domingo, 30 de novembro de 2008

"Cliping" do blog: ombudsman da Folha: versão eletrônica

Do cabelo azul aos piercings
Carlos Eduardo Lins da Silva

É difícil interpretar opiniões, desejos, gostos, atitudes de contingente tão grande e diversificado de pessoas como o dos leitores desta Folha.

Até o domingo, quando publiquei críticas à edição eletrônica deste jornal, só recebera mensagens contra ela.

Nesta semana, chegaram várias outras, bastante favoráveis à versão que aparece na internet. E só uma contrária.

Nenhum grupo é estatisticamente expressivo: cerca de uma dúzia cada um. Ou seja: a esmagadora maioria que não se manifestou pode pensar de um jeito ou de outro.

A conclusão: há pelo menos dois tipos de leitores da edição eletrônica. Um a acessa como fonte primária; outro lê o jornal impresso e vai a ela para "clipar" matérias ou lhes dar alguma utilização na internet.

No primeiro, a tendência é não gostar da atual versão eletrônica; no segundo, a oposta.

Entre os apoiadores, destaco o leitor, muito crítico, Darlan Zurc: "A versão na internet é bem caprichada, é visualizada na linguagem de todo browser e é gostosa de ler".

Zurc intui outra diferença entre essas duas turmas: a etária. Ao se referir ao leitor para quem o pessoal da Folha vai ter de pintar o cabelo de azul de tão velho que está, disse: "Aposto até que tal leitor tem doze anos e meio, só veste Prada e tem uns trinta e cinco piercings no olho direito".

Um consenso: fazem falta na versão eletrônica artes, gráficos e fotos da impressa.

sábado, 29 de novembro de 2008

Por favor: ajudem Santa Catarina



Meu camarada Paulo Markun, jornalista do primeiro time (que divide seu tempo entre Sampa e Santa), manda o recado.

O blog encampa a campanha. AJUDEM SANTA CATARINA.

"Desculpe a intromissão, mas Santa Catarina precisa realmente de toda ajuda possível. Neste domingo, das oito às dez da noite, no Parque Anhembi, em São Paulo, haverá um show beneficente para arrecadar recursos, água e cobertores para os flagelados da maior enchente da história.
Mais uma dezena de grandes nomes da MPB, de vários estilos estarào lá, num show que atenderá a vários públicos. Todos colaborando com a onda de solidariedade que pode minorar o sofrimento dos catarinenses.

A TV Cultura transmitirá ao vivo o evento, que também será exibido pela TV Brasil e outras emissoras públicas. Jornais, rádios, emissoras comerciais, entidades, cidadãos tem ajudado a divulgar o evento. Mas quanto mais alcance a iniciativa tiver, melhor. Por isso, este email. Para maiores informações, basta acessar a página
www.tvcultura.com.br/sossc. Onde o evento será transmitido também.

Grato pela atenção e conto com seu apoio.
Paulo Markun".

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Uma homenagem: Lanning Elwis



Deu no "Gente Boa", do Joaquim Ferreira dos Santos. Não sei que homenagem é essa. Mas é merecida. Lanning foi um dos mais criativos repórteres que conheci. Poderia contar mil histórias sobre ele. Foi meu sócio numa agência chamada Portafolio (o nome foi escolhido por ele). Era para ser Calandra, mas Lanning não conseguiu o registro.

Fiz uma pesquisa rápida no google, mas nada encontrei sobre o Lanning. Nenhuma foto. Apenas fotos do Elvis. E esse trecho de uma entrevista do colega Rosenthal Calmon Alves:

"CT - Dizem que umas das tuas geniais sacadas foi ter inventado o jornal toalha de bar, que hoje é copiado em todo o país. Conte isso prá gente...

Não tenho o mérito da invenção. Apenas me juntei a um querido amigo jornalista carioca já falecido, o Lanning Elwis, que teve a idéia de aproveitar a toalha de mesa de bar para imprimir nela um jornalzinho de humor, com piadas, charges, palavras cruzadas e até um “torpedo” (o formulário de um bilheitinho, no canto da toalha, para mandar a(o) vizinha(o) da mesa ao lado). Foi uma experiência legal".


Volto a falar sobre o Lanning.

Sobre blogs: Blog exige mais de mim que as grandes mídias, diz Juca Kfouri

Blog exige mais de mim que as grandes mídias, diz Juca Kfouri

"Eu sinto que meu blog exige mais de mim que qualquer outro veículo, mais que as grandes mídias". É assim que o jornalista Juca Kfouri compara as mídias ao abordar um dos temas que estarão em pauta no seminário de Jornalismo Esportivo, dia 12/12, em São Paulo.

