
Começo hoje uma nova série: "Textos que eu gostaria de ter escrito". O primeiro é esse de Mestre Verissimo que saiu hoje no Globo. Muitas vezes também sofro dessa limitação do "Ah é, é?". Para ler é só passar a mãozinha.
Meu amigo Ricardo Benevides, professor da FACHA e gente boa (apesar de torcer praquele time que só ganha no apito), pediu para divulgar. Pedido do Bene é intimação.
OFICINA DE REPORTAGEM INVESTIGATIVA
Vale 4 créditos. As inscrições vão até o final da semana.
Outras informações - e até o roteiros das aulas - abaixo.
OBJETIVO - Dotar o futuro jornalista de ferramentas e técnicas de pesquisa para trabalhos de jornalismo em profundidade. Durante o curso os alunos vão produzir em grupo, com o acompanhamento dos professores, reportagens que serão apresentadas no final do período de aprendizagem e divulgadas no site do curso.
PROFESSORES:
Angelina Nunes - Jornalista há 26 anos com passagens pela TV Manchete, Jornal O Dia. Atualmente ocupa o cargo de editora assistente no Jornal O Globo. Pós-Graduada na Escola de Políticas Públicas e Governo (EPPG/Iuperj) e com MBA em Formação de Executivos pelo Ibmec/Rio. Recebeu prêmios internacionais e nacionais de jornalismo (Rey de España, Sociedade Interamericanda de Imprensa , Instutito Prensa y Sociedad IPYS, Fundación Nuevo Periodismo, Direitos Humanos da ONU, Esso, Vladimir Herzog, Imprensa Embratel).
Dimmi Amora - Professor Universitário do projeto A Vez do Mestre da Universidade Cândido Mendes. Pós-graduado em Letras pela PUC-RJ. Jornalista há 14 anos, com passagem pelo Jornal O Dia. Atualmente repórter no Jornal O Globo. Vencedor de diversos prêmios internacionais e nacionais de jornalismo (Rey de España, Sociedade Interamericanda de Imprensa , Instutito Prensa y Sociedad IPYS, Fundación Nuevo Periodismo, Direitos Humanos da ONU, Esso, Vladimir Herzog, Imprensa Embratel). Fábio Vasconcellos - Doutorando em Ciência Política pelo IUPERJ. Mestre em Comunicação Social pela UERJ. Jornalista há dez anos, com passagem pelo Jornal do Brasil. Atualmente repórter no Jornal O Globo. Participou de vários Congressos de pesquisa em Comunicação e Ciência Política. Vencedor dos prêmios da Fundação IPYS, Imprensa Embratel e Vladimir Herzog. Marcelo Soares - Correspondente especial do Los Angeles Times no Brasil, colaborador do International Consortium for Investigative Journalism e consultor do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ). Instrutor de técnicas de jornalismo de precisão, em diversas universidades e Redações. Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa em 2006.
PALESTRANTES: As palestras serão ministradas por jornalistas que atuam no mercado de trabalho
CARGA HORÁRIA: 64 h
HORÁRIO: 09h às 13h
DIA DA SEMANA: 16 Sábados - NOS FINAIS DE SEMANA COM FERIADOS PROLONGADOS NÃO TEREMOS AULAS
INÍCIO: 09/05/2009
LOCAL DO CURSO: Rua Muniz Barreto, 51 – Botafogo – Campus INÚMERO MÁXIMO DE ALUNOS: 20
LENDÁRIO BÁSICO DO CURSO :
Aula 1: Apresentação do cursoTrabalho de equipe/Fundamentos da apuração e reportagem/Definição do tema para o projeto de reportagem
Aula 2: Pauta e entrevista As armadilhas da pauta/A entrevista/As fontes/As instituições públicas
Aula 3: Jornalismo de precisão Noções de jornalismo de precisão/Técnicas: busca avançada na internet/Técnicas: uso de bancos de dados públicos
Aula 4: Usando o computador para análise de dados Noções de Excel/Estatística básica/Apresentação de cases
Aula 5: Produção de reportagem Busca documental/Cases
Aula 6: Bancos de dados Como organizar informações em bancos de dados/Avaliação do material produzido pelos grupos
Aula 7: Jornalismo interativo Os recursos da Web 2.0/Casos de uso jornalístico da Web 2.0
Aula 8: Avaliação dos trabalhos produzidos no curso
Aula 9: Justiça e ética Relação entre Judiciário e imprensa/Danos morais/Apresentação de cases
Aula 10: Texto e edição Produção textual/Edição
Aula 11: Jornalismo visual 1Fotografia/Vídeo
Aula 12: Jornalismo visual 2Diagramação/Infografia
Aula 13: Jornalismo onlineFormatação do texto para internet
Aula 14: Revisão dos trabalhos
Aula 15: Edição dos trabalhos
Aula 16: Lançamento do site
LOCAL DO CURSO: Campus I - Rua da Muniz Barreto 51 - Botafogo
INVESTIMENTO: R$ 1.000,00 ou 4x R$ 250,00 - (Aluno/ex-aluno R$ 800,00 ou 4x R$ 200,00)
A FACHA reserva-se o direito de não abrir turmas com menos de 15 alunos.
