Acabei de receber o "Comunique-se". Inacreditável. Prefiro não comentar agora.
Clique:
http://www.comunique-se.com.br/index.asp?p=Conteudo/NewsShow.asp&p2=idnot%3D52663%26Editoria%3D8%26Op2%3D1%26Op3%3D0%26pid%3D960442081%26fnt%3Dfntnl
Meus amigos: mandei o e-mail abaixo para o Ali Kamel. Ele respondeu e autorizou a publicação da troca informal de mensagens.
De: pc guimarães
Para:ali.kamel
Assunto: Artigo "Ainda o copyright"
Enviada em: Jun 30, 2009 12:18 PM
Ali
Aqui é PC Guimarães, ex-repórter do Globo, professor da FACHA - e blogueiro. Li seu belo artigo no Globo de hoje. Costumo republicar, como se fosse um clipe, alguns artigos que considero de interesse de alunos (criei esse blog com o objetivo principal de me comunicar com estudantes de Comunicação). Me preocupo sempre em dar crédito a tudo o que republico, inclusive fotos, charges etc.
Republiquei o seu artigo.
Mas tem um trecho do seu texto (na segunda coluna) que entendi que é uma crítica a blogueiros como eu: "(...) aquele sujeito isolado que escreve um blog se acha no direito de publicar a íntegra de um artigo muito interessante (...)".
"Vesti a carapuça", como diria a minha avó?. Ou jornalistas e professores blogueiros têm o "direito" de fazer isso?
Se puder responder, agradeço.
grande abraço
pc guimarães
***
RESPOSTA DO ALI KAMEL
2009/6/30 Ali Kamel <ali.kamel>
Meu artigo vc pode publicar, porque eu autorizo sempre. Mas acho que a melhor política é dar o link ou pedir autorização prévia. Quem lê no seu blog tira leitura do site original do artigo, o que não é justo (a menos que tenha a autorização do autor, como é o meu caso). Jornais vivem de audiência. Qualquer coisa que prejudique isso mina a qualidade. Abração e tudo de bom.
Publicitários no Festival de Cannes debatem rumos da atividade; em cenário de incerteza, proximidade entre anunciantes e criação, busca por resultados concretos e uso de mídias tradicionais estão em alta
CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
Chaminés gigantescas foram viradas de cabeça para baixo em anúncios e se tornaram turbinas anticrise. Pedaços de outdoors passaram a ser vendidos aos consumidores, para que uma cervejaria pudesse continuar veiculando sua marca. Spots de rádio passaram a vender bilhetes de classe executiva, a preço de econômica, em sonhos de um maluco.
Na mão dos publicitários que mostraram seu trabalho no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, a crise, como não poderia deixar de ser, ganhou seu lado mais criativo e até mesmo engraçado.
Descobrir como sair da recessão -e mesmo o que será desse mercado após uma eventual recuperação da economia mundial- é bem mais difícil. "Bem que eu gostaria de saber a resposta", afirma Martin Sorrell, presidente do maior grupo de agências do mundo, o WPP, quando questionado sobre como será o mercado após a crise (leia a entrevista abaixo).
Além de teorizar muito sobre a recessão, os publicitários tentaram buscar pistas sobre o futuro, durante o encontro. Um seminário realizado na sexta-feira, por exemplo, reuniu grandes empresas como Procter&Gamble, Kraft Foods, Johnson&Johnson e McDonald's para discutir a crise.
Segundo os anunciantes, o maior problema não é falta de recursos, mas traduzir os desejos do consumidor -mostrados de todos os ângulos em pesquisas, mas não interpretados corretamente. "Queremos gerar valor para nossos produtos", diz Marc Pritchard, chefe de marketing global da Procter&Gamble. "É preciso que a comunicação interprete e traduza isso para o consumidor."
A insistência das agências em fazer campanhas cada vez mais digitais, integradas, em redes sociais e repletas de novas modas a cada ano, também é apontada pelos anunciantes como exagerada. Os formatos tradicionais de mídia -mesmo nos países maduros- ainda são mais eficientes.
"Em nenhuma dessas salas [do festival] se falou de publicidade tradicional", diz Brian Perkins, vice-presidente corporativo da Johnson&Johnson. "Nós amamos televisão, colocamos um bom dinheiro em mídias tradicionais e vamos continuar a fazê-lo por um bom tempo", observou.
Mary Dillon, chefe de marketing global do McDonald's, concordou com Perkins e disse que a mídia tradicional ainda é o jeito mais eficiente de chegar ao consumidor. "Todos sabem que as pessoas passam cada vez mais tempo no computador", afirmou Dillon. "Mas isso não quer dizer que elas serão atingidas pela publicidade."
Eric Schmidt, presidente do Google, é claro, pensa o contrário. Segundo ele, os consumidores mudaram suas buscas por causa da crise, passam mais tempo pesquisando preços, mas continuam comprando.
"As pessoas deixaram de buscar casas para ir atrás de advogados que cuidarão de suas dívidas e de financiamento para renegociação de hipotecas", diz Schmidt. "Elas estão buscando como resolver seus problemas e também como fazer dinheiro pela internet."
