quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Jornalismo x jornalismo




Há uma diferença entre Jornalismo com J maiúsculo e jornalismo com j minúsculo. O que a Veja faz hoje não é Jornalismo; é fanatismo. Não é mais uma revista séria e confiável. Faz um jornalismo panfletário, tendencioso, de baixo nível. E é essa a diferença entre Esquerda e Direita. É só comparar os títulos das três capas. Época e Carta Capital fizerm capas com títulos isentos. Veja botou pra fora todos os seus recalques.

Dica do blog: estágio no jornal LANCE!

Blog de aluno


Meu novo aluno da FACHA Méier, Bruno Braz, tem um blog no Lancenet onde conta histórias sobre torcedores de futebol. Vale conferir.
http://www.lancenet.com.br/blogs_colunistas/arquiba/default.asp

Reportagem sobre a LAPA, Texto de PC Guimarães

No final do ano passado, meu querido amigo e "guru", professor José Eudes, da FACHA e da PUC, me chamou para fazer uma reportagem sobre a Lapa para uma revista cultural chamada "Inscrita". A matéria foi publicada e no reinício das aulas, Eudes me deu um exemplar da revista. A reportagem, como era esperado, teve alguns cortes, pois escrevi muito mais do que me pediram. Foi uma experiência bem legal. Vários colegas me ajudaram: Marceu Vieira, repórter de O Globo (tradicional freqüentador da Lapa), que me indicou o Lefê de Almeida, que sabe tudo sobre o bairro; Perfeito Fortuna e meu ex-aluno Carlos Venetillo, entre outros.

Tive pouco tempo para apurar e escrever, mas acho que ainda "engano" com as "pretinhas".

"Pretinhas", pros que estão chegando agora, era o nome que se dava às teclas das antigas máquinas de escrever.

Se alguém quiser ler, é só passar a mãozinha.





Juvenal Antena e PC Antenado




Confesso que vivi! Digo: confesso que sou vaidoso. Coisa de filho único, pisciano e mimado, mas "maxxxo com 3 xis". Relutei muito em publicar essa troca de mensagens, mas o orgulho de divulgar um elogio recebido de um dos melhores repórteres do Rio de Janeiro, do Brasil e, quiçá, do Universo, falou mais alto, como diria minha avó desalmada. Leio sempre o blog "Repórter de Crime", do meu camarada Jorge Antonio Barros, um dos mais lidos do Globo Online (http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/reporterdecrime/)

Há poucos dias, trocamos mensagens no blog, como fazemos de quando em vez. Numa delas, Jorginho perguntou se eu tinha lido o livro sobre os obituários do The New York Times. Eu acabara de ler. E comentei sobre outro livro, "Os melhores jornais do mundo". Leio quase todos os livros, artigos e reportagens que falam sobre Reportagem, Jornalismo, Repórter, Imprensa etc. Por essa razão, Jorginho fez o puta elogio que não resisti e publico aqui no blog.

É só passar a mãozinha.

Assessor de Imprensa é Jornalista?

Vale a pena ler a troca de "correspondências" entre Adilson Laranjeira, assessor de Imprensa de Paulo Maluf, e Clóvis Rossi, colunista da Folha de S. Paulo. Clóvis escreveu em um artigo (abaixo) que Adilson Laranjeira, seu ex-colega na redação do mesmo jornal, "mudou de lado" ao assumir o cargo de assessor de Imprensa de Maluf, o que não deve ser fácil. Como defender Maluf? Adilson nega que tenha trocado de lado. Há jornalistas que até defendem a criação de um Sindicato diferente para os profissionais que trabalham em assessoria de Imprensa. Alegam que assessor de Imprensa não é Jornalista. Discordo. Mas vale a reflexão.

Maluf
"Clóvis Rossi me elogia em seu artigo "O encontro dos caras-de-pau" (Opinião, 15/2) e estranha que eu tenha trocado de lado quando assumi o cargo de assessor de imprensa de Paulo Maluf. Nunca troquei de lado e jamais usei em benefício próprio o privilégio que foi trabalhar durante 20 anos na Folha. Troquei apenas de emprego e continuo o mesmo profissional. Aquilo que escrevo sobre Maluf é baseado no direito de defesa que o "Manual da Redação" da Folha assegura a todos.

Quando Maluf é acusado e o jornal ouve o ex-prefeito na própria reportagem, para nós o assunto está encerrado. Quando Maluf é atacado em artigos ou em cartas de leitores sem ser ouvido, uso aquilo que o "Manual da Redação" assegura. Um exemplo que vem ao caso: o PT deveria reclamar do jornal porque Rossi diz em seu artigo que o partido virou uma organização criminosa, "no dizer do procurador-geral da República".

O procurador jamais disse isso, e sim que 40 altos dirigentes e membros do partido constituíram uma quadrilha dentro da organização partidária, o que é muito diferente. Como se vê, continuo atento apenas a que as coisas sejam ditas como são, e não como elas possam significar para outros que não as ouviram corretamente."
ADILSON LARANJEIRA, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)
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O encontro dos caras-de-pau
CLÓVIS ROSSI
SÃO PAULO - Quando comecei na Folha, há exatos 28 anos, Adilson Laranjeira era chefe de reportagem. Meu chefe, portanto. Profissional competente, uma de suas funções era pôr a sua turma a trabalhar em textos de denúncia ou críticos a Paulo Salim Maluf.
Depois, o velho e bom Adilson mudou de lado. Passou a ser assessor de imprensa de Maluf. E, nessa função, faz o contrário do que fazia quando estava na Folha: manda cartas negando todas as acusações e críticas a seu chefe. É do jogo. Essa rotina reapareceu, em parte, na edição de ontem desta Folha, em carta na qual Adilson diz que fui injusto ao comparar a farra dos "fuscas" com dinheiro público de Maluf com a farra dos cartões lulopetistas (e tucanos).

