quinta-feira, 19 de julho de 2007

Maurício Menezes deu



"Numa redação, todas as vezes em que um repórter chegava com uma notícia sem fundamento ou absurda, os mais sacanas costumavam gritar: "parem as máquinas". Era o mesmo que dizer que o jornal não poderia circular sem aquela informação, que seria algo de "extrema importância para a humanidade".

No teatro, dedico uma parte da apresentação a esse tipo de notícia. Coisas de ciências, do tipo "por que a pipoca pula na panela" ou então uma pesquisa sobre o sotaque dos animais, ou mesmo outra , sobre vacas que foram condicionadas a atender telefonemas...

Agora, acabo de encontrar mais uma desse tipo. Muita gente, de todo o Brasil, me mandou cópia dela. "Terra é menor do que se imaginava", diz a manchete. Cinco centímetros a menos, informa o texto logo abaixo. E mais: somos informados de que a descoberta foi feita por "um grupo de cientistas". E o interessante é a informação de que a Terra é "menor do que imaginávamos". Mas eu, pelo menos, nunca imaginei nada desse tipo de coisa.

Mas graças a Deus logo depois vem uma informação para a nossa tranquilidade: "isso não significa que a terra esteja encolhendo". Ai, graças a Deus. Que susto!

Outro dia eu li que depois do Tsunami, a terra ficou mais arredondada. Antes, tinha lido que um asteróide vai passar muito perto da terra, dentro de 50 milhões de anos, mas que não há nenhuma possibilidade de colisão.

Fica aqui uma pergunta: tudo bem que os jornais colaboram, publicando essas coisas.. Mas será que os cientistas também não tem coisas mais úteis para fazer?"

(Maurício Menezes, jornalista e "cômico" - não confundir com...)

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