domingo, 1 de junho de 2008

Imprensa brasileira faz 200 anos - 2 (Box 1)

Deu hoje na Folha (box 1)

Biblioteca já não tem espaço para o acervo
MARCELO BERABA

Os 200 anos da imprensa brasileira já não cabem na Biblioteca Nacional. Seus 16,2 quilômetros de estantes nos seis andares da ala destinada aos periódicos, no Rio, estão abarrotados e não têm como acomodar as publicações que não param de chegar.
O edifício de 1910 não tem espaço para guardar o acervo nem para atender os leitores com conforto e segurança. Construído para receber 500 mil volumes, abriga hoje 9 milhões de livros, periódicos, mapas, fotos e manuscritos.

As várias reformas executadas ao longo do século 20 esbarram na área do prédio (13 mil m2) e nas suas características. A dificuldade de incorporação de facilidades tecnológicas incomuns quando foi erguido (elevadores, ar-condicionado e controle de umidade) é um obstáculo à sua modernização.

Os jornais estão hoje acondicionados em dois depósitos. A maior parte está no Armazém dos Periódicos, que abriga os títulos do século 20 e os que foram lançados no século 19 e continuam a circular, como o "Diário de Pernambuco" (1825). São cerca de 60 mil títulos de jornais, revistas e boletins. Não há espaço para os 3.000 exemplares de jornais que recebe por mês. Os periódicos que viveram e morreram no século 19 estão no Armazém de Obras Raras, que guarda mais de 6.500 títulos.

A solução para aliviar as prateleiras já existe, mas falta dinheiro para concretizá-la: é a implementação da Hemeroteca Brasileira. A BN adquiriu em 1988 uma área de 16 mil m2 na zona portuária. A antiga Estação de Expurgo, de 1949, tem uma estrutura sólida e espaço para receber todos os periódicos. O traslado abrirá espaço para o velho prédio da Cinelândia acolher os 40 mil livros que esperam um lugarzinho numa estante para serem lidos. Enquanto isso, eles estão empilhados em depósitos.

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