Mas há, na carta, um dado relevante: nos 23 anos decorridos até chegar ao poder, o PT fazia questão de vociferar que todos os demais partidos eram farinha do mesmo saco e que só ele era impoluto como a Virgem Maria. Agora que a suposta virgem virou "organização criminosa", no dizer do procurador-geral da República, referendado em princípio pelo STF, é Maluf, a antiga Geni da política tupiniquim, quem fica injuriado ao ser posto no mesmo saco do lulopetismo.

Já os lulopetistas nem mandam cartas para fingir que são inocentes. Apenas esmolam para que os jornalistas digamos que os outros também não são. Pedido, aliás, que apenas revela a cara-de-pau e má-fé da "quadrilha" e de sua matilha de hidrófobos-debilóides, posto que TODOS os escândalos dos anteriores governos, TODOS, foram expostos exatamente pela mídia hoje dita "golpista", da Ferrovia Norte-Sul, no governo Sarney, à privataria, passando pela compra de votos para a reeleição, no governo FHC, para nem mencionar todos os trambiques do governo Collor, aliás hoje aliado de Lula. Como Maluf. Como Sarney.

Que belos textos! Cláudia Matarazzo e Ruy Castro

Como meus milhares de alunos e meus milhões de leitores do blog sabem, sou leitor assíduo (sic) de seções de Cartas dos jornais. A carta publicada ontem pela jornalista Cláudia Matarazzo na Folha de S. Paulo comentando um texto publicado recentemente no mesmo jornal pelo Ruy Castro é imperdível. Abaixo, a carta da Cláudia e o texto do Ruy Castro.

Homem
"Ruy Castro está preocupado com a utilidade dos homens desde que leu que a ciência já produz espermatozóides a partir das células-tronco femininas ("Fim do homem-objeto", Opinião, 13/2). Calma, Ruy! Que mulher descartaria um espécime capaz de originar tão variados prazeres? Cafuné, por exemplo. Há homens mestres nisso.
E os que beijam então? Quando um homem que beija beija uma mulher que gosta de beijo, uau!
Há homens que sabem falar e pensam também. E o que dizer dos que fazem uma mulher rir?
Nem falei daqueles que nos proporcionam prazeres sexuais inenarráveis. Não pela qualidade da transa em si, mas pela habilidade de, logo depois, tratarem-nos como verdadeiras rainhas.
Caro Ruy, não há o que temer: mulheres com juízo sempre encontrarão homens com talento.
Precisam -como já dizia Edith Piaf, em Paris, ou Marina Lima, no Rio- estar dispostas a renunciar a algumas coisas pelo prazer de ter um "homem pra chamar de seu".
Mon homme."
CLAUDIA MATARAZZO, jornalista (São Paulo, SP)

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Fim do homem-objeto
RUY CASTRO
RIO DE JANEIRO - Era difícil ser homem em certa época do século 20 -anos 70 e 80, por aí. As feministas viviam nos culpando por todos os crimes cometidos contra as mulheres por nossos avós ou bisavós. Uma sexóloga americana, Shere Hite, escreveu um livro provando que, por ter clitóris, a mulher podia perfeitamente dispensar o homem para sentir prazer.
Só nos restava, portanto, ser conservados para a reprodução. E mesmo assim em termos: algumas belas feministas (sim, havia) do meu círculo no Posto 9, em Ipanema, quase me convenceram de que o homem não passava de uma invenção da mulher para a produção de mais mulheres. Não que isso fosse necessariamente ruim, eu argumentava. Sempre que as mulheres precisassem, nós nos sacrificaríamos com prazer, sem trocadilho, em função desse objetivo.
Claro que, relegados a simples fornecedores de espermatozóides, estaríamos sendo reduzidos à odiosa condição de homens-objeto. Daí propus a Eduardo Mascarenhas, psicanalista então em voga, a criação de um slogan para nos defendermos: "No peito do homem-objeto também bate um coração". Mascarenhas aprovou-o e até o repassou a seu mestre, Helio Pellegrino.
Bem, agora, no século 21, as queridas feministas estão por baixo, mas a ciência acaba de descobrir um novo jeito de produzir espermatozóides, a partir de células-tronco da medula óssea feminina. Ou seja, uma mulher poderá fertilizar outra mulher sem a necessidade de participação do homem.
Se isso vingar, pensei comigo, o que será de nós? Mais uma vez, seremos atirados na lata de lixo da história. À falta de melhor vamos ter de nos conformar em jogar pelada, tênis, sinuca, buraco ou qualquer coisa com os amigos nos demais dias da semana, não apenas às terças ou quintas.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Mancadas 2008 - What´s the problem?


E O Globo de hoje que cometeu essa cagada hoje no "subtítulo" de uma matéria? Atenção na revisão, meus camaradas!