Com mais de 40 milhões de acessos, o blog do jornalista Juca Kfouri, é um dos blogs esportivos, mais lidos do Brasil. Em mais de 35 anos de carreira, Juca acredita que, dependendo da audiência, o blog exige mais dedicação do jornalista, porque os leitores acompanham o trabalho intensamente.

"Se eu deixo de atualizar por um dia, porque tenho de fazer muitas coisas, as pessoas cobram, me perguntam se aconteceu alguma coisa, se estou doente".

Experiência com diferentes meios de comunicação não falta na vida de Juca, que atua na ESPN, rádio CBN e em seu blog. Sem contar as passagens marcantes pelas revistas Playboy e Placar.

O conteúdo jornalístico é o mesmo, o que muda é o meio. "Eu apuro, entrevisto, opino em todos os meios. Se eu colocar uma entrevista no blog, não muda em nada, o que muda é o meio, mas é o mesmo jornalismo, o mesmo conteúdo", detalha.

No caso do blog, a credibilidade não é do meio, mas do jornalista. "Existem blogs que têm credibilidade e muitos outros que não têm. Isso depende do jornalista. Não é porque um jornalista escreve que o blog tem credibilidade".

Juca se identifica mais com o jornal impresso, pela profundidade, mas o rádio tem um significado especial em sua vida. "O rádio me dá mais prazer. Me arrependo de não ter começado no rádio antes", diz.

Juca Kfouri será um dos palestrantes do Seminário de Jornalismo Esportivo, dia 12/12, em São Paulo. O evento contará com outros jornalistas renomados, como Cleber Machado, Silvio Luiz e Paulo Vinícius Coelho.

Fonte: Comunique-se

Sobre blogs:blog em Malhação



Deu hoje na coluna do Daniel Dantas, na Folha. Só espero que esse blog não seja "alimentado" pelo "repórter" Zé Bob.

Antologia do colunismo. Discurso minissaia



Deu hoje no "Painel" da Folha.

Repórter de gastronomia



Deu hoje na coluna "Por dentro do Globo". Conheço a Luciana. Grande repórter. Podemos até dizer que a Lu trabalha onde todo mundo se diverte. E como! Ou melhor: e come!

Palestra sobre Jornalismo na Casa de Rui Barbosa



Joella acaba de me avisar. Já participei de duas - do Alberto Dines e do Dênis de Moraes. Imperdível. Quem não for, é mulher do padre.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

As fotos da revista "Life"




Deu hoje no caderno de Informática da Folha de S. Paulo. Vale a pena navegar no site. Principalmente para ver as fotos da eterna musa Marilyn Monroe. E muito mais.

Clique aqui: http://images.google.com/hosted/life

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Bill, o Motorista-repórter-fotógrafo




Deu hoje na coluna do Gilberto Dimenstein, na Folha. Já tinha lido sobre o Bill e publicado post aqui no blog. Vale a pena clicar no site e ver as fotos.

Por trás das lentes tem outra lente
Gilberto Dimenstein

O foco de Bill, motorista-repórter-fotográfico, não são os protagonistas da notícia, mas apenas os que a fazem.

O motorista Francisco Moreira da Silva, 51, depende de um livro para buscar um novo ângulo em sua vida. Se der certo, ele muda de profissão e pretende se dedicar em tempo integral a tirar fotos. Não seria uma mudança tão grande assim, afinal, Bill, como é conhecido, já pratica, há 12 anos, a inusitada atividade de motorista-repórter-fotográfico.

Ele sobrevive como motorista, mas seu prazer está em fotografar quase diariamente o trabalho de jornalistas durante as coberturas.

“A tensão de uma cobertura, aquele momento em que o repórter não pode perder o instante é o que me provoca.”

Motorista de carros de reportagem, Bill começou em “O Estado de S. Paulo” e agora está no “Diário de S. Paulo”. Um dia teve vontade de mostrar à família como era seu trabalho. De posse de uma precária máquina, fotografou um repórter fazendo uma matéria. “Nunca mais parei.” Ainda mais porque os jornalistas o presentearam com um equipamento profissional e, aos poucos, com a ajuda dos colegas, ia recebendo dicas.

Seu foco não são os protagonistas da notícia, mas apenas os que fazem a notícia. Surgia seu projeto de ser repórter-fotográfico. Mas não tem condição de deixar de ser motorista.
Migrante, filho de um faxineiro analfabeto, Bill não conseguiu terminar o ensino fundamental. Mora na periferia e, além de ajudar os filhos, cria um dos netos -outro neto nasceu nesta semana.

