quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Foto do dia


Fotógrafo: Moacyr Lopes Júnior (Folha de S. Paulo)

Dicas para os alunos

JORNALISMO
Folha estréia hoje blog sobre seu Programa de Treinamento
A Folha põe no ar hoje o blog "Novo em Folha", uma extensão on-line do Programa de Treinamento em Jornalismo Diário, curso de três meses que ensina na prática a fazer jornal. Coordenado pela editora de Treinamento, Ana Estela de Sousa Pinto, o blog vai permitir que os interessados acompanhem o dia-a-dia do programa e os comentários dos participantes.
O blog também terá informações sobre aperfeiçoamento profissional, entrevistas com jornalistas da Folha, explicações sobre como funciona o jornal e dicas sobre prêmios e cursos. Até sexta-feira, haverá informações e comentários sobre a semana de palestras, terceira etapa da seleção para o curso, da qual participam cerca de 40 candidatos à 43ª edição do programa.
Ainda no blog, os participantes do 42º treinamento vão contar curiosidades sobre as reportagens que produziram ao final do curso, que acabou em dezembro.
veja o blog em http://novoemfolha.folha.blog.uol.com.br

Os Gritos da Cabeça?


Sem comentários, em respeito às vítimas. Mas que dá pra soltar um PQP, isso dá.

Colaboração: Filipe Cerolim (aluno da FACHA)

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Extra! Extra!: Jornais X Internet

Circulação de jornais aumentou em 2006
Tiago Cordeiro
O mito de que com a internet os jornais estão fadados a um papel secundário no jornalismo foi contestado pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), que comunicou nesta segunda-feira (26/02) que pelo terceiro ano consecutivo a circulação de jornais brasileiros aumentou. Em 2006, esse índice foi de 2,36%.

“Os números do IVC mostram que a recuperação da indústria jornalística brasileira, depois de alguns anos de queda na circulação, segue com todo vigor. Eles resultam de uma economia mais aquecida, embora ainda de forma tímida, e do esforço constante dos jornais brasileiros de melhorarem como produto, de buscarem novos nichos de mercado, de atender as expectativas dos leitores”, opinou Antonio Athayde, diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ). De acordo com a Associação Mundial dos Jornais (WAN), esse crescimento acompanhou a mesma tendência mundial em 2005

“Mesmo diante de outras mídias, como a internet, os jornais brasileiros têm acompanhado a evolução do mercado. Temos ainda muito espaço para crescer na circulação, diante dos baixos índices de leitura no Brasil”, avaliou Athayde. Frisou também que os jornais precisam e devem crescer junto ao mercado publicitário.

Leitura
O baixo índice de leitura do País foi confirmado por outra pesquisa da WAN de 2005, onde o Brasil aparece com 45,3 leitores por mil habitantes em 50º lugar, atrás de países como África do Sul, Paquistão e Malásia. “O Japão está no topo da tabela. Se o Brasil se aproximar dos países desenvolvidos ainda tem muito a crescer”, acredita Ricardo Costa, diretor-geral do IVC. O Japão possui um índice de mais de 600 leitores para cada mil habitantes.

Para Marcelo Senna, editor-chefe do Expresso do Infoglobo, a tendência está longe de ser inexplicável. “A gente verifica que é um fenômeno marcado principalmente pelos compactos populares. Não apenas no Rio de Janeiro eles têm forte crescimento, mas também em outros estados como Minas Gerais”, apontou. Em janeiro, o tablóide Super Notícia, da capital mineira, foi apontado como o primeiro em vendas avulsas no país custando R$0,25 por exemplar.

Para Costa, porém, o avanço dos jornais populares é apenas parte desse crescimento e não apenas a única causa. “Há também a questão de preços mais acessíveis, promoções etc. Além disso, os jornais mudaram seu formato e conteúdo. Há um movimento para buscar mais leitores e diversificar”, analisou Costa.