Marketing do Bem


Tem marketing do mal sim. O que Kleber Leite vive fazendo no Flamengo, por exemplo. E não é de hoje que o Flamengo é um clube marqueteiro. Chegou a vestir Mané Garrincha e Pelé com aquela horrorosa camisa que eles chamam de "manto sagrado". E adoram fazer isso com jogadores em final de carreira. Vide Yashin, um goleiro russo, que veio passar um final de semana no Brasil e foi obrigado a usar aquilo, e muitos outros. Inclusive cantores de churrascaria. No saudoso FIC (Festival Internacional da Canção) era muito comum isso. *

Portanto, é com muito orgulho, como diriam os antigos apresentadores, que reproduzo uma das peças de divulgação da agência fotográfica Tyba, do meu camarada Rogério Reis. A idéia de reproduzir o menu original do último baile da Ilha Fiscal em 09-11-1889 é do balacobaco. A foto é de Alex Larbac.

* hehe. Meus alunos flamenguistas vão me matar.

Aula de Secretaria Gráfica: cadernos do Globo ganham prêmio de Design


Com um belo bumbum se faz uma bela página.

Exposição de Fotografias


Meu camarada Alcyr Cavalcanti manda a dica. A mostra fotográfica é uma projeção coletiva com o tema "Verão 2008", com as imagens que marcaram a estação preferida dos cariocas. Calor, chuva, carnaval, lazer, violência etc. Vai ser dia 27, quarta-feira, no auditório do Sindicato dos Jornalistas. Participam entre outros:
Alex Ferro, Berg Silva, Custódio Coimbra, Mauricio Seidl, Gilson Barreto, Severino Silva, Guillermo Planel e o próprio Alcyr, que também faz a curadoria.

É uma realização conjunta Sindicato/ARFOC.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Vem aí a SERAFINA


"Folha" lança revista bancada por publicidade
"Serafina" é o nome da nova publicação da Folha de S.Paulo, que deve chegar ao mercado no mês de abril. A revista será gratuita e virá encartada juntamente à edição do jornal veiculado aos domingos. O conteúdo editoral será independente da linha utilizada no impresso e vai focar principalmente temas mais despojados como decoração, moda, lazer e prazer. A conta de todo o investimento na nova publicação será bancada pela publicidade. Agências de propaganda já estão sendo contatadas para aquisição de cotas trimestrais. Duas delas inclusive já foram fechadas. Entretanto, os anunciantes ainda não foram divulgados.

Os próprios jornalistas da "Folha" produzirão o conteúdo de "Serafina". Segundo apuração da reportagem, a colunista Mônica Bergamo atuará no papel de "âncora" da novidade editorial. O já editor de "Moda", Alcino Leite Neto, também comporá a equipe e deve escrever sobre os bastidores do mundo fashion em nível nacional e global. Serão matérias, notas e entrevistas sobre artistas e celebridades que interessem a "vida sócio-cultural do leitor padrão da Folha de S.Paulo", diz uma apresentação do projeto à qual o Adnews teve acesso.

Concorrência

A tiragem da revista será de 200 mil exemplares e a distribuição englobará Grande S.Paulo e as cidades do Rio de Janeiro e Brasília. O enfoque da publicação será semelhante ao de impressos como "Caras", "Contigo" e "Quem". Entretanto, acompanhada da distribuição da Folha de S.Paulo, "Serafina" vai mais que triplicar a circulação das outras publicações semanais. A "Caras", por exemplo, é a maior dentre as citadas com 60.662 exemplares na Grande São Paulo.

Fonte próxima ao Adnews especula que a intenção do lançamento é aumentar o share (participação sobre os jornais vendidos) da "Folha" em mercados dominados por "O Globo" no Rio e "Correio Braziliense", na capital federal, e propor maior concorrência ao "Estado de S.Paulo" na capital paulista.

"Serafina" terá um formato gráfico diferenciado das demais. O encarte será de 25,3 cm por 30,5 cm e deverá conter pelo menos 36 páginas.

Por Marcelo Gripa

Fonte: ADNEWS

Fotosacana 9 - O que é ACM Neto?


ACM foi embora para as profundezas e deixou um neto. Pobre Brasil! O cara estava sumido, mas reapareceu hoje na coluna "Panorama político" de O Globo.
Esse tampinha merece a fotosacana do Stuckert Filho. E ainda é do DEM, partido que tem origem na ditadura militar, que o avô apoiou.

Viva Fidel!


Em cima do lance! Digo, do Globo. O jornal publicou hoje um caderno especial sobre Fidel Castro. Ponto pro Globo. A coluna "Por dentro do Globo" mostra como foi produzido o encarte. Vale a pena ler.

Despirocou de novo


Ancelmo Goes também deu destaque, hoje, em sua coluna ao "despirocado" publicado no jornal "Valor Econômico". A informação publicada ontem no post abaixo foi passada pelo meu camarada PV. Prova de que ele realmente dá para jornalista.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Jornal Valor Econômico DESPIROCOU?



E o jornal Valor Econômico que mandou um "despirocou" no meio de um texto! Afinal: despirocou é palavrão? E piroca? Afinal, despirocar vem de piroca. Ou não?