Pelo inusitado de sua cobertura diária, Bill foi convidado a expor suas fotos em faculdades e até em Redações de jornais -está prevista uma exposição na praça Victor Civita, dirigida pela Editora Abril.
À medida que crescia seu arquivo, ele era estimulado a publicar seu livro, intitulado “Por Trás das Lentes”, em que ele registra a tensão de um jornalista nas coberturas -num jogo de futebol, na entrevista com um presidente da República, na cobertura de uma tragédia ou no tumulto de uma coletiva. Naquele burburinho, lá está Bill, apenas um espectador, em que o protagonista é o jornalista -e não o presidente ou o jogador de futebol. “Aprendi que ser jornalista é sempre estar aberto às surpresas da rua, nunca perder a curiosidade. Tudo pode acontecer.”

Talvez essa visão da rua como fonte inesgotável de surpresa o ajude a imaginar que, depois do livro, estará preparado para ser fotógrafo profissional e, então, mudaria de posição e não seria mais um espectador, mas alguém metido no meio da cena.

PS: Enquanto o livro não vem, você pode apreciar algumas imagens de Bill. Coloquei também no meu site (www.dimenstein.com.br) a experiência de jovens com deficiência visual que recebem aulas de fotografia e vão, nesta semana, expor suas fotos.

Por dentro do Globo: quando o editor vira fonte



Deu hoje no "Por dentro do Globo"

O que os internautas lêem nos jornais?



Deu no "Por dentro do Globo". Muito interessante.

Nota sacana: só Zé Bob trabalha no "Paulistano"



Deu hoje na coluna do Daniel Dantas, na Folha. Mas, cá entre nós, quem foi que disse ao Carmo que ele é ator? Morro de rir quando ele faz as cenas mais sérias. Vai ser ruim assim lá no Mengão.

A "barriga" das Casas Bahia: será que o "micreiro" foi demitido?



Está na cara que foi "cagada" do "webdesigner" (antigamente poderia ser o "editor" de arte ou o artefinalista) essa mancada da Casas Bahia. Vocês leram, né?

Quem lê tanta notícia? Você tem medo de Papai Noel?



Deu hoje na Folha.

Que Jornalismo é esse?



Deu hoje no "Comunique-se".

CNN insinua que Chávez teria matado Uribe
Carla Soares Martin, de São Paulo

A CNN em espanhol colocou uma foto no ar do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao lado do presidente colombiano, Álvaro Uribe, com a seguinte inscrição abaixo da foto de Hugo Chávez: “Quien lo mato?”, ou "quem o matou?", sugerindo que o presidente venezuelano teria matado o colombiano. Uribe, contudo, está vivinho da Silva – não, Uribe não é parente do presidente Lula.

O presidente Hugo Chávez quer processar a CNN espanhol por “instigação ao magnicídio”. “Eles vão ter de explicar por que colocaram, durante sete segundos, a minha imagem e a frase ‘quem o matou?’”, disse Chávez. Segundo a assessoria do presidente, “está em marcha uma grande operação de guerra psicológica”, que tem relação ao referendo de domingo que definirá, entre outras coisas, se o presidente Hugo Chávez poderá se reeleger sempre que quiser.

A CNN pediu desculpas, em nota: “A legenda NÃO se referia a nenhum dos presidentes, mas à morte do jogador de futebol americano Sean Taylor. Houve um erro. O vídeo dos presidentes Chávez e Uribe – que teria sido trocado – dizia respeito a uma notícia anterior”, disse Christopher Crommett, vice-presidente sênior da CNN em Espanhol".

Livros sobre blogs. Mais duas dicas




Estou lendo o "Blogs: revolucionando os Meios de Comunicações". Os autores são espanhóis. O livro é tradução. Mas muito interessante. O "Blogs corporativos", da Carolina Frazon Terra, ainda não comecei a ler. Dei uma espiadinha. Parece interessante também.

Jornal Laboratório na gráfica. Alberto Dines é destaque



O Jornal Laboratório da FACHA está na gráfica. É a última edição do ano. Deve ser distribuído na sexta-feira.

Destaques: entrevista com o jornalista Alberto Dines, reportagem sobre "Jornalismo no Cinema" e matéria sobre "Perguntas imbecis, respostas idiotas".

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"Detonando o mestrado"

Este artigo, publicado no Observatório da Imprensa, está gerando a maior "encrenca". Vale a pena ler.

BUROCRACIA ACADÊMICA
O futuro do mestrado e a formação de jornalistas

Por Maurício Tuffani em 25/11/2008 (Reproduzido do blog Laudas Críticas, 25/11/2008)

A continuidade dos cursos de mestrado em seus padrões atuais no Brasil foi questionada publicamente pelo epidemiologista Naomar Monteiro de Almeida Filho, reitor da Universidade Federal da Bahia, em seu artigo "O fim do mestrado...", na edição de domingo (23/11) da Folha de S.Paulo. A discussão por ele proposta já ocorre há algum tempo na comunidade acadêmica. Ele a destaca agora para também ressaltar iniciativas adotadas em sua instituição.