Para melhorar
Para a jornalista Mariana Duccini, mestranda em jornalismo e ciências da linguagem pela USP e professora do curso de redação e estilo para jornais e revistas da Escola de Comunicação, apesar da boa notícia, ainda há muito o que melhorar nos jornais impressos. Ela mantém um acompanhamento sistemático de erros grosseiros na mídia impressa – com mais de 500 ocorrências – e vê o nível cultural das matérias decaindo de forma inaceitável.

“Vejo erros de apuração, precisão, estilísticos e mesmo gramaticais”, revela. Apesar disso, ela também acredita que os jornais ainda podem crescer. “Acho que ainda há público para se crescer sim. A internet ainda vem muito a reboque do meio impresso, apesar de toda aquela questão de tempo real eu não vejo muita diferença em relação aos jornais. Acho que sua grande saída é aprofundar sua capacidade analítica, o estilo europeu. Se continuar fazendo uma função simplesmente de reportar os fatos ‘aconteceu ontem e pronto’ aí poderemos mesmo ter uma vida curta”, acredita.

Fonte: Comunique-se

Ruy Castro estréia na Folha (Sempre a certeza de um bom texto)

RUY CASTRO
Outro bom dia para nascer
RIO DE JANEIRO - No dia 1º de maio de 1991, Otto Lara Resende estreou nesta coluna. Não foi o primeiro titular dela, mas foi seu primeiro cronista. Cronista, mesmo -alguém sem muito compromisso com os fatos, com a busca da objetividade ou com o que, na época, ia pela cabeça dos nossos políticos, se algo fosse.
Com sua vivência entre as potestades da República desde 1946, Otto podia escrever sobre o que quisesse -de uma improvável vaca que acabara de ver na avenida Vieira Souto a uma certa tarde das calendas, em que ele e Rubem Braga chupavam jabuticabas enquanto Kennedy era morto em Dallas. Não significava que os colegas de Otto na página não pudessem fazer o mesmo. Mas, por algum motivo, parecia natural que a liberdade para fazer crônica fosse privilégio do colunista do Rio. Aliás, desde Maneco Antonio de Almeida, no "Correio Mercantil", em 1854, o Rio tem esse privilégio.
A crônica de estréia de Otto se chamou "Bom dia para nascer", porque, por acaso, saiu no dia de seu aniversário. Não tinha uma palavra solta. Otto lembrou as efemérides da data: a carta de Pero Vaz de Caminha, o nascimento de José de Alencar, o Dia do Trabalho. Era um bom dia para começar -ou, segundo ele, recomeçar.
Por coincidência, para mim também, hoje é um bom dia para nascer e para estrear nesta coluna. O 26 de fevereiro tem seus marcos: o nascimento de Victor Hugo, do inventor Levi Strauss (o criador do jeans, não o antropólogo), do caçador (depois preservador) Buffalo Bill e da sambista Isaurinha Garcia. Foi também o dia em que se gravou o primeiro disco de jazz (em 1917, pela Original Dixieland Jazz Band). E, para meu prazer, é um dia que sempre cai perto do Carnaval, quando não no próprio. Tudo a ver.
É também o Dia do Comediante. Mas, no Brasil, qual não é?

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Sacanagem!!!

"da redação da revista "Caros Amigos"
ATENÇÃO URGENTE!

Alguém colocou um texto na internet sobre o caso do menino João Hélio assinando Marilene Felinto.
Atenção! O texto é falso, feito para prejudicar a jornalista".


Fonte: site da Caros Amigos

Não conheço a jornalista pessoalmente. Mas isso vem sendo feito na Internet. Cuidado com o que se lê.

Hora do recreio: "Bico nas horas vagas, Marcos Alexandre"?


Lama Samten!!!
Que "171" é esse, professor?

Uma frase

"Os redatores que me perdoem, os editores que me desculpem, os diretores que não me ouçam, os diagramadores que não me queiram mal, os cronistas e colunistas, esses então que não me atirem pedras, mas se todos eles um desaparecessem e só ficasse o repórter, o jornalismo continuaria vivo"
(Zuenir Ventura)

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Aula: Só faltou não saber que ele é Flamengo e tem uma nega chamada Tereza

"Enquanto isso, na Bandeirantes, Lívia Lemos entrevista Jorge Benjor no camarote de uma cervejaria:
- Você tem alguma escola de coração?
Vem cá, será que tem alguém neste país, além da Lívia Lemos, que não sabe qual é a escola de samba de Jorge Benjor?"


