Estava fora do Rio, ainda na boa vida das férias, e só hoje fui ler a coluna do ombudsman da Folha de S. Paulo, Mário Magalhães. Destaco a avaliação que ele escreveu sobre fotografias recortadas. Bom tema para aula.
Rasgando a fantasia Fotografias recortadas são um recurso jornalístico que, empregado com parcimônia, pode render bons resultados estéticos. Antigamente, as imagens eram tesouradas. Hoje, os sistemas de edição digital as manipulam com sofisticação.
Ao destacar um ou mais elementos de um cenário, o jornalismo deve, contudo, evitar que se desnature o registro original.
Um mau exemplo dessa técnica foi publicado no domingo passado. A rainha da bateria da escola de samba Vai-Vai, Ivi Mesquita, foi retratada com uma fantasia de penas vistosas.
Os leitores não viram pena alguma. Elas foram subtraídas para a dançarina se encaixar na diagramação vertical. A fotografia recortada impediu que se conhecesse o modelo desenhado pelo estilista. Pior, deu a impressão de que ele era outro, menos imponente e talvez menos belo.
A Folha tem exagerado nas fotos recortadas. À direita, além da que mostra Ivi Mesquita antes e depois, há dois outros casos da semana: da miss Brasil Natália Guimarães e da apresentadora Daniella Cicarelli.
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