Mais uma bela sacada do Mário Magalhães, ombudsman da Folha. Esse negócio de apuração é muito complicado. É preciso estar atento e forte. Ainda mais nos dias de hoje em que proliferam "chupadas" na Internet e excesso de releases. E convenhamos: "release" sobre morte é duro de engolir.
Cara e focinhoNa essência, os dois textos ao lado são iguais. Têm diferenças de tamanho e padronização. O da Folha foi veiculado no sábado 26 de janeiro. O de "O Estado de S. Paulo", quatro dias depois, na quarta.
Como estava com sua edição concluída, a Ilustrada noticiou em Cotidiano a morte do violonista Antônio Rago.
Em 1993, o ombudsman da Folha, Marcelo Leite, qualificou a "cópia ou apropriação de trabalho alheio" como o "pior delito intelectual".
Consultei o "Estado" para saber o que houve. Sua Direção de Redação: "Embora textos noticiosos curtos tenham certa chance de se assemelhar, o caso em questão parece ser mesmo um típico "recorta e cola". Trata-se de episódio lamentável, que contraria os padrões éticos e de qualidade do "Estado". Estamos apurando as responsabilidades, para as devidas providências".
A Folha já reproduziu como se fossem de jornalistas seus declarações e opiniões com origem em outras publicações -ou seja, plágio. Ombudsmans abordaram os casos.
Uma hipótese sobre o aparecimento do texto no "Estado" seria uma certa liberalidade do jornalismo mundial em recolher informações, sem dar o crédito, na internet -meio que torna mais fácil copiar, mas também de identificar a cópia.
Mas a apuração do "Estado" descobriu que pessoa próxima ao músico enviou por e-mail nota sobre a morte. Era o texto da Folha, o que não foi informado. Alguém o "colou" no jornal, prática que o "Estado", como a Folha, condena: publicar "press release" como se fosse da lavra da Redação.
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