Coluna de Artur Xexéo (O Globo - 21/02/2007)

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Artigo: "Parabéns calouros de 2007" (Stephen Kanitz)

"Mais de 1,5 milhão de jovens brasileiros começam neste mês a derradeira etapa de sua educação. Meus parabéns! O grande problema que vocês vão enfrentar é que o conhecimento humano está dobrando a cada nove meses. Seguindo esse raciocínio, dois anos depois de formados, entre 60% e 80% de tudo o que vocês aprenderam estará obsoleto, dependendo da profissão. Isso se seus professores ensinarem o que há de mais novo em sua especialidade, o que nem sempre acontecerá.

Vocês provavelmente encontrarão três tipos de professor. Os ultraconservadores, que ainda ensinam "conhecimentos" de 1880. Na realidade, dogmas de um mundo que não existe mais. Percebam como vocês encontrarão muito poucos professores que se definem como neoliberais, neomarxistas, neofreudianos ou neo alguma coisa. Neo significa novo. No fundo, não são progressistas como dizem, mas ultraconservadores. Acham que o mundo não mudou ou então pararam no tempo, como todo conservador.

Outro grupo de professores é o dos enganadores, aqueles que não se atualizam e dão aulas mesmo assim. Não se reciclam há anos, ensinam o que era novo dez anos atrás. Ou, pior, ensinam as mesmas coisas que eles próprios aprenderam quando estudavam. Se tiverem sorte, vocês também encontrarão um pequeno grupo de professores criativos e visionários, que criam e mostram como será o mundo de amanhã. São eles que vão inspirá-los a tentar fazer o que ninguém fez antes, são eles também que inspiraram quase todos os jovens que inventaram esses sites na internet.

O que muitos de seus professores ainda não perceberam é que o conceito de conhecimento humano mudou. Não existe mais o conhecimento perene, guardado a sete chaves, restrito às "lides acadêmicas". As universidades não são mais as "casas do saber", as "catedrais do conhecimento", como muitas se autodefinem. Hoje, o conhecimento humano é de curta duração, poderíamos até dizer descartável, usado duas ou três vezes e jogado fora, quando não faz mais sentido guardá-lo. Isso os obrigará a repensar e a gerar novo conhecimento, porque provavelmente o futuro precisará de soluções nunca vistas.

Estou exagerando um pouco para que vocês entendam aonde quero chegar. O importante é vocês aprenderem a criar conhecimento, e não somente a usar o conhecimento do passado. Eu utilizo o termo administrativo "conhecimento just in time". Vocês terão muitos problemas a resolver, e terão de saber como analisá-los, gerando uma solução ou "conhecimento" apropriado, que não necessariamente servirá para o resto da vida. Daqui a alguns anos, a situação será outra, requerendo nova análise e solução.

Que algumas coisas são perenes, como 2 + 2 = 4 e muitas leis da física, não há a menor dúvida. Mas o que estou sugerindo é que vocês tomem o cuidado de sempre questionar seus professores, para se certificar de que o conhecimento do passado será de fato útil no futuro. Max Weber, Keynes e Freud escreveriam a mesma coisa se estivessem vivos hoje? É isso que vocês precisam descobrir. Até pode ser que sim, mas é melhor desconfiar sempre.

O que eu peço a vocês, calouros de 2007, é que se concentrem em como gerar conhecimento. Como observar, como identificar variáveis relevantes, os personagens vitais do problema e os interesses. Como analisar alternativas e tomar decisões. Usei muito pouco das teorias que me ensinaram na faculdade. Meu sucesso profissional foi devido muito mais ao conhecimento que eu próprio gerei, que eu mesmo criei, do que às teorias e técnicas que mal me ensinaram.

A "faculdade" que vocês precisam adquirir é a da criação, da criatividade, da geração de conhecimento, e não a da erudição, do academicismo ou a da decoreba que se alastra pelo país.

