Pesquei no Blog do Noblat.
O blogueiro
O sonho do jornalista-blogueiro é manter-se à custa do próprio blog. Não é uma tarefa fácil para quem não dispõe de estrutura para lidar com breaknews ou para fazer uma divulgação em larga escala de seu endereço na Internet. Quando depara com essa realidade, o candidato a dono do futuro conglomerado da comunicação online volta a seu espacinho sem audiência para reflexões do tipo “a mídia sempre será dos poderosos”.
Logo o blogueiro estará revoltado com a Rede Globo, puto com Sarney, enfurecido com Rubert Murdoch e querendo matar o Ricardo Noblat. Tudo porque seus seguidores não passam de 16 e, pior, ontem eram 17. É um drama pessoal de grandes proporções que justifica até mesmo alguma paranóia. “Será que não existe uma conspiração internacional contra meu blog?” ou “o Roberto Irineu Marinho não descansa enquanto não me destruir”.
O blogueiro diletante – caso deste que vos digita – vive consultando o Google Analytcs para medir sua popularidade mundo afora. Também posta mil e um links no twitter para ver se alguém se interessa. Quase sempre sai decepcionado.
Alguém abriu seu blog em Taiwan, mas foi por engano, numa dessas coincidências que ocorrem a cada três mil anos. “E aquele meu leitor do Canadá, quem será?”, indaga-se. Logo recebe um e-mail da prima que mora lá, dando uma força por pura obrigação.
No caso dos leitores da França nem precisa perguntar. São três amigos em Paris. A de Nova York é uma ex-namorada e a de Barcelona, ex-colega de trabalho que você nem acha bonita.
O certo é que é difícil fazer um blog decolar. É preciso dinheiro, publicidade, marketing e você só tem grana para contratar um homem-sanduíche.
Pode ser que um dia os poderosos dividam seu espaço com a gente, mas vai demorar. O blogueiro não deve – nem pode - ter pressa.
Enquanto aguarda o juízo final da grande imprensa escreve para as mesmas pessoas de sempre – um grupo muito seleto que você passará a chamar de “formadores de opinião”. Nele estarão os amigos, a família e uma garota do Belenzinho que, por ser a única seguidora desconhecida, é tratada a pão-de-ló.
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