segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Paula Dip: "Basta uma mulher ser alta, magra e bonita para virar 'jornalista e entrevistadora"

Muito boa a entrevista com Paula Dip no site "Digestivo Cultural". Quem é Paula Dip? Veja aqui?

Paula Dip se consagrou na televisão, onde apresentou o programa Panorama, o "pai" do Metrópolis, da TV Cultura, e principalmente o Paulista 900, no horário nobre da TV Gazeta, durante o final dos anos 80, pelo qual é, até hoje, lembrada. Teve passagens igualmente marcantes pela imprensa escrita. Começou, no final dos anos 70, nas revistas Nova e Cláudia. Foi, nos 80, repórter de Veja e chefe de redação da revista Gallery Around, depois AZ, publicação da casa noturna de José Victor Oliva que marcou época.

E foi em redações de revistas como essas que Paula conviveu com o escritor Caio Fernando Abreu, que acaba de biografar pela editora Record. Além de amiga, Paula Dip foi musa do escritor - que lhe dedicou, fora inúmeras cartas, peças literárias e contos. A partir dessa correspondência com Caio, Paula estruturou
Para sempre teu, Caio F. - Cartas, Conversas, Memórias de Caio Fernando Abreu, que, mais do que a história do autor, conta a sua própria, desde o final dos anos 70, passando pelos ultimamente badalados anos 80, encerrando em meados da década de 90 (com a morte do escritor). Em 2010, o livro vira documentário, pelas mãos de Candé Salles, conhecido por seus trabalhos na Conspiração Filmes.

Nesta Entrevista, Paula Dip fala do estado da TV brasileira atual: "Hoje, o apresentador também é uma celebridade. Perdeu seu
status de pesquisador, seu lugar de neutralidade. Basta uma mulher ser alta, magra e bonita para virar 'jornalista e entrevistadora'. Os diretores de TV acham que o ponto eletrônico, por onde assopram as perguntas a elas, dispensam que sejam cultas e inteligentes para apresentar programas e entrevistar pessoas." E complementa: "Como telespectadora - que é o que sou agora -, sinto falta de uma TV mais articulada, com mais conteúdo."

Defende, também, os anos 80: "Tem gente que diz que a década de 80 foi uma década perdida, mas eu não acredito nisso. Não existe década perdida, nada se perde, tudo tem seu valor." Relembra como era estar perto de Caio Fernando Abreu: "Não tínhamos, naquela época, uma consciência muito clara de estar convivendo com um escritor vocacional." E fala de sua influência, igualmente, na atual biografia: "Caio era um grande ficcionista e no meu livro procurei 'assimilar' seu jeito de contar histórias, baseadas na própria vida". Para concluir: "Hoje, depois de ter escrito esse livro, parece que o Caio está mais perto de mim do que jamais esteve." - JDB

Quer ler a entrevista? Clique aqui.



Um comentário:

Alexandre Sobral R. Horta disse...

Existem as mulheres do tempo...e também belas jornalístas como a apresentadora do "Bom Dia Brasil", Renata Vasconcellos!