Infelizmente, vocês terão de agradar aos dois primeiros tipos de professor repetindo o passado que eles querem ouvir, senão não serão aprovados. Mas aproveitem os próximos quatro ou cinco anos procurando e prestigiando os professores criativos, aqueles que de fato pesquisam o futuro e não somente o passado, e juntos criem o conhecimento para resolver os problemas atuais do Brasil, e mandem-nos para mim ou coloquem na internet.
Saibam distinguir quem é quem, e boa sorte! "
Stephen Kanitz é formado pela Harvard Business School

Não gosto e não acredito na Veja, não admiro o autor do artigo, mas vale a pena refletir sobre o texto acima.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Aula Geral (ombudsman da Folha): A Imprensa é SENSACIONALISTA?

A coluna do Marcelo Beraba, na Folha de S. Paulo, é sempre uma boa aula. Sempre uma boa reflexão.

observadores
Emoção e histeria
Masakata Ota, pai do menino Ives Ota, seqüestrado e morto em 1997 em São Paulo, avalia como "bom" o trabalho da imprensa paulista no caso de João Hélio. Na sua opinião, os jornais têm cobrado mais providências das autoridades. Não considera a cobertura sensacionalista ou excessiva. As avaliações de dois observadores da imprensa são diferentes, principalmente em relação a alguns jornais do Rio.

Inácio Caño, sociólogo do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro:
"Estou achando a cobertura péssima. Em primeiro lugar, pelo excesso de exposição. Alguns jornais do Rio deram metade da Primeira Página para a notícia como se tivesse estourado a Terceira Guerra Mundial.
Em segundo lugar, a cobertura é muito emocional. Alguns jornais estão em campanha pela redução da maioridade penal. Há uma mistura entre uma posição editorial, a qual os jornais têm todo o direito, e uma cobertura jornalística que acaba influenciada pela posição editorial. Número três: há fatos graves que alguns jornais simplesmente omitiram por conta dessa cobertura tão emocional. Se você vê aquela foto dos acusados, tem um cara sendo esganado. E isso, na maior parte dos jornais nem sequer é comentado.
Com o passar dos dias, os jornais evoluíram para uma cobertura mais reflexiva, mas inicialmente a cobertura foi extremamente emocional.
Evidentemente não é um problema só da imprensa, mas a imprensa acaba estimulando essa reação emocional das pessoas e dos políticos. Várias propostas estão andando, depois vão parar até o próximo caso. Acho que a imprensa deveria fazer um pouco de autocrítica sobre a cobertura.
É claro que o jornal tem de mostrar a notícia, é uma notícia perturbadora e tem de ter difusão. Mas acho excessivo esse patamar de exposição. O "Jornal do Brasil", do Rio, deu como manchete "O que eles merecem?". Era um convite ao linchamento. E mostra muito claramente a diferença de uma cobertura emocional de uma cobertura mais objetiva".

Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes:
"Apesar dos problemas, a imprensa tem modificado, para melhor, o tratamento que dá aos temas associados à violência, criminalidade e segurança pública nos últimos anos. A mudança mais forte é o abandono, pela maioria dos jornais, de recursos sensacionalistas e noções apelativas, como a publicação de fotos chocantes e o estímulo ao uso de violência pelas forças de segurança, recomendando que a polícia elimine criminosos ou desrespeite direitos para combater o crime. Algumas coberturas são exemplos de que é possível fazer um jornalismo ao mesmo tempo investigativo e capaz de mudar a realidade, como a dos ataques do PCC em São Paulo, em 2006. A imprensa praticamente interrompeu a escalada de mortes provocada pela polícia em reação aos atentados.
Por isso foi surpreendente a resposta da maior parte dos jornais do Rio, com manchetes apelativas no caso do menino João Hélio. O acúmulo de experiência na cobertura de grandes crises foi abandonado. Para se identificar com a indignação de seus leitores, vários jornais perderam o tom e acabaram reproduzindo uma combinação de perplexidade e histeria. Algumas manchetes, mesmo dos principais jornais, entrarão para a história dos grandes erros da imprensa".