A importância da seção de Cartas de Leitores


Meu camarada Jorge Antonio Barros, editor do blog "Repórter de Crime", publicou um post destacando a importância das seções de Cartas de Leitores. Jorginho conta que antes de ser repórter costumava mandar cartas para os jornais e quando foi procurar emprego levou em seu "portfólio" algumas cartas publicadas. E se deu bem! Ano passado, desenvolvi com meus alunos de Documentação um blog sobre "Seção de Cartas". Ver: http://www.cartanarede.weblogger.terra.com.br/

A íntegra do texto do Jorginho:

Internet
Blog aceita sugestões para manual de comentários

Minha carreira de jornalista começou, acreditem, como leitor de jornal e, mais tarde, freqüentador da seção de cartas de leitores. Meu primeiro estágio obtive em 1981 no "Jornal do Brasil" com o então diretor de redação, Walter Fontoura, numa época em que prevalecia nas redações o QI (Quem Indica) do candidato. Não tive QI, mas apenas segui o instinto e fui em busca de uma entrevista com o "dr. Walter", numa época em que era certamente mais fácil burlar a portaria de um grande jornal, alegando que se precisava de uma entrevista com o diretor de redação, para um trabalho da faculdade. Para fazer a entrevista com o "dr. Walter", botei meu único terno e gravata e levei meu portólio com as cartas publicadas na seção dos leitores do jornal. Ele deu uma olhada, disse que não havia emprego, mas apenas um estágio de três meses, que depois foi se renovando até virar uma vaga de repórter na Editoria de Cidade, lotado na "rádio escuta", onde funcionava também como "repórter de polícia".

Portanto, sempre digo com algum orgulho que a seção de cartas de leitores me abriu as portas para o jornalismo. Naquela época, o responsável pela seção era um redator chamado Carlos Alberto, que trabalhava também na assessoria de imprensa da Comlurb. Ele lidava com os "missivistas", como chamavam no jornal os leitores que adoravam dar seu pitaco.

O tempo voou e os "missivistas" hoje somos nós, comentaristas de blogs ou de sites de notícias. No caso dos blogs, considero muito importante a participação dos comentaristas, que representam na verdade a interação que pode existir entre o blogueiro e seus leitores. Essa interação é vital para a energia de um blog. Assim como não existe jornal sem leitor, não existe blog sem comentarista. Quando o blog não tem comentários ele fala para o próprio umbigo, sejamos sinceros, não se estabelece concretamente o processo de comunicação, em que o feed back (a resposta) é um dos pontos primordiais.

Por essas e outras, decidi lançar aqui um "Pequeno Manual de Comentários em blogs e sites de nofícias". Para que ele venha com maior credibilidade e não seja apenas uma elocubração minha, peço que os leitores enviem sugestões sobre o que se deve ou não fazer em prol de uma boa comunicação em blogs, o que se espera do autor dos textos e o que não se espera, como essa relação pode render frutos para uma comunidade ou não. O ideal é que ele sirva para qualquer blog com teor jornalístico, independentemente do tema preferido do blogueiro. Enfim, estou aberto a sugestões pelo email reporterdecrime@globo.com ou por aqui mesmo, na caixa de comentários.

E em dois ou três dias teremos nosso pequeno manual, que também estará aberto a críticas e sugestões.

Não basta ser leitor, tem que participar".

* A imagem que ilustra este post foi retirada do site da revista piauí.

Jornalismo Digital


Estava dando uma navegada agora há pouco e descobri que fui citado pela professora da PUC de São Paulo, Pollyana Ferrari, em uma entrevista sobre Jornalismo Digital publicada no site da Editora Contexto. Pollyana sabe tudo sobre o assunto, tem livros publicados e é uma honra ser citado por ela. É só passar a mãozinha.
A entrevista na íntegra está em:
http://www.editoracontexto.com.br/circulando.php?noticia_id=221

Berinj(g)ela é com g ou é com j?



Bela matéria da repórter Josy Fischberg publicada hoje no suplemento "Megazine" de O Globo. É sobre grafia de palavras, dúvida mais ou menos presente entre 11 de cada dez brasileiros. É só passar a mãozinha.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Aula: exemplo de bom texto


Amanhã recomeçam as aulas. Falo muito de qualidade de textos e muitos alunos sempre perguntam o que é um bom texto. Às vezes é difícil explicar. Mas O Globo do último sábado trouxe um belo exemplo de um bom início de texto. É da Roberta Jansen. Não conheço a repórter. Tipo de texto que chama para a leitura e foge da mesmice. Nunca esqueçam: um bom repórter é apenas um bom contador de histórias. E pra contar boas histórias é preciso ouvir ou pesquisar boas histórias.
Morou?

Carlão, o professor "doidão"


Gosto do estilo do cara, mas sei bem que é polêmico. Quem mandou foi o meu camarada Roberto da Solange.

Um novo Página 12?!

Conheci o jornal argentino Página 12 há alguns anos, numa palestra sobre Jornalismo Internacional, quando trabalhava na Souza Cruz. Assisti a uma palestra do Jorge Lanata em São Paulo. Há poucos anos, um de meus alunos, o Thiago Dias, aceitou um desafio que fiz e publicou uma matéria no Jornal Laboratório da FACHA sobre o jornal. Hoje, a Folha traz uma matéria sobre o Jorge Lanata.