No que diz respeito ao jornalismo, essa discussão é posta na mídia no momento em que o Ministério da Educação se propõe a avaliar a possibilidade de criar cursos de especialização ou de pós-graduação para que formados em outras áreas também possam exercer essa profissão ("Haddad defende discussão de novas diretrizes para cursos de jornalismo", Agência Brasil, 19/09/2008).

O artigo do reitor da UFBA tem alguns pressupostos que parecem ser equivocados. Um deles é o de que o mestrado, definido como habilitação à docência em nível superior, "só existe no Brasil e, em menor escala, em alguns países latino-americanos". Isso não confere, por exemplo, com as orientações da pós-graduação da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Seja como for, no Brasil já existe há algum tempo a tendência, ainda em nível restrito, de aceitar o acesso direto da graduação para o doutorado daqueles que se mostram em condições de fazê-lo sem passar pelo mestrado. Nunca houve impedimento legal para isso, e esse acesso direto é consagrado em muitos países.

Em síntese, Almeida Filho propõe para o Brasil aquilo que, segundo ele, já ocorre em sua instituição: a "expansão dos mestrados profissionais (devidamente redesenhados) e equivalência entre essa modalidade e cursos de especialização". Para isso, diz ele, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) deve rever todo o marco regulatório do mestrado no Brasil e "elaborar diretrizes específicas para os mestrados profissionais". Essa modalidade enfrenta há algum tempo resistência de parte da comunidade acadêmica, mas é vista também de forma positiva, como mostraram alguns artigos da Revista Brasileira da Pós-Graduação em sua edição de julho de 2005 (v. 2, n. 4).

Lato ou stricto sensu?

Independentemente de a proposta do reitor baiano corresponder ou não a uma tendência majoritária ou crescente do ensino superior brasileiro, a discussão que ele traz para fora da academia possui elementos relevantes para a temática a ser discutida pelo MEC. A comissão com essa incumbência já tem seu presidente definido: José Marques de Melo, fundador da Escola de Comunicações e Artes da USP, onde lecionou de 1967 a 1993 e foi diretor, e desde 1993 professor de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo. O comunicado do MEC sobre a aceitação de Melo para o cargo se referiu apenas a "estabelecer as novas normas e diretrizes curriculares dos cursos de jornalismo". No entanto, declarações anteriores do ministro Fernando Haddad foram claras em relação a avaliar também alternativas de formação profissional por meio de pós-graduação para diplomados em outras áreas.

Especialização e mestrado são modalidades muito distintas de pós-graduação. A primeira é feita em cursos lato sensu, que têm muito mais a ver com a formação continuada. Eles não visam à formação de pesquisadores, embora alguns deles cheguem a oferecer condições para isso. São concebidos sob a perspectiva de um graduado poder se aperfeiçoar, especializar ou atualizar por meio de sucessivos cursos ao longo de sua vida profissional. Já o mestrado, inclusive o profissionalizante, se dá por meio de programas stricto sensu, que correspondem, em princípio, a uma etapa de formação para a pesquisa. Como explicou Renato Janine Ribeiro, professor de filosofia da USP e diretor de Avaliação da Capes,

(...) todo curso de atualização ou de informação, por melhor que seja, deve estar fora do stricto sensu. Essa é a fronteira entre o lato e o stricto sensu: no mestrado profissional espera-se que a pessoa, mesmo não pretendendo depois ser um pesquisador, incorpore certos valores e certas práticas com a pesquisa que façam dela, em definitivo, um usuário privilegiado da pesquisa. ("Ainda sobre o mestrado profissional", Revista Brasileira da Pós-Graduação, Brasília, v. 3, n. 6, p. 313-315, dez. 2006).

Em vista disso, parece ser um equívoco submeter graduados de outras especialidades a uma formação em jornalismo por meio de mestrado, seja ele profissionalizante ou não. É desejável que um jornalista seja "usuário privilegiados da pesquisa", mas, nesse caso, das áreas em que ele pretende atuar, como economia, política, saúde, ciência, educação, informática e outras, e não em comunicação. Em outras palavras, essa formação complementar em nível de pós-graduação teria de ser lato sensu.

Planos do MEC

Não está nos propósitos de Haddad a alternativa de formação por meio de mestrados profissionalizantes, segundo Edson Luiz Spenthof, professor da Universidade Federal de Goiás, ex-diretor da Fenaj e atual presidente do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ). Em seu relato sobre a audiência em 23/10/2008 de representantes da entidade, da Fenaj e da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) no MEC, o professor afirmou que Haddad não pretende também tratar do assunto no plano do lato sensu.

