Para quem não confia em mim (e são muitos - rs), eis o que o Elio Gaspari escreveu sobre o livro:
Elio GaspariA campanha de 2006 revisitada --------------------------------------------------------------------------------
Um livro útil para quem detesta os meios de comunicação e para quem teme o comissariado petista
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"ESTÁ NAS livrarias "A Mídia nas Eleições de 2006", uma coletânea de 11 trabalhos e seis anexos, organizada pelo jornalista Venício de Lima e editado pela Fundação Perseu Abramo, do PT. É um livro valioso porque mexe com uma velha controvérsia e trata de um tema que o fingimento faz crer que não existe: a péssima relação do governo com os grandes meios de comunicação e muito vice-versa. Como bonificação, permite a análise de algumas propostas de mudança, vindas de autores que consideram os meios brasileiros como agentes do empobrecimento do debate. Para quem vê na imprensa uma ferramenta manipuladora de interesses mercantis, o livro é um armazém de argumentos. Para quem vê nos adversários dessa mesma imprensa uma seita de censores em busca de ocupação, é um trabalho revelador.
Dois artigos analisam o conteúdo dos principais jornais e revistas durante a campanha de 2006. Um, de Kjeld Jacobsen, informa: durante as 13 semanas da disputa, o noticiário positivo do tucano Geraldo Alckmin nos cinco jornais estudados (Folha, "O Globo", "O Estado de S. Paulo", "Jornal do Brasil" e "Correio Braziliense") foi sempre superior ao de Lula. Na contabilidade do noticiário negativo, Lula prevaleceu por 12x1. Noutro artigo, Alessandra Aldé, Gabriel Mendes e Marcus Figueiredo, analisaram o noticiário da Folha, do "Globo" e do "Estado". O noticiário negativo sobre Lula prevaleceu nos três. Na Folha não predominou o noticiário positivo de Alckmin.
E daí? Daí, nada, explica Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi. No seu artigo, demonstra que os meios de comunicação não mudaram a disposição dos eleitores. (Salvo no suspiro do dossiê dos aloprados, ao final do primeiro turno.) Coimbra aconselha: "Acredito que seria muito positivo para o avanço da democracia no Brasil que os grandes veículos de comunicação se dispusessem a fazer uma ampla revisão do que são e devem ser em nosso processo político".
No capítulo das propostas, vem um texto do professor Luís Felipe Miguel, da Universidade de Brasília. Condena o que existe e sugere que o Estado abra novos canais de comunicação. Seu pensamento se assemelha ao de muita gente boa no entorno de Lula: "Mesmo estando em mãos privadas, a mídia não pode ficar submetida à pressão da cega busca do lucro". Miguel descreve neutramente o que seriam quatro visões da "mídia ideal para diferentes visões de democracia". Uma delas, a seu ver, é a leninista, vigente em Cuba e Coréia do Norte. Diz assim: "Aceito caracterizar o (...) modelo leninista como "democrático" com certa dose de generosidade". Ele não mostra simpatia pelo gênero em extinção, mas sendo um crítico que vê no cenário brasileiro, poderia ter registrado que o modelo leninista ampara-se na censura, no desemprego e na cadeia.
Quem quiser concordar com ele, que o faça. Quem quiser discordar, também tem no "A Mídia nas Eleições de 2006" uma valiosa fonte de informações."
Estou encomendando. Para saber mais (texto do autor do livro):
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=443AZL001
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