sábado, 1 de dezembro de 2007

Professora faz vaquinha pra estimular leitura de jornal. Viva a professora Cláudia Regina Pinto!

Professora incentiva leitura de jornal com vaquinha para assinatura
MARIANA BARROS
DA REDAÇÃO


Incentivados pela professora Cláudia Regina Pinto, 35, os alunos da 6ª B e da 6ª C da escola estadual Jardim Daniel David Haddad, em Salto de Pirapora (122 km de São Paulo), fizeram uma vaquinha para bancar a assinatura de um jornal. Acostumada a ler jornal desde os 17 anos, Cláudia quis transmitir o hábito às crianças, aguçando a curiosidade e melhorando a linguagem e o entendimento delas.
Como a escola não contava com recursos, ela mesma decidiu fazer uma assinatura da Folha. "Também não tenho condições [financeiras], mas, por eles, fiz o sacrifício. Depois de arcar com o custo por algum tempo, ela solicitou ajuda aos pais e às próprias crianças. Como nem todos os alunos tinham condições de contribuir, a classe foi dividida. Enquanto o grupo de assinantes faz alguma atividade com o jornal, os demais seguem outra proposta -ela garante que não há ciúmes entre as turmas.
Para Cláudia, o fato de as crianças arcarem, direta ou indiretamente, com a assinatura faz com que dêem mais valor ao jornal. "Como são eles que pagam, então valorizam. Os livros, por exemplo, que o Estado dá, eles pegam de qualquer jeito. O jornal, não", avalia.
O zelo se reflete até na maneira como a edição chega até eles. "Levo o jornal fechado. Se chegar aberto, eles reclamam", conta Cláudia.
Os meninos começaram a se interessar pelo noticiário lendo sobre futebol, enquanto as garotas procuravam primeiro o horóscopo. A primeira página era lida pela professora, o que contribuiu para que, aos poucos, as crianças passassem a ler sobre mais assuntos.
"Hoje eles lêem a primeira página sozinhos e lembram o que saiu no dia anterior", diz Cláudia. A cada dia, um dos estudantes leva o jornal para casa e fica com o exemplar por dois dias, para que a família também possa lê-lo.
Apesar de sua determinação em estabelecer nas crianças o hábito de ler jornais, a professora é modesta sobre sua influência. "A idéia se concretizou graças a eles. Claro que eles segue meu exemplo, mas foi a vontade deles", diz.

Fonte: Cotidiano (Folha de S. Paulo)

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