Por exclusão, restaria apenas o mestrado tradicional como alternativa de pós-graduação. No entanto, o ministro teria afirmado também, nessa audiência, a possibilidade de uma "dupla diplomação". O presidente do FNPJ ressaltou três vezes em seu relato que a posição de Haddad sobre esse assunto "não ficou clara".

O ministro, felizmente, não se mostrou norteado nesse tema pela questão da obrigatoriedade da formação de jornalistas, conforme estabeleceu o Decreto-lei nº 972, de 17/10/1969. Cabe ao Supremo Tribunal Federal decidir sobre o Recurso Extraordinário 511961, do Ministério Público Federal de São Paulo, que ensejou Ação Cautelar 1.406, da Procuradoria Geral da República, para a qual foi concedida liminar do STF que suspendeu a exigência do diploma em 16/12/2006.

Uma das maiores ameaças aos trabalhos dessa comissão do MEC é a persistente e hegemônica tendência entre acadêmicos brasileiros de jornalismo em desconsiderar estudos e pesquisas estrangeiros sobre a formação profissional. Outro perigo é o do corporativismo dos professores de jornalismo, que já sentem o risco de fechamento de muitas faculdades devido à possibilidade de ser abolida pelo STF essa obrigatoriedade do diploma específico que serviu de combustível para a proliferação desenfreada de cursos no país.

Em relação a essas duas ameaças, o ministro da Educação já parece estar vacinado. Na audiência aos representantes do FNPJ, Fenaj e SBPjor, Haddad pediu aos presentes sugestões de nomes, "mas que não devem ser indicações institucionais, pois isso não teria dado certo em outras ocasiões", relatou Spenthof. "Também não se comprometeu em aceitar, a priori, as nossas indicações. Ele disse que espera que as pessoas indicadas tenham uma sólida experiência tanto de redação quanto da docência e uma igualmente sólida formação teórica", complementou o presidente do FNPJ.

Um terceiro fator de risco é a excessiva ideologização de estudos e pesquisas no Brasil no campo do jornalismo e seus reflexos no ensino de graduação e de pós-graduação, como apontou Hélio Schuch, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, em seu artigo "Adequação do ensino na formação de jornalistas" (Sala de Prensa, v. 2, n. 2, outubro de 2002). Nesse ponto, a escolha de um estudioso com ampla envergadura intelectual que é José Marques de Melo para presidir a comissão do MEC se mostra um bom lance inicial do ministro.

Retrocesso e maniqueísmo

Enquanto isso, alguém precisa avisar ao colega de Haddad no Ministério do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, que ainda há tempo para poupar sua pasta de perpetrar um papelão. Em vez de aguardar não só pelas conclusões da comissão do MEC sobre a alternativa de formação de jornalistas, mas também pela decisão do STF sobre a exigência do diploma, um grupo que jamais deveria ter sido montado segue em plena atividade. Trata-se do grupo de estudos "para propor alterações na legislação em vigor a fim de viabilizar a regulamentação da profissão de jornalistas", estabelecida pela Portaria MTE nº 342, de 23/07/2008.

Formado inicialmente por representantes de categorias profissionais, de empresas jornalísticas e do próprio ministério, o grupo já teve a debandada dos membros empresariais por causa do dirigismo dos trabalhos para a obrigatoriedade do diploma. Além disso, já afirmado no artigo "Dois anos após o CFJ, outra péssima idéia do governo" (08/08/2008),

Se há alguma coisa que o tema da regulamentação da profissão de jornalista no Brasil já tem de sobra, e não precisa de mais nenhum reforço, é o inevitável estreitamento da razão decorrente do enfoque reducionista à relação capital-trabalho, que nada mais faz senão limitar a interpretação de cada um dos fenômenos a um enquadramento binário e maniqueísta.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

domingo, 23 de novembro de 2008

A Folha está blefando?

Deu hoje na coluna do ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva.

Afinal, o que Soninha adoraria?

A vereadora e colunista desta Folha, Soninha Francine, recorreu ao ombudsman para reclamar do título de reportagem publicada por este jornal em 30 de outubro: "Soninha afirma que "adoraria" participar da equipe de Kassab".

A frase passou a circular como argumento político contra ela, que afirma ter dito o contrário. "Disse que adoraria ter poder, mas isso não significa que aceitaria participar da "equipe de Kassab" (expressão que nunca usei) porque não poderia ter certeza de que isso significa ter poder de fato".

