sábado, 13 de dezembro de 2008

O futuro dos jornais: "Murdoch exala otimismo sobre jornal no século XXI" - Abre

Atendendo a milhões (rs) de pedidos de amigos e alunos que não conseguiram ler a entrevista com Rupert Murdoch na Folha de S. Paulo impressa (da última quarta-feira, dia 10 de dezembro) vou postar a matéria na íntegra, em capítulos, de baixo para cima.

MÍDIA

Murdoch exala otimismo sobre jornal no século 21
Megaempresário da mídia acha que nunca houve tanta sede por informação de qualidade


Dono da News Corporation destoa de clima pessimista na imprensa mundial e crê que tecnologia abre novas possibilidades aos jornais

Em meio a declínio na circulação, queda no volume de anúncios e cortes de postos de trabalho nos principais jornais dos EUA e da Europa, uma voz de respeito se ergue contra as previsões catastrofistas que vêem o jornal com os dias contados: a do magnata das comunicações Rupert Murdoch, 77, acionista majoritário e executivo-chefe da News Corporation, um dos maiores conglomerados de mídia do mundo.

Em uma palestra dada no mês passado para uma série da rádio australiana ABC, chamada "Uma Era Dourada para a Liberdade", Murdoch diz enxergar a nova era tecnológica como uma oportunidade, e não uma ameaça, para os jornais tradicionais.
"É verdade que nas próximas décadas as versões impressas de alguns jornais vão perder circulação. Mas, se os jornais derem aos leitores informações confiáveis, veremos ganhos na circulação [em outras mídias]", aposta Murdoch.

Para o empresário, os leitores atuais querem a mesma coisa que os leitores do passado: uma fonte na qual podem confiar. "Foi sempre esse o papel dos grandes jornais no passado. E esse papel fará os jornais serem grandes no futuro."

O otimismo do empresário destoa do cenário nebuloso que enfrenta hoje a mídia nos países desenvolvidos. A circulação dos jornais nos EUA sofre uma queda acelerada -entre abril e setembro, recuou 4,6% em relação aos seis meses anteriores.

Além de perderem circulação, os jornais assistem à fuga dos anunciantes. Em 2007, a receita publicitária das versões impressas dos jornais americanos recuou 9,4%.

A queda da circulação e a perda de anunciantes acarretam corte de pessoal para tentar equilibrar os custos -o que acaba tornando mais difícil para os jornais manter a qualidade do produto.

Tudo isso já vinha ocorrendo antes mesmo do acirramento, nos últimos meses, da crise econômica global. Com ele, a situação tende a se deteriorar, e a primeira demonstração disso foi o pedido de concordata feito pelo grupo Tribune, que edita dois dos maiores jornais dos EUA, o "Chicago Tribune" e o "Los Angeles Times".
Murdoch vem sendo menos afetado pela crise. O seu "Wall Street Journal" tem a segunda maior tiragem nos EUA, e, ao contrário dos concorrentes, não sofreu queda na circulação nos últimos meses. O "Times" de Londres, cujas vendas vinham caindo, inverteu o sentido com o abandono de seu formato tradicional e a opção por um tamanho menor.

Na palestra do mês passado, cuja íntegra a Folha publica a seguir, Murdoch aposta alto no futuro do seu negócio: "Diferentemente dos que vislumbram o fim do mundo, eu acredito que os jornais vão alcançar novas alturas".

Quem tiver acesso ao site da Folha, é só clicar (para ler na íntegra, de uma só vez):
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/inde10122008.htm

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