Criador do irreverente "Página 12" funda novo jornal diário
SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para Jorge Lanata, 47, um dos mais importantes jornalistas veteranos da Argentina, a televisão de seu país vive hoje "a mesma pobreza criativa geral que afeta o jornalismo".
Fundador do irreverente e provocador "Página 12" -lançado em 1987 e dirigido por ele até 1994-, Lanata considera que, desde a crise de 2001, "a agenda das televisões refugiou-se no noticiário policial e nos programas de ficção", disse à Folha, por e-mail.
Isso porque as denúncias políticas e o jornalismo investigativo teriam se tornado cada vez mais raros. "O governo Kirchner cooptou os meios de comunicação, multiplicando a publicidade oficial e gerando um ambiente de autocensura."
Lanata não vê no badalado "Caiga Quien Caiga" um programa jornalístico, e sim cômico. "Uma pergunta insólita em uma entrevista feita no susto não significa jornalismo. Além disso, o "Caiga" é um dos poucos programas com os quais o ex-presidente Kirchner falava. Isso porque sabia que não significava nenhum risco. São uns meninos engraçados, só isso."

Novo jornal
Gorducho, histriônico e exibicionista -suspensórios são sua marca registrada-, Lanata lança no dia 2 de março um novo diário: "Crítica de la Argentina" (www.criticadigital.com) sai com uma tiragem inicial de 60 mil exemplares.
No ambiente midiático, há certa inquietação. Haveria público para um novo jornal diário na Argentina? Há ainda os que questionam de onde estaria vindo o dinheiro para esse tão ambicioso novo projeto.
Lanata diz que reeditar o "Página 12" dos velhos tempos hoje seria impossível. "Fundei-o quando tinha 26 anos. Achava que era adulto, e isso me permitiu chutar as portas em vez de bater e pedir para entrar. Hoje, sinto mais pressão. Todos exigem que eu volte a "renovar o jornalismo", como se alguma vez eu me houvesse proposto a isso. Essas coisas acontecem, não se propõem", afirmou.
O "Página 12" caracterizava-se pelo projeto gráfico ousado, uso de grandes fotos, títulos sensacionalistas -assemelhados ao tom da chamada "imprensa marrom"-, o bom humor e a crítica ao governo.
"Mostramos que a variedade na forma de se mostrar uma notícia é infinita e não altera o seu conteúdo. Na época, podíamos comunicar a queda de um ministro só com uma fotomontagem, por exemplo."
Lanata dirigiu o "Página 12" por quase oito anos, até que este foi vendido ao concorrente "Clarín". O jornal deixou de ser combativo politicamente e entrou em decadência.
Depois dessa experiência, Lanata teve programas televisivos, lançou um documentário sobre dívida e corrupção ("Deuda") e o best-seller "Argentinos", em dois volumes.
No ano passado, voltou aos holofotes quando, em sua coluna no semanário "Perfil", revelou o que ficou conhecido como "banheirogate" -a história da mala com US$ 60 mil em espécie escondidos no banheiro da ministra da Economia, Felisa Miceli. O escândalo causou a demissão da ministra, mas não teve impacto na corrida eleitoral que levaria Cristina Kirchner ao cargo do marido.
"A denúncia teve importância na opinião pública, mas não na população em geral. Comprovou-se que a situação econômica segue sendo o único elemento que os argentinos valorizam hoje na hora de votar."

O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil?


Bela sacada - como sempre - do ombudsman da Folha, Mário Magalhães.

"FOLHA DE NOVA YORK"
A corrida eleitoral nos EUA foi marcada, no fim de semana passado, pelo avanço do senador Barack Obama. Ele disputa com a senadora Hillary Clinton a indicação democrata a candidato a presidente. Na segunda- feira, a primeira página da Folha deu mais destaque ao assunto que a do "New York Times". É certo que os EUA ocupam lugar protagonista no planeta, mas não precisa exagerar

Quem copia o rabo espicha


Mais uma bela sacada do Mário Magalhães, ombudsman da Folha. Esse negócio de apuração é muito complicado. É preciso estar atento e forte. Ainda mais nos dias de hoje em que proliferam "chupadas" na Internet e excesso de releases. E convenhamos: "release" sobre morte é duro de engolir.

Cara e focinho
Na essência, os dois textos ao lado são iguais. Têm diferenças de tamanho e padronização. O da Folha foi veiculado no sábado 26 de janeiro. O de "O Estado de S. Paulo", quatro dias depois, na quarta.
Como estava com sua edição concluída, a Ilustrada noticiou em Cotidiano a morte do violonista Antônio Rago.
Em 1993, o ombudsman da Folha, Marcelo Leite, qualificou a "cópia ou apropriação de trabalho alheio" como o "pior delito intelectual".
Consultei o "Estado" para saber o que houve. Sua Direção de Redação: "Embora textos noticiosos curtos tenham certa chance de se assemelhar, o caso em questão parece ser mesmo um típico "recorta e cola". Trata-se de episódio lamentável, que contraria os padrões éticos e de qualidade do "Estado". Estamos apurando as responsabilidades, para as devidas providências".
A Folha já reproduziu como se fossem de jornalistas seus declarações e opiniões com origem em outras publicações -ou seja, plágio. Ombudsmans abordaram os casos.
Uma hipótese sobre o aparecimento do texto no "Estado" seria uma certa liberalidade do jornalismo mundial em recolher informações, sem dar o crédito, na internet -meio que torna mais fácil copiar, mas também de identificar a cópia.
Mas a apuração do "Estado" descobriu que pessoa próxima ao músico enviou por e-mail nota sobre a morte. Era o texto da Folha, o que não foi informado. Alguém o "colou" no jornal, prática que o "Estado", como a Folha, condena: publicar "press release" como se fosse da lavra da Redação.

