Faltou Assessoria ao deputado. E Mário Magalhães, ombudsman da Folha, publicou. Vale uma reflexão.
Deputado vacila, Folha não perdoa
O deputado Paulo Renato, ministro da Educação nos governos de Fernando Henrique Cardoso, cometeu um engano ao transmitir à Folha um artigo para publicar, "Tentáculos da reestatização". Ele criticava atuação do Banco do Brasil, para incorporar o Besc (Banco do Estado de Santa Catarina), que configuraria "nítida ofensa às regras concorrenciais".
Um pensamento legítimo.
Seu vacilo foi deixar, no pé do e-mail, a consulta anterior que havia feito ao presidente do Bradesco.
Escrevera a Márcio Cypriano: "Em anexo, vai o artigo revisto. Procurei colocá-lo dentro dos limites do espaço da Folha. Por favor, veja se está correto e se você concorda, ou tem alguma observação".
O jornal revelou na quarta-feira que o deputado submeteu o texto ao banco. Economista, Paulo Renato sustenta que buscou opinião técnica.
Quem envia uma mensagem dessa natureza à Folha conta com o sigilo. Mas cabe ao jornal expor articulações e lobbies cujo conhecimento tenha interesse público. Penso que o compromisso com os leitores, e não com parlamentares, deva se sobrepor.
Por isso a Folha acertou ao divulgar o que sabia. E ao atender ao pedido para cancelar a publicação. É um direito do deputado, e a reportagem da quarta já informara o conteúdo do artigo.
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