Mandei a queixa à Redação, que respondeu: "O título está correto e a reportagem reproduz textualmente declaração da vereadora, gravada".

A vereadora rebateu: "Nenhum trecho da entrevista -gravada, ótimo!- trará frase em que afirme que adoraria fazer parte da equipe de Kassab. Poder Executivo não é sinônimo de equipe do Kassab".

A Redação voltou a sustentar o título, "correto e honesto". A queixosa pediu "o arbítrio do ombudsman", que solicitou acesso à gravação ou sua transcrição, o que lhe foi negado, sob o argumento de que a ele "cabe criticar o jornal, mas suas sugestões e observações não têm caráter deliberativo".

Nunca sonhei que tivessem. Mas para emitir opinião justa e conscienciosa, precisaria ter todos os elementos. Com os de que disponho agora, considero que a Folha, no título em questão, distorceu as declarações da entrevistada.

O futuro dos jornais. Ombudsman da Folha

"Vão pintar o cabelo de azul"
Carlos Eduardo Lins da Silva

Não há dúvida de que o futuro do jornal passa pela realidade da internet; como anda a Folha neste capítulo? Muito mal, segundo leitores

UM DOS MELHORES jornais americanos, "The Christian Science Monitor", anunciou há três semanas que vai deixar de publicar a partir de abril de 2009 sua edição diária impressa, que completa cem anos este mês.

Em vez dela, o "Monitor" enviará aos assinantes todos os dias pela internet uma versão em PDF e manterá na web um site com desenho arrojado, novos conteúdos e atualização permanente.

Para os saudosistas do papel, terá uma revista impressa semanal, distribuída aos domingos, com reportagens interpretativas, análises, opiniões, boas fotos, tudo que ele oferece atualmente.

A notícia foi uma das que causaram mais impacto entre os aficionados do jornalismo impresso diário em todo o mundo. O "Monitor" é sinônimo de qualidade há muito tempo. Sua circulação caiu do auge de 220 mil exemplares nos anos 1970 para os atuais 50 mil, e a tendência era continuar a baixar.

Embora seus diretores tenham dito que eles estavam antecipando o que todos os diários terão de fazer nos próximos cinco anos, a situação do "Monitor" era muito peculiar, e não necessariamente indica uma tendência.

Ao contrário dos grandes diários, sua receita deriva quase toda da venda de assinaturas, não da publicidade. Deixar o papel diminui muito seus custos e praticamente não afeta a receita.

Veículos de maior circulação, como "The New York Times" e "The Wall Street Journal" dependem dos anúncios, e estes ainda são vendidos em muito mais escala no papel do que na internet.

Aliás, embora em todo o mundo aumente a audiência dos jornais na tela, seu faturamento publicitário tem crescido muito aquém da expectativa, e eles estão longe de ser o sucesso econômico que se previa há apenas alguns anos.

De qualquer maneira, não há dúvida de que o futuro da atividade passa pela realidade da internet. Pesquisa divulgada em maio pelo instituto Zogby e feita entre 704 executivos de primeiro escalão da indústria no mundo revela que 86% deles acreditam que a Redação dos veículos impressos tem que se integrar mais com a sua versão eletrônica e dois terços acham que em dez anos a maneira mais comum de consumir jornalismo será via on-line.

"Os editores sabem a solução: inovar, integrar. Ou perecer", resumiu o diretor do instituto, John Zogby.

Diante disso, como anda a Folha neste capítulo? Muito mal, segundo leitores que têm escrito periodicamente ao ombudsman. Jaime C. Silveira disse que cancelou sua assinatura do UOL, que mantinha só para ler a Folha, cansado de esperar por uma edição confortável de ler na tela, como a de diversos diários no Brasil e em outros países.

Gustavo Camargo, após conhecer edições eletrônicas de concorrentes deste jornal, pediu: "Avisa o pessoal que estão ficando velhos, fora de moda. Daqui a pouco terão de pintar o cabelo de azul".

Ana Busch, responsável pela edição eletrônica da Folha e pelo jornal em tempo real Folha Online, diz que a primeira deve ser reformulada: "Temos um projeto para implantar uma versão com reprodução fiel das páginas do jornal, que seja prática, de fácil navegação e principalmente leve, ou seja, que possa ser consultada a partir de qualquer navegador ou tipo e velocidade de conexão. Esse é um grande desafio, mas estamos trabalhando para vencê-lo em breve". Não disse quando. O jeito é esperar.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Deu no Noblat: "Jornal francês retoca foto para fazer sumir anel de ministra"



"O semanário "L'Express" publicou em sua edição que começou a circular hoje uma foto da ministra da Justiça da França, Rachida Dati,usando um anel de brilhantes. E daí?