É preciso acabar com a cultura do erro - de português


Imperdível a entrevista do professor Marcos Bagno na Caros Amigos que está nas bancas.
Eis um trecho divulgado no site da revista.

"É preciso acabar com a cultura do erro"

Certamente por ignorância, a gente "descobriu" só agora um representante do grupo de lingüistas que está virando de cabeça pra baixo o português que todos aprendemos na escola. Ele vem informar que o que vale agora é o português brasileiro, a lingua que o povo fala, que as famílias falam, que nós falamos, e não aquela que pregam os manuais de redação ou os "consultórios" gramaticais dos jornais. Apostamos que a maioria de vocês, leitores que sabem ler, será surpreendida por este papo impressionantemente revelador com o autor do livro Preconceito Lingüistico (hoje na 49º edição), Marcos Bagno.

THIAGO DOMENICI Quando começou o seu interesse pela lingüística?
Desde criança me interessei por línguas em geral, pelo fenômeno da linguagem, sempre gostei de ler e de escrever, e aí, conseqüentemente, inventei que queria ser escritor.

MYLTON SEVERIANO Paulistano?
Não, mineiro, de Cataguazes. Mas desde cedo a família saiu de lá e a minha formação básica foi no Rio de Janeiro, depois Brasília, onde comecei a graduação em letras, e terminei na Universidade Federal de Pernambuco, fiz lá o mestrado em lingüística. Depois o doutorado em língua portuguesa aqui na USP. Por causa do meu histórico familiar – meu pai foi militante do Partido Comunista –, tentei achar um caminho que pudesse associar o meu interesse pela linguagem às questões sociais, antropológicas, políticas. Acabei chegando na sociolingüística, disciplina que trata dessas relações da língua e das pessoas que falam as línguas. Existe na universidade uma certa corrente que gosta de estudar a língua como se ela fosse falada por ninguém, sem levar em consideração os fenômenos sociais inevitáveis que circulam em torno do uso da língua em sociedade.

MARCOS ZIBORDI A linguagem da Internet é necessariamente um rebaixamento da língua?
Do ponto de vista científico, a gente nunca fala que existe uma forma mais nobre ou inferior ou mais rebaixada de usar a língua. Na Internet há um uso da língua com suas características e suas peculiaridades e a gente tem que encarar dessa maneira.

"Não existe norma mais nobre ou inferior de usar a lingua"

CARLOS AZEVEDO A gente ouve dizer que a língua está se vulgarizando, perdendo a sua harmonia, a sua beleza. Isso está acontecendo ou é uma visão preconceituosa?
É recorrente esse discurso de que a língua de hoje representa um estado deteriorado de uma suposta época de ouro no passado. A gente encontra isso em qualquer língua, em toda a história, desde pelo menos o século 3 a.C., e para o lingüista isso não faz o menor sentido. As línguas se transformam, mudam nem pra melhor, nem pra pior, simplesmente mudam para atender às necessidades cognitivas e interacionais de seus falantes. Porque, se quiséssemos manter a pureza do português, teríamos que falar latim, mas o latim já é uma língua derivada de outra, então, se a gente quisesse manter a pureza do latim, a gente teria que falar indo-europeu, que é uma língua falada 5.000 anos antes de Cristo

domingo, 10 de fevereiro de 2008

piauí nas bancas - Tô lendo


Como faço desde o primeiro número, estou lendo a revista piauí. Imperdível para estudantes de Jornalismo (especialmente os que pretendem cobrir a área de Esportes) o perfil do PVC (Paulo Vinícius Coelho) escrito pelo João Moreira Salles.

Blog do professor pc recomenda: livro sobre Jornalistas Literários


Ainda não li. Vou conferir. A revista Imprensa, que está nas bancas, "meteu o pau". Mas, como já disse aqui, leio quase tudo sobre Jornalismo, Jornalistas, Imprensa etc.

Jornalista não pode errar

Mais uma bela análise do ombudsman da Folha, Mário Magalhães. Desta vez, sobre erros e correções. Uma aula!

Correções aumentam. Porém...
O atraso nas correções manteve-se com exagero injustificável; o tempo para veicular o "Erramos" foi de sete dias -menos que em 2006 (oito)

