitido a chegada de medicamentos e alimentos a Gaza.

Foi o contrário que ocorreu. Nunca é bom para um jornal antecipar algo e ocorrer o oposto. Mas faz parte dos riscos desta atividade.

O importante é que a Folha entendeu logo a importância dos fatos e melhorou muito ao longo da semana no seu acompanhamento. Na segunda, já estava na fronteira de Israel com Gaza seu enviado especial, que tem oferecido ao leitor o que só um jornalista do próprio veículo consegue fazer: mostrar os acontecimentos da perspectiva de real interesse do público específico.

A preocupação com o equilíbrio tem sido ostensiva. Sempre saem artigos em defesa dos dois lados em espaço comparável, descrevem-se as condições de vida dos habitantes das duas áreas (apesar da proibição à entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza), o texto de Adrian Hamilton, do "Independent", na sexta, sobre as causas do conflito, é exemplarmente isento.

Ainda falta muito a fazer, inclusive analisar com mais profundidade as posições do governo brasileiro e suas pretensões. Não será possível agradar a todos os leitores. Mas o caminho que o jornal vem seguindo é o certo.

Antologia do colunismo. Olha a pamonha!



Deu hoje na coluna "Painel", da Folha.

Reforma ortográfica em três visões



A reforma ortográfica na coluna "Por dentro do Globo"; na charge de Jean, na Folha e no recado de Arnaldo Bloch.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Os bastidores da redação do Globo na virada do ano



Meu camarada Jorge Antônio Barros registrou em vídeo (em três partes) o trabalho dos "coleguinhas" do Globo no dia 31 de dezembro. Do balacobaco. Quer ver a primeira parte? É só clicar aqui. Quer ver as outras partes? Vá lá no blog "Repórter de Crime".
http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/reporterdecrime/

Assisti tudinho e matei as saudades.

IMPERDÍVEL PARA QUEM NUNCA VISITOU A REDAÇÃO DE UM GRANDE JORNAL.

Cantinho do Mobral: "extruturado"! Nem na nova ortografia



Pesquei no kibeloco. Deu no Diário de Natal.

Livro sobre "a boa" Veja na Folha



A Folha de S. Paulo de hoje traz uma nota na coluna "Vitrine", no caderno "Ilustrada", sobre o livro "Veja sob censura", que destaquei em post abaixo. Já acabei de ler. Boa dica.

Nada se cria, tudo se copia - 2





Faltou dizer*: meu camaradinha Ary Moraes, sempre atento, destacou em sua coluna na revista Imprensa (de dezembro) a capa do jornal De Morgan, que copiou uma belíssima página dos bons tempos do Correio Braziliense.

Meus alunos de Secretaria Gráfica vão lembrar. Sempre cito e mostro em minhas aulas. Como o jogo Brasil e Inglaterra na Copa de 2002 aconteceu de madrugada, o Correio criou uma capa com as duas opções de resultado do jogo. Bela sacada. E bonita!

*O pessoal da revista Imprensa tem me enviado uma "cortesia especial" da revista. Só que demora a chegar. Por isso os comentários atrasados. Alô alô, Rodrigo Manzano: não dá pra mandar antes?

Dica de livro: "O olho da rua", de Eliane Brum




Não li - e gostei. A revista Imprensa de dezembro publicou uma bela resenha do Rodrigo Manzano sobre o livro.

Escrevi o comentário acima ontem (sábado), de manhã. À tarde, comprei o livro. Hoje é domingo, 12h10, só agora consegui parar de ler - na página 170. Que livraço!!! Como escreve essa moça! Uma aula de Jornalismo. Vai ser tema de conversa com os alunos no reinício das minhas aulas.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Os riscos da "multifunção" na Reportagem



Deu no jornal "LIDÃO", do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro. Vale uma reflexão.

Meia Hora na piauí




A revista piauí de janeiro já está nas bancas. Além de uma entrevista exclusiva do Lula, traz uma matéria do Roberto Kaz sobre o jornal Meia Hora. Quer ler mais? Vá comprar a sua.

Alô alô, meus amigos da piauí: a minha revista veio com defeito de montagem. Mandaram duas páginas com a foto do Lula. Não sou antipetista histérico, mas também não sou Lulista fanático.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Dica de livro: "1968-1976 Veja sob censura", de Maria Fernanda Lopes de Almeida





Descobri por acaso no jornaleiro da Rodoviária Novo Rio. Ainda não vi nas livrarias e não achei no buscapé. Já passei da metade. Vale a pena ler. Principalmente os estudantes de Jornalismo. A autora ilustra com as imagens de laudas de matérias censuradas na própria redação da revista. Tem também a capa da primeira matéria vetada, sobre o AI 5.

Importante: era uma OUTRA VEJA. Não creio que bufões como Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi tivessem espaço para escrever.