Daí que a mesma foto havia sido publicada antes pelo jornal conservador "Le Figaro", que a retocou para fazer o anel desaparecer.

No valor de 15.600 euros (R$ 47 mil), o anel foi feito pelos joalheiros "Chaumet", e a foto na sessão Senado no último dia 17 de junho.

Dati foi nomeada pelo presidente Sarkozy como "representante" das minorias oriundas dos países árabes. Seu pai é argelino e sua mãe marroquina. A família é considerada pobre, segundo os padrões europeus.

O "Le Figaro" pertence ao magnata Serge Dassault, amigo de Sarkozy. A falsificação da foto despertou, esta noite, uma grande polêmica em todos meios de comunicação da França.

O jornal "Liberation", em seu site, noticiou o caso sob o título "Pravda, O Retorno", lembrando a época do comunismo na ex-União Soviética onde o "Pravda", jornal do governo, costumava retocar fotos, apagando até ex-líderes do regime que haviam caído em desgraça.

Em nota oficial, o "Le Figaro" justificou por meio de sua editoria de fotografia: "Nós assumimos. Não queríamos que por causa desse anel fosse criada uma polêmica".

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Chat sobre blogs corporativos. Recomendo



A promoção é do pessoal do "Nós da Comunicação". Imperdível. Terça-feira que vem.

Clique aqui.

Título sacana



Como é que não vi esse título no Meia-Hora!? E olha que confiro sempre nas bancas.

Abaixo o Ctrl C + Ctrl V

Artigo de Marcos Tavares (editor do site Rio Mídia/MultiRio) em O Dia online.

"O professor pede a seus alunos para fazerem pesquisas sobre um determinado assunto. Não tem jeito: a maioria dos estudantes, sem a menor cerimônia, lança mão do CTRL C + CTRL V, as teclas mágicas do computador que copiam e colam qualquer tipo de documento e que, com o advento da Internet, fazem a festa da garotada.

Quem é professor sabe do que estou falando. Muitos já perderam a conta — e também a paciência — de quantos trabalhos receberam literalmente copiados e, inclusive, com os endereços das páginas no rodapé das folhas impressas entregues pelos alunos.

Alguns dirão que a cópia, na verdade, sempre existiu. Concordo. Na minha época de aluno, não havia Internet, muito menos computador. Eram as enciclopédias que ditavam os trabalhos. Mas, no mínimo, tínhamos que ler para reescrever, o que, hoje, no linguajar dos jovens, “passa batido”.

O que fazer então? Dar zero? Proibir a cópia literal da Internet? Não aceitar os trabalhos? Nada disso. Estou convencido de que o melhor caminho, proposto pelo professor Sérgio Abranches, da Universidade Federal de Pernambuco, é repensar a forma pela qual solicitamos os trabalhos.

Se, no mundo colaborativo e participativo em que vivemos, o aluno não for convocado para ser autor-colaborador da atividade solicitada, desista. Ele não vai se sentir com o compromisso de produzir nada que seja dele ou a partir dele.

Nessa situação, não há dúvida: ele vai dar uma ‘googada", abrir o primeiro documento, imprimir e entregar o trabalho na próxima aula. Novos tempos, exigem novos desafios de professores e de alunos.

Pelo fim do CTRL C + CTRL V, novos tipos de trabalho".

E já que falamos em formatura!



Taí. Uma boa idéia! (rs).

Viram como sou amigo de vocês?

Formandos da FACHA - dezembro 2008









Sou um dos professores homenageados pela turma de formandos da FACHA - dezembro 2008.

Valeu, Pessoal! Muito obrigado. Não mereço tanto.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Autores do livro "Aconteceu na Manchete" na FACHA

Os jornalistas José Esmeraldo Gonçalves (organizador) e Maria Alice Mariano, dois dos autores do livro "Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou", estiveram ontem conversando com os meus alunos de Técnica de Reportagem, na FACHA. Os dois também visitaram a redação do Jornal Laboratório.

A foto é da aluna Ana Helena Tavares.


Que bela imagem!



Pesquei na Rede. Bacana, né?

Odeio "tipo assim", "a nível de", "com certeza", "com efeito" ...



Deu no Ancelmo. Xô modismos e clichês!

Antologia do colunismo. "Dose" dupla



Essas duas foram publicadas na coluna "Gente Boa", do Joaquim Ferreira dos Santos.

Quem lê tanta notícia?



Acabei de acordar. Eu não acredito que li essa notícia no Globo "online".

sábado, 15 de novembro de 2008

Jimmy Wales, fundador da Wikipedia. Entrevista no UOL

Sobre blogs: matéria de capa na revista Época



Época publica matéria de capa sobre blogs.

http://revistaepoca.globo.com/

Sobre blogs: o que é um blog?