A Folha noticiou em outubro que a protagonista da série televisiva "Samantha Who" é psiquiatra. Por e-mail, uma leitora esclareceu: é advogada. Cobrei, e a Redação bateu pé: "A profissão [...] está correta".
Encaminhei a resposta à leitora, que enviou o link do site oficial do programa nos EUA e reafirmou: advogada. A Redação retrucou: "A personagem realmente é uma advogada. A leitora está equivocada".
Se é advogada, o engano foi do jornal. Só após muita insistência, dois meses depois, foi publicado "Erramos".
Em agosto, informou-se que um animal chamado opilião é uma aranha. Uma cientista escreveu, ensinando: trata-se de aracnídeo, mas não de aranha.
A Redação bancou: "Não consideramos erro". Insisti, e o Programa de Qualidade concluiu, após consultar cinco acadêmicos: a leitora tinha razão. Saiu "Erramos".
Que faltou depois da manchete de novembro "Cisco usou laranja para doar R$ 500 mil ao PT, afirma PF". Como se comprovou, a polícia não fez tal afirmação. Leitores e eu pedimos retificação. Os fatos derrubaram a versão. Ainda assim, a Folha a manteve.
Como quando alardeou em primeira página de julho que uma adolescente de nome masculino estava grávida. Não estava, exame constatou. Fracassei no esforço para corrigir.
Sobreveio novo insucesso, em reclamação a respeito de reportagem dando conta de que o empresário Paulo Zottolo se ausentara de protesto do movimento Cansei em agosto.
Ele disse que estava lá. A Redação defendeu-se: os repórteres não o viram. A assessoria de Zottolo indicou testemunha. A última carta da Redação concedeu: "Não descartamos a possibilidade de o empresário ter ido ao ato". Em vez de apurar com os presentes, ficou por isso, sem correção. Nem verificação rigorosa se produziu.
A resistência em reconhecer erros e corrigi-los é um dos maiores obstáculos à transparência, credibilidade e espírito de prestação de contas do jornalismo.
A despeito do jogo duro, o jornal evoluiu. No ano passado, imprimiu 1.389 correções, 148 a mais que em 2006. A marca e o pulo de 12% são recordes, desde que o levantamento passou a ser feito, em 2004.
Por dia, houve quase quatro correções (3,8). Somam-se erros, não "Erramos" -às vezes, uma nota retifica duas ou mais informações.
Mais correções podem ou não equivaler a mais erros. Em setembro, um professor da Universidade de Oregon mostrou que, em um universo de dez jornais americanos, insignificantes 2% dos equívocos são admitidos.
Mesmo com a incerteza sobre o total de erros, os novos números sugerem disposição maior para se corrigir. Se os leitores ganham em informação, perdem em espaço: na página A3, a seção "Erramos" encurta o "Painel do Leitor".
O atraso nas correções manteve-se com exagero injustificável. O tempo para veiculação de "Erramos" foi de sete dias (7,34). Menos que em 2006 (oito) e igual a 2005.
A média sobe para nove dias (8,67) se for considerada a checagem extraordinária sobre reportagem de 2005 de autoria de um ex-colaborador que veio a ser acusado de integrar organização criminosa.
Das editorias diárias, as mais ágeis para se corrigir são a Primeira Página (dois dias) e Mundo (cinco). Dos suplementos, o Guia da Folha (média exemplar de 24 horas). As retificações mais demoradas, nas seções do dia-a-dia, são de Ciência (13) e Brasil (dez; eram cinco dias em 2006).
Se não faz feio no jornalismo brasileiro, a Folha está longe do melhor padrão do exterior. No último fim-de-semana, aqui se corrigiram seis erros de informação. No "New York Times", 24, 300% a mais.

Que belo texto!

Tenho as minhas "diferenças" com o Cony. Humildemente. Mas leio sempre os artigos dele. Fora os livros. Hoje, na Folha, o "experiente" jornalista (como diriam os locutores esportivos) publica mais um "textaço". Principalmente porque começa citando Rubem Braga.

A farra dos lápis
CARLOS HEITOR CONY

Rubem Braga estava sozinho numa cidade do interior e sentiu falta de mulher. Informou-se e foi dar com os costados e o desejo num bar onde profissionais da noite faziam ponto. Bebeu um pouco para calibrar e se encher de coragem, escolheu uma delas, muito jovem e tímida. Perguntou quanto custava, ela respondeu de cabeça baixa: 32,50. Rubem reclamou: "Minha filha, isso não é preço de michê, é conta de telefone".

Lembro a história do mestre a propósito do novo escândalo que está sacudindo a nossa vida pública. Autoridades e funcionários categorizados fizeram uso do cartão corporativo e parece que tudo terminará numa CPI que se arrastará o ano todo. Evidente que houve casos escabrosos, gente de primeiro escalão pagando aluguel de carro e hotéis cinco estrelas com dinheiro funcional.

Mas o que está vindo a público são despesas menores, uma delas, de R$ 4,40, parece compra de um maço de cigarros, e não uma corrupção das piores. É bem verdade que cada tostão do governo gasto indevidamente configura um abuso de autoridade ou mesmo um crime contra o erário da nação.

Num ano qualquer da República Velha, quando o morro do Castelo foi desmontado aqui no Rio, houve uma sucessão de escândalos com o aluguel de burros que puxavam carroças com a terra removida, que formaria a ponta do Calabouço, onde hoje se situa o aeroporto Santos Dumont.

Um dos empreiteiros comprou um castelo na Espanha. Roubou-se muito à custa dos burros, que nada reclamavam. Quem reclamou foi uma autoridade municipal, que examinou as contas das empreiteiras e descobriu que engenheiros e operários gastavam lápis demais para os apontamentos. Houve inquéritos e demissões, a bem do serviço público, pela farra dos lápis.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Pra quem acha que o Google resolve tudo

Bela matéria, com chamadinha na capa, publicada hoje na Folha de S. Paulo. Vale uma reflexão. É por isso que estimulo meus alunos a freqüentarem a Biblioteca Nacional.

