segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Você conhece o seu Marimbondo da Trindade e a dona Graciela Rodela?

Deu hoje na Folha. Chove no Rio.

Escalafobéticos
RUY CASTRO

De um livro dos anos 60, só há pouco reaberto, cai um recorte sem data do "Correio da Manhã". É um tópico da coluna "Quatro Cantos", de notas políticas e "faits divers", editada pelo meu colega Cicero Sandroni, hoje presidente da Academia Brasileira de Letras. Intitula-se "Nomes" e diz: "Eis aqui uma lista de nomes tirados dos fichários de associados do INPS". Para se ver como vem de longe a criatividade brasileira, seguem-se os próprios:

"Antonio Dodói, Bom Filho Persegonha, Cafiaspirina Cruz, Céu Azul do Sol Poente, Dezêncio Feverêncio de Oitenta e Cinco, Graciosa Rodela, Inocêncio Coitadinho Sossegado de Oliveira, João Cara de João, João Cólica, João da Mesma Data, João Casou de Calças Curtas, Manuel da Hora Pontual, Manuelina Terebentina Capitulina de Jesus Amor Divino".

E mais: "Maria Panela, Maria Passa Cantando, Pedro Bonde, Restos Mortais de Catarina, Último Vaqueiro, Um Dois Três de Oliveira Quatro, Vitória Carne e Osso, Antonio Manso de Pacífico Sossegado, Antonio Treze de Junho de Mil Novecentos e Dezessete, Antonio Noites e Dias, Benedito Autor da Purificação, Imaculada Gema, Joana Mula, João Pensa Bem, Joaquim Pinto Molhadinho, Maria Privada de Jesus, Napoleão Estado de Pernambuco, Pharmácido Lopes".

E ainda mais: "Pedrinha Bonitinha da Silva, Philonila Piauhilina, Olinda Barba de Jesus, Universo Cândido, Veneza Americana do Recife, Darcilia Abraços Santinho, Alma de Vera Leão Rolando Pedreira, Remédio Amargo, Capote Valente e Marimbondo da Trindade".

Ué, Capote Valente é esquisito? -perguntará você. Sim. Para quem não mora em São Paulo, soa tão escalafobético quanto João Casou de Calças Curtas, Um Dois Três de Oliveira Quatro ou Joaquim Pinto Molhadinho. Com todo o respeito.

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