sábado, 13 de dezembro de 2008

O futuro dos jornais: "Murdoch exala otimismo sobre o jornal do século XXI - Entrevista publicada na Folha de S. Paulo - Parte 5

(Continuação do post abaixo)

Como se os desafios tecnológicos já não fossem suficientemente grandes, nossos concorrentes tomaram conhecimento de nossos planos. Assim que isso aconteceu, eles transformaram o jornal existente, -"The Canberra Times"- num jornal bastante impressionante em formato grande. Com isso, esperavam abocanhar leitores e anunciantes antes de nós conseguirmos sequer decolar. Só havia uma maneira de reagir: teríamos que partir para o âmbito nacional quase dois anos antes do programado.

Hoje, é claro, até mesmo o menor jornal australiano tem uma página na web que você pode acessar de qualquer lugar, de Cairns a Caracas. Naquela época, porém, nem tínhamos comunicações confiáveis por fax. Em lugar disso, tínhamos que levar as chapas de impressão de Canberra a gráficas em outras partes do país, de avião -geralmente tarde da noite. Para isso, chegamos a fundar nossa própria linha aérea.

Era tudo muito complexo, e, é claro, as coisas nem sempre saíam conforme o planejado.
Mas também era altamente instigante. O resultado foi que levamos um produto melhor a leitores em toda a Austrália e ajudamos a transformar o jornalismo australiano.
Tudo isso serviu de preparo para nossa próxima grande luta: a abertura de nossa gráfica em Wapping, na Inglaterra.

Para aqueles que são jovens demais para se lembrar daquela época difícil, permitam que eu lhes dê um pouco de perspectiva. Em meados da década de 1980, os jornais britânicos eram comandados basicamente por seus sindicatos, que resistiam a qualquer mudança para melhor.

Não eram sindicatos que operavam em prol da classe trabalhadora -eles atuavam num conluio fechado e corrupto. Alguns dos nomes que recebiam contracheques nem sequer existiam. Nossa folha de pagamento mostrava que cheques estavam sendo enviados a pessoas como M. Mouse e D. Duck -nenhum dos quais pagava imposto de renda.

(Continua acima)

Um comentário:

Vinícius Barros disse...

Sinceramente, eu lia jornal desde os 12 anos, não só sobre futebol, mas também sobre Economia e Política, mas depois que ganhei um computador aos 14 anos, não fazia mais sentido gastar com a assinatura do jornal se posso ter todas essas informações pela internet.

A saída dos jornais é se aprofundar nos assuntos. Deixar de publicar notícias que não são tão exclusivas quanto antes e passar a fazer pesquisas investigativas melhores!

Saudações Alvinegras!