sábado, 13 de dezembro de 2008

O futuro dos jornais: "Murdoch exala otimismo sobre jornal no século XXI": Entrevista divulgada na Folha de S. Paulo (Parte 4)

(Continuação do post abaixo)

Eu me tornei editor e proprietário muito antes do que planejara. Aconteceu quando meu pai morreu, e eu fui chamado de volta de Oxford. Foi assim que me vi proprietário de um jornal aos 22 anos. Eu era tão jovem e tão novato no negócio que, quando cheguei ao jornal de carro no primeiro dia, o encarregado do estacionamento me repreendeu: "Ei, filho, você não pode estacionar aqui".

Aquele jornal era o "The Adelaide News". Sua Redação era um lugar barulhento. Mas era um barulho que tinha um objetivo. O som das vozes e das máquinas de escrever chegava a um crescendo nos minutos antes do horário de fechamento, que era esticado para além do ponto de ruptura por repórteres ousados, determinados a conseguir as versões mais frescas de uma reportagem.

Aquela música de pano de fundo criava uma urgência própria. Quando as máquinas começavam a rodar, todo o mundo no prédio sentia o estrondo. E, quando as máquinas começavam a rodar com atraso, os jornalistas me ouviam rugir.

Quando assumi a direção do "News", o "Adelaide Advertiser" era o jornal dominante na cidade. Seus donos tentaram convencer minha mãe a vender o jornal a eles. Enviaram a ela uma carta dizendo, basicamente, que, se ela não aceitasse a oferta, eles tirariam o "News" de circulação. Respondemos imprimindo a carta deles na primeira página do "News".

O resultado foi uma boa e velha guerra entre jornais. Ela teve um custo alto. Mas me ensinou que, com bons editores e leitores fiéis, é possível desafiar rivais mais consolidados e bem financiados - e vencer. E foi o que fizemos.

Dez anos mais tarde surgiu uma nova prova: criar o primeiro jornal nacional da Austrália. Hoje isso pode não soar como grande coisa. Mas foi uma grande coisa nos anos 1960, quando o país mal era interligado por linhas telefônicas. Nosso plano era começar um jornal em Canberra, fortalecê-lo e então levá-lo ao nível nacional.

(Continua acima)

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