Estudo destrói mito de que Geração Google é melhor no mundo virtual
Para pesquisador britânico, a sociedade como um todo está ficando mais burra
ANDREA MURTA

Geração Google, Net Generation, Nativos Digitais -há muitos nomes para quem não se lembra do mundo pré-internet. Mas, apesar do sucesso do rótulo, a idéia de que a Geração Google tem facilidades especiais para lidar com a informação virtual não passa de mito.
É o que afirma o estudo "Comportamento Informativo do Pesquisador do Futuro", liderado por Ian Rowlands, da University College de Londres. De acordo com ele, o uso da internet é superficial, promíscuo e rápido, e respostas com pouca credibilidade encontradas por ferramentas de busca como Google ou Yahoo prevalecem.

"Acadêmicos mais jovens não estão usando conteúdo de bibliotecas de uma maneira séria. Usam o Google, porque é mais conveniente. Isso vai limitar seus horizonte de pesquisa", afirmou Rowlands à Folha, por telefone, de Londres.

A pesquisa define como Geração Google os nascidos depois de 1993. Ela foi feita pela revisão de estudos já publicados sobre mecanismos de busca e análise de informação, associando-os com dados sobre como o público usa hoje sites como o da Biblioteca Britânica.

Rowlands afirma que ficou rapidamente claro que não é possível generalizar as crenças sobre habilidades da Geração Google. Até a idéia de que jovens gastam mais tempo on-line do que os mais velhos foi relativizada.
Mas foram detectadas tendências preocupantes. "A sociedade está emburrecendo", diz o estudo. "Passam os olhos por títulos, índices e resumos vorazmente, sem leitura real".

E o comportamento ultrapassa a barreira da idade. "Até professores, que supostamente teriam meios mais sofisticados para buscar e analisar informações, mostram as mesmas tendências", afirma o pesquisador.
O estudo vê uma possível ameaça às bibliotecas. "Meu instituto gasta uns US$ 4 milhões por ano em publicações acadêmicas, mas os alunos preferem ferramentas simplistas. É frustrante", diz Rowlands.

Na era da enciclopédia
No Brasil, acadêmicos ouvidos pela Folha divergem sobre as conclusões da pesquisa. Para Renato Rocha Souza, do Departamento de Organização e Tratamento da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais, é mesmo problemática a primazia do Google em atividades acadêmicas. "A arquitetura dessa ferramenta privilegia páginas mais citadas na internet, e essa relevância nem sempre é real", diz.
Para ele, "alunos não sabem distinguir um site de artigos acadêmicos do "blogue do joãozinho'". "E não têm pudor em citá-lo. Falta juízo de valor."

Contudo, ele não acha que a tendência tenha surgido com a internet. "Não era tão diferente quando pesquisávamos nas enciclopédias. O que mudou foi a oferta de informação", afirma.

Já Aldo Barreto, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, discorda de Rowlands. "Nunca foi feita tanta pesquisa e de tão boa qualidade quanto atualmente, graças à internet , afirmou à Folha, do Rio de Janeiro.
Para Lawrence Shum, especialista em mídias digitais da PUC de São Paulo, "a internet tem problemas, mas está no caminho da auto-regulação".

E muitos vêem vantagens na busca pelo Google. Segundo Carlos Frederico D'Andrea, coordenador do Laboratório de Comunicação Digital do Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte, "a biblioteca dá a ilusão de que o conhecimento está todo ali e é inquestionável". "Na internet, o resultado é sabidamente instável e não vai ser usado cegamente. Mas é preciso treino adequado."

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Livro sobre a revista Imprensa


Li na revista Imprensa que as recém-formadas jornalistas Giandrea Frítoli e Karina Monteiro, escolheram a revista Imprensa como tema de TCC (Trabalho de Conclusão de Concurso). O trabalho foi publicado em um livro chamado "A IMPRENSA de olho na imprensa", ainda não editado. Trabalhei na revista Imprensa, ainda não li o livro, mas recomendo uma espiadinha no blog das meninas.
http://aimprensadeolhonaimprensa.zip.net/index.html

Aula - Secretaria Gráfica - Sobre fotos recortadas


Estava fora do Rio, ainda na boa vida das férias, e só hoje fui ler a coluna do ombudsman da Folha de S. Paulo, Mário Magalhães. Destaco a avaliação que ele escreveu sobre fotografias recortadas. Bom tema para aula.

Rasgando a fantasia
Fotografias recortadas são um recurso jornalístico que, empregado com parcimônia, pode render bons resultados estéticos. Antigamente, as imagens eram tesouradas. Hoje, os sistemas de edição digital as manipulam com sofisticação.
Ao destacar um ou mais elementos de um cenário, o jornalismo deve, contudo, evitar que se desnature o registro original.
Um mau exemplo dessa técnica foi publicado no domingo passado. A rainha da bateria da escola de samba Vai-Vai, Ivi Mesquita, foi retratada com uma fantasia de penas vistosas.
Os leitores não viram pena alguma. Elas foram subtraídas para a dançarina se encaixar na diagramação vertical. A fotografia recortada impediu que se conhecesse o modelo desenhado pelo estilista. Pior, deu a impressão de que ele era outro, menos imponente e talvez menos belo.
A Folha tem exagerado nas fotos recortadas. À direita, além da que mostra Ivi Mesquita antes e depois, há dois outros casos da semana: da miss Brasil Natália Guimarães e da apresentadora Daniella Cicarelli.

Para quem gosta de fotos


O UOL está divulgando as imagens de algumas fotos vencedoras do "World Press Photo 2008".
Quer ver?
http://diversao.uol.com.br/album/world_press_photo_2008_album.jhtm?abrefoto=5