Meus amigos: resolvi pesquisar um pouco mais sobre blogs. Na Internet e em livros. Estou lendo dois. Divulgo em breve. Acabei de descobrir esse vídeo (tem opção de legendas em português). Interessante.

Clique aqui.

Dicas e sugestões são bem-vindas.

21 mil visitas. Obrigado, Pessoal

Acabamos de completar 21 mil visitas em pouco mais de quatro meses. Não é nada não é nada, é alguma coisa.
Muito obrigado pela presença e comentários.
Cadê a Mariana? Tá sumida.

Deu no New York Times, o livro. Resenha na Folha



Comprei o livro. Ainda não li. Dei uma espiadinha básica. Está na fila de espera. Larry Rother é polêmico. Mas, como já disse aqui, tento ler tudo o quem escrito jornal, imprensa, reportagem, jornalismo...

Bela resenha do Plinio Fraga na Folha Ilustrada de hoje.

Por dentro do Globo: Infografia na Economia


Deu hoje no Globo. Para meus alunos de Secretaria Gráfica.

Cliping do blog: Pirataria na Publicidade



Deu hoje na coluna "Negócios & Cia", da Flávia Moreira, em O Globo.

Devassa no Jornalismo



Deu na coluna do Moreno no Globo. Muito interessante, mas muito estranho. O professor José Marques de Melo está acima de qualquer suspeita. Mas por que a devassa é só nos cursos de Jornalismo? E nos outros?

Antologia do colunismo. Posso botar no Orkut?



Deu hoje no Painel da Folha.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Alberto Dines no Jornal Laboratório da FACHA



O jornalista Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, é o entrevistado da "Página 12" do Jornal Laboratório da FACHA. A entrevista foi feita por Ana Helena Tavares e as fotos são de Camila Camacho.

Obama Bombril



Quase esqueço de postar. Esse Carlos Moreno é uma figura. Morro de rir com ele. Vi pela primeira vez naquele fantástico teatro acústico de Campos de Jordão num Festival de Inverno. Bota ano nisso.

Blog do professor pc recomenda: livro "Como a Starbucks salvou minha vida"




Leio tudo. Sem preconceitos. Tem letra, eu leio. Bulas de remédios, classificados, estampas de camisetas, outdoors, fachadas de prédios, etiquetas de calcinhas (rs). Bem interessante esse livrinho. Dá pra ler em um dia. É a história de um publicitário da J. W. Thompson americana que é demitido aos 50 e tantos anos e acaba encontrando a felicidade servindo café. É claro que "badala" a multinacional Starbucks. Mas e daí? Nem toda multi é Nike, nem todo patrão é fdp. Pelo menos é o que parece. O cara encontrou um bom ambiente de trabalho depois de ser "chutado" do mercado. E é isso que importa.

Destaco um trecho que conheço muito bem:

"(...) lembrei-me de como, na J. Walter Thompson, me orientavam a não enviar ´memorandos elogiosos´ para ninguém, porque aquele tipo de mensagem positiva poderia deixá-los vulneráveis a um processo judicial (...)".

Por que as pessoas evitam tanto elogiar as outras pessoas? Adoro elogios, como todo filho único e pisciano criado no Grajaú; mas também adoro elogiar. E é o que sempre procuro fazer com os meus bons alunos.

Aviso aos "doutores": é quase um livro de auto-ajuda. Passem bem longe.

Hoje eu estou sensível.

Antologia do colunismo. Esporro de ascensorista



Deu hoje na coluna "Gente Boa", do Joaquim.

Sobre títulos: vocês lembram do "JK: ONU não"?



Dou minhas humildes aulinhas sobre títulos. Me amarro em bons títulos. Há anos falo sobre esse famoso título do "JK: ONU não". Alguns alunos devem lembrar.

Leiam o artigo do Renato Pompeu na "Caros Amigos" desse mês sobre títulos. Para ler, é só passar a mãozinha.

Odeio pipocas no cinema! Tô frito





Nessa eu sei que sou voto vencido. E posso até ser "taxado" como "politicamente incorreto". Mas odeio pipoca no cinema. Não é nem pela pipoca; é pelo tamanho do saco. Antigamente, as pessoas iam ao cinema, compravam um saquinho, que acabava no início do filme. Hoje compram baldes de pipocas. Enfim, não adianta chover no molhado. Todos sabem como é esse negócio de pipoca no cinema. Zuenir Ventura e outros colegas já escreveram sobre o tema.

Na "Caros Amigos" desse mês, Emir Sader publica um belo artigo. Para ler é só passar a mãozinha.