sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Gabeira e os jornais

Deu hoje na Folha.

Longa vida dos jornais
Fernando Gabeira

O presidente Lula não gosta de ler jornais. Foi uma decepção para a imprensa, pois através dela foi escolhido um dos homens mais influentes do planeta. Trabalho em jornal desde adolescente. Tempo em que os linotipistas tinham de tomar leite para evitar a intoxicação por chumbo.

Como o meu negócio é tornar os jornais mais atraentes, não brigo com quem não os lê; pergunto sempre como podemos melhorar.Um dos argumentos mais esgrimidos nessas polêmicas é que a internet está matando os jornais. Na semana em que se discute isso no Brasil, o "Los Angeles Times" anuncia que sua receita na internet superou a do jornal impresso e hoje é a sustentação principal da empresa.

Isso significa, ao contrário, que a internet está salvando os jornais? Também é um exagero. O que a internet vai fazer é obrigar os jornais a grandes mudanças.

Pessoas para quem a leitura é uma das razões de viver às vezes são impacientes com outras formas de comunicar. Por exemplo: a fotografia ganhou espaço nos jornais brasileiros graças também à competência de nossos fotógrafos. Muitos editores a viam como uma forma secundária.

Agora o desafio é outro. Dezenas de novos programas de visualização disputam espaço. Num mundo complicado, ver mapas e gráficos nos dá a impressão de controlar a realidade. Podemos desenhá-la em camadas que aprofundam o conhecimento do tema.

Um dos criadores desses programas, para ilustrar a diferença genética entre homem e macaco, desenhou, num fundo negro, com minúsculas letras brancas, a cabeça do macaco. Havia raros pontos vermelhos -eram a marca da diferença.

Não se trata mais só de absorver a fotografia. Mas de explorar maneiras de visualização. Evoluir para sobreviver é a tarefa que a indiferença nos provoca.

Um comentário:

Gabriel Bernardo disse...

a opinião dele é um consenso... agora imagina se olula fosse ler todos os jonais.. se todos os politicos tivessem tempo de ler muitos jornais, com certeza não havia tanto emprego para os assessores de imprensa
rsrsr

abraços PC