De acordo com Sérgio Valente, presidente da DM9DDB, com a crise, os clientes brasileiros -que já davam prazos restritos- passaram a exigir respostas ainda mais rápidas das agências. "Somos o antiácido da crise", diz Valente.
"Mesmo depois que ela terminar, teremos de ser ainda mais rápidos para ajudá-los em parceria", afirma.
Além do ponto levantado por Valente, Ehr Ray, presidente da Borghierh/Lowe, aponta que também tende a aumentar a cobrança por resultados concretos. Um dos itens de maior peso, durante o julgamento das campanhas em Cannes, foi exatamente o retorno -em vendas, lembrança de marca ou mídia gerada- proporcionado por cada anúncio.
"A proximidade com o anunciante, que se perdeu ao longo dos anos, deve voltar a ganhar força", diz Ray. "Será a volta da dupla anunciante e criativo."
Emergentes puxarão alta no setor, diz executivo
ENVIADA A CANNES
Martin Sorrell comanda o WPP, maior grupo de agências de propaganda do mundo. São 2.000 escritórios em 107 países, com mais de 135 mil empregados e US$ 15 bilhões em faturamento. No grupo, estão agências como JWThompson, Ogilvy e Hill&Knowlton. Considerado um visionário, Sorrell recebeu a Folha no hotel Carlton, em Cannes.
FOLHA - Como ficará o mercado de publicidade após a crise?
MARTIN SORRELL - Eu bem que gostaria de saber [risos]. Steve Ballmer [presidente da Microsoft] afirmou que o mercado de publicidade, em relação ao PIB, será igual ou menor no futuro. Acho que será igual ou maior.
Depende do que você define como publicidade. Se envolver propaganda e serviços de marketing, como construção tradicional de marca, mídia, relações públicas, pesquisas de mercado, áreas digitais interativas, internet, entre outras, será definitivamente maior. Certamente, esse mercado vai crescer no Brasil, na América Latina, na Ásia, na Europa Central e do Leste, na África e no Oriente Médio. A visão de Steve é mais americana, de um mercado maduro. Nos Brics e no que chamamos de os próximos 11 [mercados emergentes], que respondem por 27% dos nossos negócios, os resultados vão crescer. A Europa Ocidental vai ficar estável, e nos EUA talvez cresçam um pouco.
FOLHA - Sua estratégia de diversificação é regional?
SORRELL - Temos três estratégias de crescimento. Uma é de novos mercados, que respondem por quase 30% do faturamento. Outra são novas mídias, que equivalem a 25% dos US$ 15 bilhões que faturamos ao ano. E, finalmente, entendimento do consumidor. São US$ 4 bilhões de pesquisas. Dados sobre consumidores são cada vez mais importantes.
FOLHA - Se no longo prazo a área vai crescer, como será no curto?
SORRELL - Este ano será muito difícil. No primeiro trimestre, tivemos baixa de 5,8% nos negócios, mas a América Latina teve alta. Em abril e em maio, houve mais pressão na região, mas ainda está estável. Esperamos que o Brasil, neste ano, tenha desempenho estável ou pequena queda. O México, apesar da gripe suína, está indo bem. A Colômbia também, e a Argentina está incrivelmente forte. Crescemos dois dígitos por lá, talvez por causa das eleições. A posição do Brasil no mundo está muito mais forte. Apesar de no curto prazo ser difícil, vamos ver um pouco de recuperação em janeiro de 2010. Vai parecer um pouco melhor porque, na comparação com o ano anterior, a base vai ser fraca.
FOLHA - No Brasil, a mídia tradicional segue muito forte. Quanto tempo isso vai durar?
SORRELL - O Brasil é um mercado dominado pela televisão, mas celulares, PCs e a penetração da internet estão ficando mais importantes. Jornais e revistas sentirão cada vez maior pressão das comunidades on-line e das redes sociais. O Brasil irá se tornar semelhante aos mercados maduros.
FOLHA - As empresas de tecnologia vão avançar na comunicação?
SORRELL - No ano passado, recebi num painel Google, Microsoft, Yahoo e AOL. As empresas de tecnologia ainda não entenderam -ou não querem aceitar- que são empresas de mídia. Elas não são diferentes, na nova área de mídia, de NewsCorp, Viacom, CBS ou Disney. São atores da mídia.
DE PEQUIM
Na segunda parte de sua entrevista, Roozbeh Mirebrahimi conta por que as iranianas aparecem sem véu na página de relacionamentos Facebook.
Cidadão-repórter
Cada celular é uma câmera no Irã, então toda essa repressão será retratada. Ao expulsar a imprensa estrangeira, o governo fez com que cada iraniano se veja como um repórter. Antes das eleições, a blogosfera e a internet iranianas tinham muito de entretenimento, mas, com a crise, virou grito de guerra, de sobrevivência.Exilado em Nova York, Roozbeh Mirebrahimi diz que é seu papel ajudar internautas iranianos a driblar censura do país
Jornalista diz, porém, que é impossível mudar regime somente por meio da internet; "o povo precisa estar na rua", afirma ele
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
Em fevereiro, o jornalista e blogueiro iraniano Roozbeh Mirebrahimi, 30, foi condenado pela Justiça iraniana a dois anos de prisão e 84 chicotadas, por "propaganda contra o sistema", por "difamação do Supremo Líder" e por "perturbar a ordem pública".