Fonte: Folha de S. Paulo (domingo, 18/02/2007)

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Aula Geral (Exercício 3)


Pequeno, mas desagradável, erro de edição.

Aula Geral (Reflexão) Opinião no Jornal Nacional


OPINIÃO NO JN!
Ontem (12 de fevereiro) no JN, o casal locutor - Bonner e Fátima - introduziu uma conversa em família sobre o caso do menino João. O máximo de informalidade na pergunta a Fátima sobre a entrevista com os pais da criança. Respostas e comentários entre si, opinando - Bonner e Fátima - sobre o caso. Uma inovação.

Para quem assistia, a opinião não era da emissora, mas opiniões pessoais, como se estivessem em família, do casal.

Em artigos recentes no jornal o Globo, o diretor executivo de jornalismo da TV Globo -Ali Kamel- defendia a tese que no jornalismo se deve ter o máximo de objetividade na cobertura dos fatos. E opiniões, só em editoriais. Mas ontem o JN inovou.

Foi além da opinião editorial, além da opinião do tipo-âncora,( Casoy por exemplo), e avançou para um tipo de opinião informal, casual, em família. É possível que isso dê mais força a opinião e sensibilize mais a audiência. No entanto, vale a pena avaliar do ponto de vista do jornalismo esta inovação. Especialmente o que acha o jornalista Ali Kamel dela.

Fonte: Ex-Blog do César Maia

Nessa o prefeito "jornalista" acertou. Reparei nisso ontem. Achei uma novidade interessante e fora dos padrões globais. Bom assunto pra refletir sobre o envolvimento dos repórteres nas notícias.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Aula geral: "Mercado de trabalho"

Jornalistas na Câmara ganham mais que deputados
"A Câmara vai abrir dia 5 de março um concurso para contratar mais jornalistas. Hoje, cada deputado ganha um salário de 12 mil e 800 reais. O vencimento dos jornalistas da Casa é de 9 mil reais, por apenas cinco horas de trabalho diárias. Mas, com as gratificações, o valor pode chegar a 16 mil reais.
Há quatro anos, a Câmara tinha 63 jornalistas para diversas funções, por exemplo, na TV Câmara. Hoje, há mais que o dobro: 132 contratados. Todos ganham o mesmo salário: mais de 9 mil reais. O número de profissionais é digno de uma redação de um grande veículo de imprensa, mas a Câmara não tem a Comunicação como atividade principal.
Na ponta do lápis, a Câmara possui um jornalista para quase cada 4 deputados. Só que cada parlamentar já tem sua própria equipe de imprensa incluída nos gastos do gabinete. Com o concurso do mês que vem, serão mais 13 jornalistas contratados, além de 18 profissionais de outras áreas da Comunicação, como publicitários, radialistas e relações públicas.
O secretário de Comunicação da Câmara dos Deputados, Willian França, afirma que o aumento do número é mesmo necessário.
Os 16 mil pagos aos jornalistas da Cãmara ficam bem longe do piso para a categoria no Distrito Federal - e do resto do país. O valor base varia entre mil e duzentos e mil quatrocentos e trinta reais, dependendo do tipo de trabalho. O salário dos jornalistas da Câmara também não encontra paralelo nos principais ministérios do governo.
O valor máximo nos ministérios chega a 6 mil e trezentos reais. Na Câmara, os contratados vão trabalhar 40 horas por semana.
Não foi só o número de jornalistas que aumentou na Câmara. De acordo com dados do Tesouro Nacional, o total de servidores ativos e inativos passou de 19 mil e quinhentos em dezembro de 2002 para 20 mil e setecentos em dezembro do ano passado. Em entrevista à Rádio BandNews FM, o novo presidente da Câmara confessou não estar por dentro do assunto, mas considerou alto o salário pago a jornalistas em Brasília, e prometeu apurar o caso."