George deu a dica nos comentários. Mais um belo texto do Kotscho, um dos maiores jornalistas do Brasil.
Por que tanta gente quer ser jornalista?
Faz muitos anos que os cursos de comunicação social que formam jornalistas são os mais cobiçados nos exames vestibulares. Faculdades de jornalismo pipocam por todo país, são centenas por toda parte.
Por isso, eu me pergunto: por que tanta gente quer ser jornalista, exatamente neste momento em que se anuncia a morte dos jornais e a nossa profissão é tão criticada pelo conjunto da sociedade?
Além disso, estamos prestes a ter uma decisão do Supremo Tribunal Federal, provavelmente acabando com a obrigatoriedade do diploma, o que, na prática, significa que qualquer um poderá ser jornalista, como já vem acontecendo.
Claro, eu sei que com o crescimento das novas mídias eletrônicas ninguém mais precisa ter diploma nem emprego para ser jornalista, pois cada um pode fazer seu próprio jornal na internet.
Mesmo assim, uns 50 mil jovens, ninguém sabe ao certo quantos, estão hoje cursando faculdades de comunicação para ter um diploma. Daqui a pouco vamos ter um contingente maior de estudantes do que o conjunto de profissionais em atividade.
Cada vez que faço uma palestra ou participo de debates em faculdades, vejo aquele mundão de gente no auditório e me preocupo com o futuro profissional daqueles jovens. Haverá emprego e trabalho para todos?
Emprego bom, não sei, mas trabalho certamente quase todos terão se quiserem mesmo ser jornalistas. Mudaram tanto as relações de trabalho que você hoje já não sabe quem é patrão e quem é empregado de quem diante dos milhares de títulos de impressos e de assessorias de imprensa, sites e blogs na internet.
O mais difícil é saber por que e para que eles querem ser jornalistas. Fiz esta pergunta aos meus alunos quando dei aulas por um período na USP e na PUC/SP no século passado e poucos souberam responder.
Cheguei à conclusão de que a maioria estava ali porque jornalismo era a profissão da moda, sem a menor idéia do que gostaria de fazer na profissão, além de aparecer na tela da TV Globo, é claro, ou ter uma coluna na Folha ou na Veja.
Aquela velha história de idealismo, compromisso social, mudar o mundo, e todos os sonhos dos meus tempos de estudante, acabou. A grande maioria quer mesmo é se dar bem, fazer sucesso e ganhar uma boa grana, sem saber como.
Fico impressionado com a quantidade de estudantes que me procuram para dar entrevistas, fazer palestras, dar depoimentos para seus TCC (Trabalho de Conclusão de Curso, uma praga que inventaram para atazanar a vida de velhos jornalistas) ou simplesmente conversar sobre a profissão.
Muitos deles buscam apenas uma palavra de estímulo, um alento, já que em suas escolas os professores os desanimam tanto diante das dificuldades que encontrarão no mercado de trabalho que muitos desistem antes mesmo de tentar alguma coisa.
E, no entanto, a cada encontro com estudantes de jornalismo me surpreendo não só com a quantidade, mas também com o entusiasmo e a qualidade de alguns deles, dispostos a encontrar nesta profissão não apenas uma opção profissional, mas uma opção de vida.
Foi o que aconteceu na última segunda-feira, na Universidade São Judas, na Moóca, em que tive dificuldades até para sair do auditório. Estava com pressa porque tinha um outro compromisso naquela noite, mas eles queriam fazer mais perguntas até no caminho do banheiro.
Eu até agora não sei responder à pergunta que fiz no título deste post. Se algum leitor tiver a resposta, por favor me diga.
Abaixo, transcrevo a palestra, na esperança de que os estudantes interessados em saber o que penso encontrem as respostas que procuram e me deixem um tempo para poder fazer minhas matérias.
Para ler o texto da palestra, clique aqui:
http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/2009/04/17/por-que-tanta-gente-quer-ser-jornalista/