A sentença saiu quando Mirebrahimi já estava em Nova York -ele fugiu há dois anos do Irã, depois de ficar desempregado nos primeiros dois anos do governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad, cuja reeleição no último dia 12 provocou uma inédita onda de protestos contra o regime islâmico.
"Fiquei em uma lista negra", diz o jornalista.
Mirebrahimi estava no grupo dos quatro primeiros blogueiros que foram presos no Irã, no final de 2004, depois de revelar detalhes de uma investigação sobre a morte de uma jornalista no país.
Ele apanhou, foi torturado e abusado sexualmente nos 60 dias em que ficou preso. "Envelheci trinta anos na prisão" é o máximo que ele diz hoje sobre o período.
Formado em ciência política pela Universidade de Teerã, a melhor do país, ele nasceu em 1979, ano da vitória da Revolução Islâmica, em um vilarejo às margens do mar Cáspio. Filho de um taxista com uma costureira, Mirebrahimi morava em uma pequena casa na zona sul de Teerã, a mais pobre da capital, com a mulher, também jornalista e blogueira.
Tratado como herói na blogosfera iraniana, hoje ele edita um jornal sobre o Irã no exterior e colabora com a "resistência-cyber", enviando programas que ajudam a driblar a censura iraniana para seus amigos que ainda estão no país.
Ele conversou com a Folha por telefone sobre as manifestações que perdem fôlego no Irã sob a repressão do regime. Mirebrahni diz que internet sozinha não faz revolução.
Num dia em que a mídia já estava consumida com o falecimento de Farrah Fawcett, a morte repentina de Michael Jackson deixou os jornalistas meio perdidos, especialmente nas redes de TV, informam o Los Angeles Times e a revista Entertainment Weekly.
A morte de Michael Jackson intensificou o tráfego na web e tornou-se ”a principal história pelo mundo”, diz o New York Times. Os redatores de obituários do Washington Post, que não tinham um texto preparado para o cantor, tiveram que se apressar para cumprir com o fechamento da edição da costa leste dos Estados Unidos, com um redator escrevendo o lide, e outro agregando conteúdo para a segunda metade do texto.
O primeiro com a notícia foi o site de fofocas de celebridades TMZ, que informou que Jackson havia sofrido uma parada cardíaca às 13h30 (horário local, 17h30 em Brasília). Às 14h44 (18h44 em Brasília), bateu os concorrentes por apenas 16 minutos ao dar a notícia da morte do cantor, diz o LA Times. No entanto, muitos sites americanos e internacionais, "receosos pelas fotos de paparazzi e pauta sensacionalista do TMZ", esperaram até que o LA Times, uma fonte mais séria e confiável, colocasse a notícia em seu site às 14h51 (18h51 em Brasília) para atribuir a informação ao jornal, explica o The Guardian, que acrescenta: "O TMZ teve o furo da década".
A morte de Michael Jackson "deveria levar as redações a reavaliar como lidam com notícias de última hora em um ambiente hipercompetitivo e de publicação instantânea [como a internet]", escreve Robert Niles no Online Journalism Review. Entre suas sugestões, estão designar alguns jornalistas às tarefas de reportagem e outros às de publicação. "Mas não peça que uma mesma pessoa faça as duas coisas". Ele também acha que "está na hora de abandonar o e-mail como meio para [informar] notícias de última hora". Vale a pena ler seu post na íntegra.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, disse hoje (26) à Agência Brasil que é possível o Supremo Tribunal Federal (STF) rever a decisão sobre a dispensa de diploma de curso superior para a prática jornalística. Segundo ele, isso poderia ser feito de duas maneiras: por embargo de declaração ou por meio de uma ação embasada em novos fundamentos.
“O STF não considerou que há, na imprensa, espaço para os articulistas, e que a liberdade de expressão não estava tolhida da legislação brasileira, até porque 42% dos profissionais que produzem conteúdo não são jornalistas”, disse.
Britto argumenta que a "confusão" do STF sobre o que o seja a profissão de jornalista possibilita a utilização de um instrumento jurídico chamado embargo de declaração. “Esse tipo de instrumento pode ser utilizado quando são identificados pontos omissos, erros ou contradições durante o processo”, explica.
“No caso, o embargo de declaração estaria relacionado aos pontos omissos, porque não foi observado que os colaboradores já têm espaço previsto para a manifestação de pensamento. Ao analisar esse ponto omisso, o resultado do julgamento poderia ter sido outro”, disse o presidente da OAB.
Segundo Britto, há, ainda, a possibilidade de uma outra ação impetrada apresentar novos fundamentos que convençam os ministros a mudar de opinião. “A liberdade de expressão não é comprometida pelo diploma”, disse. “E não há exclusividade para os jornalistas no que se refere a manifestação do pensamento”, afirmou.