Fonte: Blog do Noblat (Reportagem que foi ao ar, hoje, na BandNews FM)

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Aula geral

2 textos de repórter denunciado têm erros
José Messias Xavier, acusado de favorecer quadrilha de caça-níqueis, diz que se baseou em delegado
DA SUCURSAL DO RIO

Após denúncia feita em dezembro pelo Ministério Público Federal à Justiça, acusando o jornalista José Messias Xavier de integrar uma quadrilha que explora caça-níqueis, a Folha decidiu esquadrinhar a sua produção no jornal. Messias colaborou com a Sucursal do Rio, como repórter free-lancer, de junho a outubro de 2005.
Em 40 dias, uma equipe de jornalistas da Folha identificou 81 textos escritos por Messias e publicados. Constatou incorreções em dois.
Os textos "PF investiga chefe da Polícia Civil do Rio" e "Caça-níqueis movimentam R$ 300 mi/ano", publicados em 24 de outubro de 2005, contêm erros factuais e informações que não se confirmaram. O jornal faz as correções hoje na seção "Erramos", à pág A3.

Em dezembro do ano passado, quando trabalhava na TV Globo, Messias foi acusado pelo Ministério Público de pertencer a uma das quadrilhas de caça-níqueis da zona oeste.
Uma das tarefas de Messias, de acordo com a denúncia da Procuradoria da República, era "plantar" em meios de comunicação notícias desfavoráveis à quadrilha de Rogério Costa de Andrade e Silva.

A outra seria obter informações privilegiadas para a organização criminosa rival, encabeçada por Fernando de Miranda Iggnácio. O conteúdo da reportagem sobre a suposta investigação a respeito de Álvaro Lins, então chefe de Polícia Civil do Rio, coincide com um dos objetivos que a Procuradoria aponta nas suas ações à época em que era produtor (função equivalente à de repórter) da TV Globo: difundir informações negativas sobre o delegado, sugerindo que ele ajudaria Andrade.
Não é possível, contudo, concluir que os equívocos do texto de 2005 tenham sido cometidos com o propósito de prejudicar uns e favorecer outros.

Messias só passou a ser alvo de vigilância e monitoramento telefônico pela Polícia Federal -com autorização judicial- em julho de 2006. Antes de prestar serviços à Folha, por sete anos ele foi repórter do diário "Extra". De novembro de 2005 a dezembro de 2006, foi primeiro colaborador e depois contratado da TV Globo, que o demitiu quando o Ministério Público fez a acusação.
A reportagem de 24 de outubro de 2005 informava que a PF abriria inquérito para investigar suposto crime de prevaricação (não agir como exigido na função pública) de Lins.

O motivo seria não alertar as autoridades federais sobre componentes contrabandeados nos caça-níqueis de Andrade apreendidos. Hoje deputado estadual, Lins afirma que não poderia avisar porque não recebera tal constatação. Delegado da PF, Marcelo Nogueira de Souza foi citado como autor de frase que anunciava o inquérito. Ouvido agora, diz que não pensou em instaurá-lo. A reportagem relatou que o Ministério Público determinara a abertura de inquérito. O procurador da República Carlos Alberto Gomes de Aguiar afirma ignorar tal requisição em 2005. E diz que Lins só passou a ser investigado em 2006.

Ouvido pela Folha, Messias diz que se baseou em informação obtida com fontes da PF e confirmada pelo delegado Nogueira de Souza. Afirma não ter gravado as declarações. "Eu tenho 23 anos de profissão. Sempre procurei ser correto. Meu objetivo foi sempre publicar matérias de interesse público."

BOX
Jornalista nega o envolvimento com criminosos
Acusados de fazer parte de uma das máfias que disputam o controle das redes de caça-níqueis no Rio, o jornalista José Messias Xavier, 43, e o advogado Silvio Maciel de Carvalho, 41, negaram ligação com criminosos em depoimento ao juiz Flávio da Silva Lucas, da 4ª Vara Federal Criminal do Rio, ontem.
Messias afirmou que se aproximou do advogado por ser ele uma fonte que o municiaria de dados para o livro "A Águia e o Burro", que disse ter registrado na Biblioteca Nacional nesta semana. Ao juiz, disse que o livro, concluído na semana passada, busca o elo entre o jogo do bicho no Brasil e o crime organizado internacional.
Segundo denúncia do Ministério Público Federal, Messias receberia dinheiro de Carvalho para repassar informações que colhia, como jornalista, de policiais e membros do Judiciário.
O juiz indagou a Messias se ele publicava mais textos contra o grupo de Andrade. O jornalista disse que havia mais "informações oficiais" contra este contraventor do que contra Iggnácio. "Mas sempre mencionava nas reportagens que o Fernando Iggnácio era inimigo dele."
A suposta participação do jornalista foi descoberta a partir de escutas telefônicas de conversas dele com o advogado. Em uma delas, Carvalho pergunta se "o dinheirinho ajudou"; Messias diz que "ajudou para caramba".
Ambos, ao juiz, disseram não se lembrar da conversa e que o "presentinho" eram documentos e informações.

