Em 1971, a língua portuguesa sofreu uma reforma ortográfica que, entre outras disposições, estabeleceu o seguinte: “fica abolido o trema nos hiatos átonos”.
O trecho “fica abolido o trema” todo o mundo entendeu; “nos hiatos átonos” pouca gente entendeu. Aí, então, a legião de inimigos do trema conclamou o povo a uma ida ao que interessava: o trema estava extinto.
O trema que foi abolido (muito raramente usado no Brasil) servia para marcar um hiato em vez de um ditongo, como no caso da palavra “saüdade”, que, com trema no “u”, deveria ser lida “sa-u-da-de” (com o hiato “a-u”) e não “sau-da-de” (com o ditongo “au”). Esse trema, de fato, acabou.
Permaneceu – e permanece – obrigatório o emprego do trema nos grupos GUE, GUI, QUE e QUI quando o “u” for pronunciado (GÜE, GÜI, QÜE e QÜI). Esse trema não foi abolido, está vivíssimo.
FREQÜENTE sem trema seria pronunciado “frekente” (assim como QUENTE, que não tem trema, é pronunciado “kente”). TRANQÜILO sem trema seria pronunciado “trankilo” (assim como ESQUILO, que não tem trema, é pronunciado “eskilo”). A omissão do trema nesses casos é descuido ou filha da implicância.
Fonte IG (http://igeducacao.ig.com.br/portuguesurgente/)
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