sábado, 17 de março de 2007

Um belo texto para reflexão




Aprender sempre. A gente nunca deixa de aprender. Minha experiência como editor Rio do Jornal de Debates tem sido muito interessante. Principalmente pelo convívio com novos amigos e excelentes profissionais. Tirando o Paulo Markun, antigo companheiro de batalhas no Globo, grande "fazedor" de mate gelado e de descobertas de restaurantes no Rio, não conheço nenhum deles pessoalmente. Lucila, Vani, Liliane, Ricardo, Gabi, Fátima, Pedro (um dos "herdeiros")... Espero não ter esquecido de ninguém.

Aliás, esqueci. De propósito. Vocês precisam conhecer o Vicente! Paulistão quatrocentão do bigodão. Uma figuraça! Hoje passou o dia se divertindo. Sabem como? Escrevendo textos. Só conheço de fotografia, de msn, de skype e de telefone. Mas parece que é um irmão mais velho. Muito mais velho! (rs).

Outro dia, elogiei e publiquei um texto do Ricardo. Vicente deve ter ficado com ciúmes. Tanto que hoje passou o dia pedindo para eu publicar um de seus textos no meu blog do professor. Como se eu fosse fazer um favor pra ele.
Ele é que está fazendo um favor pra mim e pra minha legião de leitores em todo o planeta.
Afinal, quem escreve uma frase como essa:

"O Nosso Guia nasceu lá no semi-árido. Menino, sentiu na goela as agruras da sêca. Foi beber água tratada e fluorificada nas torneiras de São Paulo, na Baixada Santista. Antes de conquistar o trono do reinado do Planalto".
Merece ser lido. Com vocês, o meu amigo Vicente Dianezi (no melhor estilo do Roberto Carlos):

Quero a transposição do Tietê

Nosso Guia deve estar certo na defesa da transposição do São Francisco. Ele veio de lá, do semi-arido. Mas bem que ele poderia avançar e transpor o rio Tietê e acabar com as enchentes em São Paulo.

Essa história de transposição do São Francisco é assunto para nordestinos – e mineiros. Estes, porque são donos das nascentes do Velho Chico; aqueles, porque recebem as águas na planície. Mas estão divididos. Na verdade, nordestino não passa de uma denominação da geografia política. Os nordestinos da Bahia, Sergipe e Alagoas – regiões por onde o Velho Chico escoa – são contrários à transposição. Já os nordestinos cearenses, potiguaras, paraibanos e maranhenses – e estes já foram classificados como Meio Norte – aplaudem a iniciativa.

O Nosso Guia nasceu lá no semi-árido. Menino, sentiu na goela as agruras da sêca. Foi beber água tratada e fluorificada nas torneiras de São Paulo, na Baixada Santista. Antes de conquistar o trono do reinado do Planalto, realizou caravanas político-eleitorais pelo Nordeste afora. Deve saber o que está fazendo. Pode ser a pá de cal no antirepublicano coronelismo, para usar uma expressão da moda. São R$ 6 bilhões no projeto até 2010. Tem comissão? Cabe à sociedade investigar. Claro que os reaizinhos semeados como contribuição de campanha deverão frutificar.

Mas, se a comissão não sai nesse, será apurada em outros projetos do governo. Em todos os serviços contratados pelo poder público tem comissão, me contam os meus botões e a minha vivência depois de 35 anos de reportagem. Parlamentar não briga por liberação de emenda só porque a proposta será importante para a comunidade beneficiada. Coisa de sociedade tupiniquim apática e reativa, que não obstante se cala frente a decisões consumadas. Coisa de democracia incipiente, de falta de consciência de cidadania.

Resolvi perpetrar estas mal traçadas neste plantão de sábado ensolarado do Jornal de Debates. Estar de plantão não é uma função ou delegação. É um sentimento. Sinta-se em plantão! Todo mundo na praia, no lago, nas represas, nos clubes. Eu aqui esperando algum fato que turbine a adrenalina, no aguardo que, neste marasmo, alguma coisa aconteça. Enquanto isso, o Velho Chico continua correndo. Está até provocando enchentes e alagamentos urbanos. São as benditas águas de março fechando o verão.

Até nisso Deus ajuda o Nosso Guia. No momento em que ele bota o projeto em licitação oficial, o Velho Chico exibe a sua potência numa demonstração de abundância exagerada de água que a transposição até poderia atenuar. Não sei. Os nordestinos estão com a palavra - e os mineiros. Só posso falar do degradado rio Tietê, onde os gloriosos esportistas do nosso Timão praticavam natação nos idos dos anos 50. Bem que Nosso Guia poderia apresentar um projeto de transposição do rio Tietê para acabar com as enchentes na nossa gloriosa São Paulo.

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