Fonte: Folha de S. Paulo - Cotidiano (08/02/2007)

Leia também: Ombudsman (11/02/2007)- "Prestação de contas" http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ombudsma/om1102200702.htm

Aula geral - Exercício 2

Aula: Secretaria Gráfica e FESO


Legenda da foto na capa:
A primeira-dama Marisa e o presidente Lula diante de slogan da Nestlé na abertura de uma fábrica em Feira de Santana (BA); na Petrobras, em São Francisco do Conde (BA), Lula trocou o nome da empreiteira Queiroz Galvão pelo do locutor Galvão Bueno.

Fonte: Folha de S. Paulo - Foto: Sérgio Lima

Aula: Secretaria Gráfica (O melhor do Fotojornalismo 1)



Estética da dor alavanca concurso fotográfico
Principal prêmio de fotojornalismo, World Press Photo contempla imagem do contraste; brasileiro vence categoria
A 50ª edição do prêmio de maior prestígio do fotojornalismo mundial, o World Press Photo, consagrou ontem o americano Spencer Platt, da Getty Images, com a impactante fotografia de um grupo de jovens libaneses passeando em um bairro arrasado no sul de Beirute após o conflito entre Israel e o Hizbollah.
Para a jurada Michele McNally, a imagem "tem a complexidade e a contradição da vida real e o caos".
A imagem é simples, nos faz olhar a sociedade na sua modernidade e oferece a possibilidade de nela se rever, numa tomada de consciência. "Não fiquei surpreso ao ver um carro com jovens ricos e fashion passeando pelos destroços. Beirute sempre foi para mim uma cidade de contrastes e sobreposições" diz Spencer.
Neste ano, 4.460 fotógrafos de 24 países inscreveram 78.083 imagens nas dez categorias do concurso. O tom predominante é o de denúncia.
Além de imagens avulsas, o WPP contempla histórias narradas numa série de fotos. É o caso do brasileiro João Kehl, vencedor da categoria de Ensaios Fotográficos sobre Esportes com a história de uma academia de boxe montada sob um viaduto no centro de São Paulo.
A pluralidade do concurso incentiva o consórcio entre sensibilidade social, provocação surrealista e senso estético. Operários da imagem transformam-se em caçadores de emoções, fatos e movimento, embalsamam a "verdade" para o futuro, amanhã, depois e sempre. A realidade convertida em símbolo da realidade.

Fonte: TONI PIRES (EDITOR DE FOTOGRAFIA - Folha de S. Paulo)

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u104526.shtml

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Aula geral - Exercício 1

Aula geral



Larry Rother "ataca" outra vez. Esse cara é polêmico, mas é interessante como repórter. Foge do "jornalismo declaratório" e cria pautas diferenciadas. Como deve fazer sempre um bom repórter.

Dois bons temas pra debate: o repórter e o fato.

Aula de Secretaria Gráfica (Dica de site)


Alunas e alunos
Essa dica "pesquei" no site do Tiago Dória, que saca tudo de Tecnologia. É o site de Alan Jackbson, da Brass Tacks Design, empresa que fez a reestruturação gráfica de vários jornais no mundo. Recentemente foi lançado o blog Best Front Design, onde todo dia ele analisa o design e a composição das capas de diversos jornais. A dica, segundo o Tiago, é do NewsDesigner.

