Anotações sobre corporativismo
MÁRIO MAGALHÃES
O atentado da quarta-feira reedita um debate acalorado de cinco anos atrás: o corporativismo resulta em atenção desproporcional sobre crimes contra jornalistas? Em 2002, o repórter Tim Lopes, da TV Globo, foi morto por traficantes. Seu assassinato foi objeto de vasto interesse midiático até a prisão dos algozes.
Em 2005, Luiz Antônio Ryff escreveu no hoje extinto site www.nominimo.com.br uma reportagem que receberia o Prêmio Lorenzo Natali, da União Européia. Contou a história de um cidadão morto "na mesma noite, da mesma forma, executado pelo mesmo grupo [que matou Tim]".
A data coincidia com o sumiço de um metalúrgico pobre. Uma ossada foi encontrada, mas após três anos não havia sido feito exame de DNA para identificá-la. Neste caso, a polícia não se empenhou como no outro inquérito.
Conforme o "Aurélio", corporativismo é a "ação (sindical, política) em que prevalece a defesa dos interesses ou privilégios de um setor organizado da sociedade, em detrimento do interesse público".
Comparando o noticiário sobre as duas mortes (a respeito da do metalúrgico quase nada se divulgou), Ryff, hoje professor de jornalismo da PUC-Rio, comenta: "O jornalismo é mesmo um pouco corporativo, no mundo inteiro. Mas, se fosse um artista, também haveria destaque. Jornalistas têm predileção por casos simbólicos. Não há tempo e papel para cobrir todas as mortes. A diferença é entre os que têm voz na imprensa e os que não têm".
Concordo e anoto: há inegável interesse público em cobrir atentados contra jornalistas. Amaury Ribeiro Jr. informava sobre a realidade nefasta para os moradores do Entorno. Como Tim Lopes, no complexo do Alemão.
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