quarta-feira, 21 de abril de 2010

Operação Lei Seca ou Indústria da Multa?

Mais uma carta no Globo de hoje denunciando essa picaretagem.

Um comentário:

Keith Cattley disse...

Diz o provérbio que “A sorte é como um raio, nunca se sabe aonde vai cair” A nossa, caiu com a chuva que inundou a cidade e matou muita gente. De quebra, arrancou a placa dianteira do nosso carro. Uma bobagenzinha diante da tragédia. Mandamos fazer outra imediatamente, e pronto. Pronto?
Noite seguinte, somos parados pela blitz da Lei Seca. Nenhum álcool no sangue, documentos em ordem, carro rebocado! Motivo? A malfadada placa dianteira. Apelamos para o bom senso, mostramos o recibo da nova placa, e ouvimos: “Bom senso não existe, o que existe é a lei”. O prefeito, alheio a isso, mostra bom senso, e anula todas as multas de transito no período da enchente.
Carro rebocado, véspera de feriado, começa a saga para retirá-lo. Inconformados com o aspecto “caça-níqueis” da blitz, mandamos carta ao Globo que foi publicada. Num tom conciliador, nos liga o assessor do manda-chuva da Lei Seca, Sr. Bragado; pede desculpas, reconhece o excesso cometido pelo agente, reafirma que eles são pelo bom senso, e diz que o coordenador geral quer falar conosco para se desculpar.
Recebemos um gentil e-mail do Sr. Carlos Alberto Lopes, reconhecendo o erro, e nos convidando para visitá-lo no Palácio Guanabara. Recuperamos o carro depois de pagar reboque e diárias, e respondemos ao tal senhor que o erro de um agente não invalida o mérito de uma operação que salva vidas, e que não pretendemos roubar seu precioso tempo indo ao Palácio.
Eis que a novela não acaba: devolvem o carro, mas cadê os documentos? Quinze dias depois, cinco horas perdidas no telefone, duas idas ao Detran, e nada de documentos. Prazos infringidos, carro parado (taxi diário Lagoa/Recreio/Lagoa a R$ 110,00 por dia), informações desencontradas, e a constatação inacreditável que 22 dias depois, e quase dois mil reais jogados no lixo, vamos passar mais um fim de semana a pé, por obra da insensibilidade de um agente, da ganância do Estado, e da incompetência burocrática do DETRAN-RJ.
Decidimos ir a Justiça. Vamos às Pequenas Causas, e resolvemos isso rapidamente, pensamos. Nada feito! Não se pode processar um órgão público nesse foro. Resta a Justiça Comum, onde tudo demora dez anos, e custa uma fortuna. Agora me digam: O que fazer? Deixar pra lá?
Keith Cattley, Rio de Janeiro, RJ

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