Endereços: http://www.brasstacksdesign.com/index.html
http://www.newsdesigner.com/blog/

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Artigo: "A delicada realidade do jornalista freelancer"

A delicada realidade do jornalista freelancer
Francine de Souza e Fernanda Reche (Comunique-se)

Não há, em território brasileiro, jornalista que jamais tenha ouvido falar em freelancer. A verdade é que, apesar da expressão estar presente na vida dos profissionais de comunicação no país, nem só de benefícios vivem os trabalhadores que exercem essa atividade. De acordo com o secretário-geral da Fenaj, Celso Schröder, a figura do freelancer não existe na relação de trabalho de qualquer espécie e, portanto, não está protegido por nenhum tipo de lei.

A insegurança de fazer freelas não impede que a atividade seja procurada por grande parte dos jornalistas, muitas vezes buscando complementar a renda. Uma alternativa comum no mercado brasileiro é o registro de autônomo. Para isto, o jornalista deve buscar junto à prefeitura de sua cidade o cadastro que garantirá que ele seja reconhecido como pessoa jurídica, o que permite que os pagamentos sejam feitos por meio do Recibo de Profissional Autônomo (RPA). Durante os primeiros três anos após a formatura, o trabalhador fica isento de qualquer taxa e depois desse período tem de pagar o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN).

O secretário-geral da Fenaj acredita que esse é um tipo de proteção possível para quem faz essa contratação. No entanto, Schröder destaca que essa relação é sempre muito frágil, tanto para o profissional quanto para a empresa contratante. “O trabalhador pode buscar a justiça do Trabalho alegando ter sido coagido a aceitar esse tipo de contrato. Do ponto de vista da legislação trabalhista será sempre uma relação discutível”, apontou.

Em meio a tantas incertezas, é comum jornalistas serem prejudicados por empresas que se negam a realizar o pagamento pelo trabalho produzido. Esta realidade tanto assola os comunicadores que eles se organizaram para dar apoio uns aos outros divulgando o nome de empresas “caloteiras”. No Orkut, maior site de relacionamentos da web, existem diversas comunidades que se propõem a isso.

A jornalista Vanessa Campos é uma das freelancers que procuraram a comunidade Trabalho para Jornalistas para alertar colegas de profissão. Após trabalhar durante dois meses para uma empresa, a comunicadora se viu em “maus lençóis”, tendo que pagar impostos sem nem mesmo receber o valor a que tinha direito. “Como já trabalhava com essa empresa fazendo outros freelas, confiei que daria tudo certo e acabei não fazendo um contrato, acertando o valor e data de pagamento apenas com o coordenador da empresa de eventos”, afirmou.

Cuidados
Muita dor de cabeça e um semestre depois de prestado o serviço, Vanessa recebeu seu pagamento. Hoje a jornalista diz que toma precauções antes de aceitar qualquer proposta de freela: “depois desse acontecido, só topo fazer freelas com um contrato assinado e recebendo 50% antes, sempre que possível. O ideal é que utilize a estrutura da própria empresa contratante.” Com experiência no assunto, Vanessa aconselha: “Guarde e-mails, solicitações sempre por escrito e assinadas e documente reuniões com gravações para facilitar a sua organização”.

Com relação ao pagamento, Schröder e Vanessa dividem a mesma opinião. Se houver um atraso de pagamento, a recomendação é tentar negociar, dividi-lo em duas ou três vezes, dependendo do valor, e manter um bom relacionamento. Uma sugestão é pedir aconselhamento ao Sindicato da sua região ou pelo Juizado do Trabalho.

Pensamentos próprios
O representante da Fenaj destaca a existência de outra linha que começa a ser usada: a do direito autoral. “A minha produção não é uma relação de trabalho braçal, mas eu tenho um direito incorporado na minha criatividade e ela precisa ser remunerada”, afirma Schröder. Ele conta que é comum ver empresas contratarem jornalistas para desenvolver um projeto e dispensá-los sem implementar a idéia, mas em seguida a empresa “reaproveita” a produção do profissional com outro preço.

Bem consolidado internacionalmente, o direito autoral começa a realizar conquistas nessa área, porém ainda pouco utilizadas. As novas tecnologias tornam o assunto ainda mais relevante.